Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que são contrários ao resultado das eleições e a favor de uma intervenção militar no país, o que é ilegal, realizavam nesta quinta-feira 86 interdições e bloqueios em estradas de 11 estados, sendo Mato Grosso, importante produtor agrícola, e Santa Catarina, pólo de criação de aves e suínos, os mais afetados pelas manifestações golpistas dos apoiadores do presidente.
Os protestos seguiam, embora em menor escala do que nos dois dias que se seguiram à derrota eleitoral de Bolsonaro para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo após o presidente divulgar vídeo na quarta pedindo a seus apoiadores que desobstruam as rodovias, ao mesmo tempo que disse que outras manifestações são legítimas.
Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Mato Grosso tinha 27 interdições de estradas, enquanto Santa Catarina registrava 17 interdições e 13 bloqueios. Pelos critérios adotados pela PRF, bloqueios ocorrem quando o tráfego é completamente impedido, e interdições, quando há interrupção parcial do tráfego.
Bolsonaro não reconheceu textualmente sua derrota eleitoral para Lula e fez seu primeiro pronunciamento sobre a eleição 44 horas após a definição da eleição do petista para um terceiro mandato na Presidência da República.
Apesar da postura de Bolsonaro, que disse que os movimentos de cunho golpista de seus apoiadores são resultado de indignação e sentimento de injustiça com a forma que se deu o processo eleitoral, que deu a Lula a vitória com mais de 60 milhões de votos, o processo de transição de governo começará nesta quinta-feira.
À tarde, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, se reunirá com o vice-presidente eleito e coordenador da transição nomeado por Lula, Geraldo Alckmin, além da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do coordenador técnico da transição, Aloizio Mercadante.
Além dos atos golpistas nas estradas, apoiadores de Bolsonaro foram na quarta-feira, feriado do Dia de Finados, para portas de unidades do Exército em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras, pedir a intervenção das Forças Armadas, o que é ilegal.
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