Economia

5 fatos para hoje: ministros falam sobre offshore; Banco Pan compra Mosaico

Guedes e Campos Neto afirmaram que as participações nas empresas foram declaradas e não violam a legislação.

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1- CVC sofre ataque hacker

A CVC (CVCB3) informou em seu site que sofreu um ataque cibernético neste sábado. A empresa informa que acionou seus protocolos de segurança e está atuando para mitigar os efeitos da invasão.

Não há informações de que tipo de informações do sistema foram acessadas, mas a central de atendimento da companhia está temporariamente indisponível. O site da CVC Corp, holding da operadora de turismo, está fora do ar. Em nota, a companhia diz que “priorizará as investigações internas e a segurança de seus clientes, parceiros e negócio antes de restabelecer totalmente seus sistemas e serviços”.

O embarque de clientes com viagens marcadas e as reservas confirmadas não foram impactados, segundo o comunicado que aparece no portal da agência.

Outras empresas brasileiras, como JBS (JBSS3) e Lojas Renner (LREN3), foram vítimas de cibercrimes este ano. Nos ataques do tipo ransomware, os invasores restringem o acesso ao sistema infectado e cobram resgate em criptomoedas para que o acesso possa ser restabelecido.

2- Ministros dizem que empresas no exterior foram declaradas

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, responderam no domingo (3) a matérias que afirmam que ambos teriam participações em offshores localizadas em paraísos fiscais. Os dois informaram que as empresas foram declaradas à Receita Federal, à Comissão de Ética Pública e às demais autoridades brasileiras competentes e não violam a legislação.

A existência de offshores no nome de Guedes e de Campos Neto foi revelada pelo Pandora Papers, investigação de um consórcio internacional de jornalistas com base em documentos vazados de 14 escritórios internacionais de abertura de empresas em paraísos fiscais no exterior. As matérias citam figuras públicas como políticos e até cantores e monarcas.

Segundo as reportagens, publicadas por quatro veículos brasileiros, a offshore Dreadnoughts Internacional, nas Ilhas Virgens Britânicas, foi fundada por Guedes e por sua filha, a empresária Paula Drumond Guedes, em setembro de 2014. A companhia recebeu investimentos de US$ 8 milhões na abertura e aportes de US$ 1,54 milhão em 2015, totalizando US$ 9,54 milhões. A empresa estava ativa até o último dia 28 de setembro.

No caso do presidente do Banco Central, a Cor Assets foi fundada em abril de 2004 no Panamá com capital de US$ 1,09 milhão, tendo recebido mais US$ 1,08 milhão dois meses mais tarde. A empresa foi fechada em 12 de agosto de 2020, mas passou 18 meses presidida por Campos Neto, desde que ele assumiu o comando do Banco Central, em fevereiro de 2019. O presidente do BC também foi controlador da offshore Rocn Limited, nas Ilhas Virgens Britânicas, entre janeiro de 2007 e novembro de 2016.

Em nota, o Ministério da Economia informou que toda a atuação privada de Paulo Guedes foi devidamente informada à Receita Federal, à Comissão de Ética Pública da Presidência da República e aos demais órgãos competentes. As informações foram prestadas no momento da posse, no início do governo, em 2019. “Sua atuação sempre respeitou a legislação aplicável e se pautou pela ética e pela responsabilidade”, destacou o texto.

Por meio da assessoria de imprensa, Campos Neto informou que as empresas estão declaradas à Receita Federal e foram constituídas há mais de 14 anos, com rendimentos obtidos em 22 anos de trabalho no mercado financeiro. Ele informou não ter feito nenhuma remessa de recursos para a Cor Assets após a nomeação para função pública.

Segundo Campos Neto, todo o patrimônio em seu nome, no país e no exterior, foi declarado à Receita Federal, ao Banco Central e à Comissão de Ética Pública. Ele disse ter pagado todos os impostos devidos, “com recolhimento de toda a tributação devida e observância de todas as regras legais e comandos éticos aplicáveis aos agentes públicos”.

A abertura de contas no exterior e a manutenção de offshores não são ilegais, desde que declaradas à Receita Federal e às demais autoridades. No entanto, o Código de Conduta da Alta Administração Federal proíbe que membros do alto escalam sejam administradores diretos de investimentos estrangeiros no Brasil e no exterior após assumirem funções públicas.

3- Banco Pan compra dona de sites de comparação de preços Mosaico

O Banco Pan (BPAN4) anunciou neste domingo que assinou acordo para a incorporação da Mosaico, dona de sites de comparação de preços, que será toda paga com troca de ações.

A Mosaico (MOSI3), dona dos sites Zoom, Buscapé e Bondfaro, estreou na B3 em fevereiro com uma oferta inicial de ações (IPO) de R$ 1,2 bilhão. Na época, a Mosaico afirmou que usaria parte dos recursos da oferta pagar uma dívida com o BTG Pactual (BPAC11), principal acionista do Banco Pan.

Os acionistas da Mosaico receberão 0,8 ação do Banco Pan mais direitos para comprar a ação do credor se ela atingir R$ 24 por três dias consecutivos nos próximos 30 meses. Sem a emissão de direitos, o negócio oferece um prêmio de quase 10% aos acionistas da Mosaico.

Após a conclusão do negócio, a participação da Mosaico no Banco Pan ficaria entre 7,8% e 9,2%.

O negócio mostra a estratégia recente entre bancos de ter seu próprio marketplace, ao mesmo tempo, oferecer serviços financeiros para envolver os clientes. O Banco Inter já lançou um marketplace e o Bradesco revelou planos de criar o seu.

4- Embraer fecha nova encomenda do ‘carro voador’

A Embraer (EMBR3) recebeu sua maior encomenda de eVTOLs (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como é chamado oficialmente o “carro voador”) para o mercado brasileiro. A fabricante de aviões deve entregar, a partir de 2026, até 100 unidades para a empresa de compartilhamento de aeronaves Avantto. Antes desse acordo, a Embraer havia anunciado que a Helisul (de táxi aéreo) fez um pedido inicial de 50 veículos e que a Flapper (plataforma de aviação executiva) fechou contrato para operar até 25 unidades. O valor dos negócios não foi divulgado.

Ainda longe de ter a tecnologia completamente desenvolvida e certificada pelas autoridades reguladoras, a Embraer – por meio de sua subsidiária Eve – já recebeu pedidos para entregar 735 eVTOLs em todo o mundo, além de ter criado seis parcerias para desenvolver a infraestrutura que será necessária para os “carros voadores” operarem.

Segundo o diretor executivo da Avantto, Rogerio Andrade, os eVTOLs encomendados deverão atender a toda a América Latina, mas é esperada uma demanda maior no Rio de Janeiro e, principalmente, em São Paulo. A própria Embraer estima, de modo “conservador”, que o mercado paulistano terá 500 aeronaves do modelo até 2035.

5- Tesla vende recorde de 241,3 mil veículos no 3º tri

A Tesla (TSLA34) disse neste sábado que entregou um recorde de 241.300 carros elétricos no terceiro trimestre, superando as estimativas de Wall Street após o presidente-executivo da companhia, Elon Musk, pedir esforço para cumprir as metas.

Os analistas esperavam que a fabricante de carros elétricos entregasse 229.242 veículos, de acordo com dados da Refinitiv.

A Tesla resistiu à crise de chips melhor do que rivais, com suas entregas gerais subindo 20% de julho a setembro em relação ao segundo trimestre, marcando o sexto ganho trimestral seguido.

Na China, o aumento das exportações para a Europa e a introdução do Model Y mais barato ajudou a impulsionar a produção da Tesla, disseram analistas.

A produção total no terceiro trimestre aumentou mais de 15% para 237.823 veículos em relação ao trimestre anterior.

(*Com informações de Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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