1- Campos Neto diz que BC pode avançar em moeda digital até 2022, mas cita dilemas globais do projeto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na sexta-feira que a instituição pode avançar “bastante” até o fim de 2022 no projeto de criação de uma moeda digital no Brasil, mas reiterou não haver prazo fixo e elencou uma série de desafios globais para o empreendimento.
“Tem muitas perguntas que são feitas de um lado e respondidas do outro, e vice-versa”, disse Campos Neto.
“É o que a gente está tentando fazer nos nosso processos de ‘brainstorming’ (coleta de ideias) é tentar responder, entendendo que isso precisa ser uma moeda que seja uma extensão da moeda física, que não crie nenhuma disrupção no sistema financeiro.”
Campos Neto citou, por exemplo, um dilema sobre riscos de haver mais demanda por moeda digital por razões como maior segurança e maior capacidade de fazer diferentes operações.
Uma consequência disso afetaria o balanço dos bancos, em que a moeda digital não tem capacidade multiplicadora.
“Então o que aconteceria com o balanço dos bancos se todo mundo resolvesse fazer conversão integral de moeda física para eletrônica? Bom, teríamos um problema de intermediação financeira.”
Campos Neto relatou que, entre as soluções ouvidas em discussões, haveria a possibilidade de impor taxa de juros negativa na moeda digital para equilibrar demanda e oferta. “Óbvio que isso não é simples de fazer nem vai acontecer.”
Outra discussão seria sobre diferentes plataformas de moeda digital entre BCs com características diversas ditarem perda da principal características do ativo: o “cross-boarding”, ou seja, a possibilidade de pagamentos transfronteiriços.
“Então importante entender neste momento que há mais perguntas do que respostas“, disse o presidente do BC.
2- CPI quer convocar servidor que teria relatado propina em compra de vacinas a Luís Ricardo Miranda
A CPI da Covid no Senado quer convocar servidor mencionado pelo chefe do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, em depoimento à comissão que teria relatado cobrança de propina em negociação de compra de vacina.
O assunto veio à tona quando o irmão de Luís Ricardo, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) mostrava à CPI print de troca de mensagens por aplicativo com Luís Ricardo. O parlamentar chegou para o depoimento vestindo um colete à prova de balas.
Numa dessas conversas compartilhadas com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o servidor da Saúde alertou que um colega da pasta, de nome Rodrigo, mencionou “um rapaz” que estaria cobrando propina na venda de vacina.
“O ministério estava sem vacina e um colega de trabalho, Rodrigo, servidor, me disse que tinha um rapaz que vendia vacina e que esse rapaz disse que estavam cobrando propina”, disse Luís Ricardo, na mensagem de WhatsApp com o irmão.
Luís Ricardo comentou ainda, em outra mensagem, a pressão que recebia para dar andamento à processo de importação para uso emergencial no país da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin de chefes no Ministério da Saúde, tratamento diferente do dispensado à aquisição de outros imunizantes.
No diálogo com o deputado, o servidor do ministério estava preocupado com alguns fatos relacionados à compra da Covaxin: a antecipação de 100% do pagamento da vacina; o repasse para uma offshore, a Madison Biotech, que não constava do contrato; e ainda a previsão de envio de uma quantidade menor de doses do que as contratadas, além dos custos da importação.
“Pensa no preju que iria ser?”, questionou Luís Ricardo Miranda em áudio ao irmão deputado.
Diante do quadro, o deputado avisou o auxiliar direto de Jair Bolsonaro e chegou a relatar as suspeitas pessoalmente ao presidente da República.
Em comunicado, a Bharat Biotech, empresa que fabrica a vacina indiana Covaxin, informou que a Madison Biotech integra seu grupo e que foi fundada em 2020 para vendas globais e marketing de vacinas. Acrescentou que todas as empresas do grupo “aderem aos mais altos padrões de conformidade e são regidas por um código muito rigoroso de práticas éticas e governança corporativa”.
“Rejeitamos e negamos veementemente qualquer tipo de alegação ou implicação de qualquer irregularidade com relação ao fornecimento da Covaxin”, diz a empresa em nota.
3- Escola fechada prejudica busca por emprego
A retomada econômica para as mulheres pode ser mais desafiadora do que para os homens, avalia a economista Regina Madalozzo, pesquisadora do Insper e uma das autoras do estudo que analisa o impacto da pandemia de covid-19 sobre as trabalhadoras.
As entrevistas com as moradoras de três comunidades foram conduzidas entre outubro e dezembro de 2020, quando já se achava que havia retomada parcial das atividades, antes da segunda onda de casos no país.
“A dificuldade que elas tinham era não necessariamente só de vaga de trabalho, como diarista, empregada doméstica. Elas até tinham o sentimento de retomada. Mas qual era o problema? Se elas tinham criança pequena em casa, não tinham com quem deixar para ir trabalhar. Elas precisavam da escola, que até hoje não retomou”, diz.
Para a economista, o retorno das mulheres ao mercado será ainda mais atrasado justamente por causa da escola. Ela esclarece que não se trata de reabrir as instituições de ensino independentemente da situação do vírus, mas sim de compreender as necessidades das famílias.
Segundo Madalozzo, é preciso haver articulação e planejamento para evitar que o trabalho doméstico, que já recai mais sobre as mulheres, se transforme em um fator de peso ainda maior para impedi-las de embarcar na retomada.
Leia Mateus dos Santos, de 31 anos, moradora de Heliópolis, foi demitida em meados do ano passado. Ela trabalhava na copa de uma escola em São Paulo e viveu uma saga para resgatar seu seguro-desemprego, que caiu em uma conta bancária antiga, sediada na Bahia. Só a passagem de ida e volta custou R$ 250. “Gastei boa parte do seguro, bem mais do que se tivesse recebido aqui”, diz.
Até hoje, Leia não conseguiu emprego. Ela fica em casa, cuidando de um dos filhos – uma menina mora com a avó na Bahia. O pequeno ficou um tempo sem ir à escola porque a perda do salário de R$ 1,3 mil mensais inviabilizou o pagamento do transporte. “Agora consegui uma escola mais próxima”, diz.
O único sustento da casa vem do marido de Leia, que trabalha em uma loja de mecânica e estética de carros. A rotina do lar mudou. “Tem semanas que a gente nem consegue comer carne. Quando tem promoção a gente compra”, afirma Leia, dizendo que as alternativas têm sido frango e ovo.
4- GameStop é incluída no Russell 1000, que rastreia ações de grande capitalização
A varejista de videogames GameStop entrou oficialmente no índice Russell 1000, anunciou neste sábado a FTSE Russell. O índice rastreia ações de grande capitalização. Para serem incluídas na última atualização, as companhias deveriam ter capitalização de mercado de pelo menos US$ 7,3 bilhões no dia 7 de maio.
No começo do ano, os papéis da GameStop foram impulsionados por pequenos investidores que se comunicam por meio da rede social Reddit. Os movimentos especulativos chegaram a causar turbulência nas bolsas de Nova York. Antes de ser incluída no Russell 1000, a empresa atingiu capitalização de US$ 11,2 bilhões.
5- Ministério lança programa de inclusão socioeconômica para imigrantes
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o Movimento Virada Feminina e a Casa Venezuela, com o apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM), lançaram, na sexta-feira (25), o programa de inclusão socioeconômica Beleza Além das Fronteiras. Serão 200 mulheres venezuelanas e imigrantes de países vizinhos beneficiadas com a ação inicialmente.
Segundo o ministério, a iniciativa tem o objetivo de investir na autonomia econômica dessas mulheres com a inserção no mercado da beleza e integração no Brasil. As candidatas participarão de curso de assistente de cabeleireiro, de preparação para inclusão no mercado de trabalho e de treinamento para entrevistas. Elas terão apoio também para abertura do registro como Microempreendedor Individual (MEI).
As mulheres participantes receberão um kit de prevenção contra a covid-19 e um kit com equipamentos para a atividade profissional. Elas terão também acesso a informações sobre enfrentamento da violência contra a mulher, desenvolvimento de microempresas, informações financeiras, promoção da saúde da mulher e direitos trabalhistas.
No evento de lançamento do programa, na capital paulista, a ministra Damares Alves disse aos presentes que “quem nunca foi lá na [Operação] Acolhida precisa ir, vocês precisam ir lá”, referindo-se no local de entrada dos venezuelanos no Brasil, região de fronteira entre os dois países, em Roraima. “É emocionante ir lá, vocês precisam ir lá. E, quando vocês chegarem lá, vocês vão perceber que tenda não é lar, acampamento não é lar e a gente precisa ajudar a interiorizar.”
Damares disse o número de pessoas interiorizadas ultrapassaram 52 mil. “Nós estamos fazendo isso porque se fosse ao contrário esse povo incrível, que é o povo venezuelano, estaria nos acolhendo lá, nós precisamos acolher desta forma, com dignidade”, disse.
(*Com informações de Reuters, Agência Brasil e Agência Estado)
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