Economia

5 fatos para hoje: investidores fogem do Brasil; corrida para implementar o 5G

A participação do Brasil nas carteiras de investidores estrangeiros chegou à mínima histórica.

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1- Investidor estrangeiro ‘foge’ do Brasil

A participação do Brasil nas carteiras de investidores estrangeiros chegou à mínima histórica por conta de uma combinação de maior aversão aos riscos, com a expectativa de subida de juros nos EUA (que deve drenar recursos dos países emergentes) e preocupações com a crise fiscal no Brasil, agravada com a tentativa de “furar” o teto dos gastos.

Considerando os fundos dedicados aos mercados emergentes, o país tem hoje uma fatia de 5,1% – no auge, em 2011, essa participação era de 16,4%.

Já nos fundos globais, que compram ações em todo o mundo, a fatia do Brasil é de 0,23%, ante participação que chegou a 1,94% no fim de 2009, conforme relatório do BTG Pactual.

Nos fundos dedicados à América Latina, o Brasil não está com a pior exposição histórica. Hoje, está em 60,36%, menor nível desde 2019, mas acima do piso de 2015 (43,1%).

“Isso é explicado por uma confluência de fatores domésticos e um internacional, diante de um movimento de aumento de taxas de juros”, diz a chefe de economia da corretora Rico, Rachel de Sá. Ela lembra que é comum, em épocas de juros muito baixos, a ampliação de investimentos de maior risco. Esse cenário agora mudou. “Com isso, começa a ter um redirecionamento.”

Para a analista da Toro Investimentos Paloma Brum, o cenário interno tem ajudado a afastar investidores. “A quebra da regra do teto dos gastos não foi bem avaliada. Uma das leituras é de que se (o governo) quebra uma regra, isso pode ocorrer com outras.”

2- Vencedoras do leilão 5G correm para colocar o 5G na rua

Com o fim da disputa por frequências no leilão do 5G, as empresas de telecomunicações entram agora numa nova corrida: quem será a primeira a oferecer a nova tecnologia. Pelo edital, o prazo para ofertar o sinal nas 27 capitais é 31 de julho de 2022, mas elas podem se antecipar a essa data.

O presidente da Algar Telecom, Jean Carlos Borges, disse que quer oferecer a nova tecnologia o mais rápido possível. A empresa, com forte presença no triângulo mineiro, arrematou sete blocos em três frequências. “Faremos de tudo para que isso ocorra ainda neste ano.”

Responsável por alguns dos lances mais agressivos do leilão, a Claro também quer liderar a corrida do 5G. “Já temos algo engatilhado”, afirmou o presidente da Claro, José Félix. Assim como a Algar, a Claro vê na faixa de 2,3 GHz a chance de se antecipar aos concorrentes.

A TIM (TIMP3) aposta na faixa de 3,5 GHz para lançar o 5G, e diz aguardar a conclusão da limpeza da faixa para oferecer o serviço. “Uma vez que a faixa estiver liberada, o 5G estará no ar. Do ponto de vista industrial, está tudo pronto”, disse o vice-presidente Assuntos Regulatórios e Institucionais da TIM, Mario Girassole.

A Vivo (VIVT3), que comprou quatro blocos na faixa de 2,3 GHz e dois na de 3,5 GHz, concentrou seu interesse na ampliação da oferta de serviços no Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Em nota, também fala em acelerar o serviço.

O presidente executivo da Conexis, Marcos Ferrari, disse que os consumidores ainda vão conviver por muitos anos com o 4G. Pelo cronograma do edital, algumas localidades terão a nova tecnologia apenas em 2029.

3- Especialistas contestam critérios para definição de pobreza

A atualização dos critérios para definição de pobreza que vão definir quem terá direito ao Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, não afastou as dúvidas sobre a capacidade de o novo programa de transferência de renda reduzir a desigualdade no país e acabar com as filas de pedidos para receber os benefícios.

Para especialistas, as faixas de renda ainda ficaram aquém do necessário, e deveriam ter subido, no mínimo, para cerca de R$ 107 (extrema pobreza) e R$ 215 (pobreza), considerando a inflação acumulada desde a última correção.

O Bolsa Família considerava como famílias em situação de extrema pobreza aquelas com renda mensal de até R$ 89 por pessoa. Esse valor foi reajustado para R$ 100, de acordo com o decreto publicado na noite de sexta-feira pelo governo.

Já a situação de pobreza, definida antes por renda de até R$ 178 por pessoa, subirá para R$ 200. É uma ampliação que nem sequer atualiza as linhas pela inflação, afirma a socióloga Leticia Bartholo, pesquisadora referência no tema no Brasil, ex-gestora do Bolsa Família e que atua hoje como assessora parlamentar.

“Não resolve nem a fila existente. Qual será o impacto sobre a pobreza? O governo não apresentou”, critica. Segundo ela, a nota do governo já deixa claro que o reajuste de agora e o auxílio de novembro não contemplam a fila de espera, dependendo ainda da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios – aprovada em primeiro turno na Câmara com folga de apenas 4 votos.

4- Seguidores de Musk dizem ‘sim’ para sua proposta de vender 10% das ações na Tesla

O presidente da Tesla (TSLA34), Elon Musk, deveria vender cerca de 10% de suas ações na companhia, de acordo com 57,9% das pessoas que votaram em uma enquete no Twitter, após o bilionário perguntar se ele deveria fazê-lo.

“Eu estava preparado para aceitar qualquer um dos resultados”, disse Musk, após o término da votação. A pessoa mais rica do mundo tuitou no sábado dizendo que poderia se desfazer de 10% de suas ações se os seguidores aprovassem a proposta.

Musk havia dito anteriormente que teria que exercer um grande número de opções de ações nos próximos três meses, o que criaria uma grande cobrança de impostos. Vender algumas de suas ações poderia liberar fundos para pagar os tributos.

A pesquisa obteve mais de 3,5 milhões de votos.

“Muito se fala ultimamente sobre os lucros não realizados serem um meio de evasão fiscal, então proponho vender 10% das minhas ações da Tesla”, disse ele, referindo-se ao “imposto sobre bilionários” proposto pelos Democratas.

Musk criticou a proposta, que afetaria 700 bilionários e representaria taxação sobre ganhos de capital de longo prazo sobre ativos negociáveis, tenham eles sido vendidos ou não.

5- ONS indica que atendimento energético está longe de ‘normalidade’

Apesar do início das chuvas e de melhora nas condições de atendimento do setor elétrico para este ano e 2022, a situação atual está longe da “normalidade operativa”, segundo o Operador Nacional do Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Com isso, o órgão indicou a necessidade de atenção e monitoramento constante dos níveis dos reservatórios e das medidas emergenciais determinadas pelo governo.

Segundo o ONS, a medida é fundamental para garantir a segurança no atendimento e fornecimento de energia, principalmente no próximo ano.

“O ONS ponderou que, a despeito da melhoria nas condições de atendimento eletroenergético tanto para 2021 quanto para 2022, a situação está longe de caracterizar uma normalidade operativa. Permanece, portanto, a situação de atenção e o monitoramento continuará a ser respaldado pelos estudos prospectivos elaborados pelo ONS e pelo acompanhamento das demais medidas excepcionais em curso, fundamentais para a garantia da segurança do atendimento, especialmente para 2022”, informou o Ministério de Minas e Energia (MME) em nota.

Os dados apresentados pelo ONS indicam que as condições de atendimento e as perspectivas para os próximos meses são positivas, com destaque para a melhoria do atendimento eletroenergético, por conta do período de chuvas e da possibilidade de aumento no armazenamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Dessa forma, as projeções indicam que, nos cenários avaliados, não será necessário o uso da “reserva operativa”, ou seja, das usinas que ficam adicionais, mas sem injetar energia na rede.

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