De olho no crescimento econômico brasileiro, o Bank of America (BofA) está apostando na alta do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Um relatório divulgado pelo banco na segunda-feira (26) aponta que, em 2020, o PIB deve crescer até 2,4%.
O banco acredita que o crescimento econômico nacional deve ser estimulado pela queda na inflação e a taxa Selic em níveis baixos, além do progresso nas reformas propostas pelo governo e as eleições municipais.
Crescimento econômico
O BofA está otimista em relação ao crescimento econômico do país neste ano, pesquisadores acreditam que além da elevação do PIB, o crescimento do consumo deve ser o principal fator para a recuperação econômica.
O que pode impulsionar o crescimento este ano?
- Aumento do consumo
- Crescimento de investimentos externos
- Queda na taxa de juros
- Melhores condições de crédito para a população
- Queda no índice de desemprego
Até o final de 2020, o BofA estima que o desemprego deve cair cerca de 1%, alcançando o patamar de 10,8% neste ano.
O aumento do número de privatizações e concessões públicas, além de medidas microeconômicas, como a modernização das normas regulatórias (NR) já em andamento, também devem ajudar na recuperação dos investimentos.
Inflação e queda nas taxas de juros
O Bank of America prevê que a inflação deve continuar baixa neste ano, acompanhando a queda da taxa Selic. O banco estipula que a inflação deve atingir o patamar de 3,6% até o final do ano, abaixo da meta de 4% definida pelo Banco Central (BC).
O aumento no preço da carne e no valores do comercio internacional devem influenciar o crescimento da inflação nos primeiros meses do ano.
O relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (27) apresentou uma taxa de 3,47 para a inflação neste ano.
Em dezembro de 2019, o BC cortou a taxa Selic para 4,5% ao ano, para os pesquisadores isso muda todo o cenário estrutural da economia brasileira.
Reformas do governo e eleições municipais
Após a aprovação da reforma da previdência em 2019, o governo brasileiro apresentou uma série de mudanças que devem ser realizadas para fortalecer a dinâmica fiscal. No entanto, o BofA acredita que as eleições municipais podem mudar os rumos das votações sobre as reformas apresentadas no Congresso.
O banco estipula que a agenda microeconômica fiscal e o processo de privatização de empresas públicas devem avançar neste ano. E apresentam otimismo em relação as novas leis trabalhistas.
Ainda segundo o relatório, os partidos de esquerda não devem ganhar impulso nas eleições municipais, já que, o discurso anti-corrupção e contra a esquerda continua em pauta no país.
A recuperação econômica também deve afetar as eleições locais, o BoaF estipula que a decepção com o crescimento proposto pelo presidente pode influenciar negativamente os aliados de Bolsonaro.
Crescimento do real
Para os pesquisadores, a fraqueza do dólar deve fortalecer moedas emergentes no mercado. Mas o real só deve ser afetado pelas reformas do governo, venda de ativos, ofertas públicas, privatizações e concessões que deve influenciar o interesse estrangeiro na moeda.
O real deve permanecer sensível a fatores globais por conta da exposição do país a commodities e taxas de juros relativamente baixas.