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G20 coloca regulamentação das criptomoedas como prioridade

A atual presidência da Índia no G20 expandiu a discussão sobre os ativos digitais para além da estabilidade financeira.

*ARTIGO

O G20, principal fórum de cooperação econômico internacional que existe, está colocando em pauta a regulamentação das criptomoedas, especialmente durante a presidência rotatória da Índia. 

Logo da cúpula do G20 em Nova Délhi 4/9/2023 REUTERS/Anushree Fadnavis

Na última terça-feira (5), a ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman, enfatizou a importância de coordenar esforços entre os membros do grupo para criar uma estrutura regulatória comum, além de ter afirmado que estão em andamento negociações sobre uma estrutura global para regulamentar as criptomoedas.

Com a Índia no comando da presidência do grupo, o país não está apenas defendendo uma estrutura unificada e abrangente para os criptoativos, mas também pressionando pela colaboração e coordenação globais. 

Porém, muitos países, como o Brasil, já aprovaram suas normativas próprias para o setor. Por isso, ainda não se sabe qual será a natureza da regulamentação como um todo.

Esse tópico é extremamente complexo e delicado pois, apesar de poder oferecer uma camada de segurança e proteção aos investidores e ao sistema financeiro global, corre o risco de sufocar a inovação e “minar” o objetivo de liberdade financeira para o qual as criptomoedas foram pensadas.

O passado ensina

A história nos oferece lições valiosas sobre o problema da intervenção de autoridades centrais, principalmente as que têm forte poder político e econômico. 

O sistema fiduciário tradicional, centralizado e cheio de normas que quase na totalidade favorecem um só lado, tem suas falhas evidentes, tal como a crise financeira de 2008 demonstrou. 

O bitcoin (BTC) surgiu como uma resposta a essas falhas, oferecendo um sistema financeiro alternativo livre da manipulação ou regras dos governos. Sua natureza descentralizada foi a primeira — e é a única verdadeira até então — que trouxe plena liberdade financeira aos usuários. 

A imposição de regulamentações globais poderia comprometer essa autonomia, transformando as criptomoedas em ativos regulados, sujeitos a regras, interferências e falhas do sistema financeiro tradicional. 

Não é sobre regulamentação, é sobre liberdade

Um dos argumentos mais fortes em favor da não regulamentação das criptomoedas é o papel que elas desempenham na promoção da autonomia financeira. Em um mundo onde as moedas tradicionais estão sujeitas ao controle de governos e bancos centrais, as criptos oferecem um meio que permite aos indivíduos terem controle direto sobre seu dinheiro.

Esse nível de liberdade é particularmente significativo em países com economias instáveis de ou governos autoritários, onde os ativos digitais podem servir como uma tábua de salvação financeira. 

Não mais reféns das políticas econômicas, os detentores de criptomoedas têm a liberdade de tomar decisões financeiras com base em seu julgamento e necessidades individuais.

Além disso, a tecnologia blockchain por trás dos ativos digitais oferece transparência e segurança ímpares. Todas as transações são registradas nesse livro-razão público e imutável, tornando-as à prova de censura e fraude, além de ser uma opção atraente para aqueles que buscam um meio mais eficiente e acessível de realizar transações financeiras.

Uma revolução sem volta

A discussão sobre a regulamentação das criptomoedas pelo G20 é um sinal de que esses ativos digitais conquistaram seu lugar no cenário financeiro global. No entanto, é crucial que essa regulamentação seja, no mínimo, equilibrada.

A história deixa claro que a centralização excessiva e a intervenção governamental podem ter consequências drásticas que podem perdurar por décadas ou até mesmo séculos. 

Aqueles que estudam sua tecnologia e entendem seus fundamentos sabem que as criptomoedas representam a oportunidade de avançar em direção a um sistema financeiro mais aberto e inclusivo.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

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