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Economia

Dólar tem pouca alteração de olho em dados econômicos e perspectiva de juros de grandes economias

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar rondava a estabilidade frente ao real nesta quinta-feira, depois de ter subido na véspera, com o mercado vendo dados econômicos decepcionantes de grandes economias como um sinal de que os principais bancos centrais não persistirão muito tempo com a política monetária restritiva.

Às 10:06 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,03%, a 4,9711 reais na venda.

Na B3, às 10:06 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,04%, a 4,9775 reais.

“As recessões técnicas no Japão e no Reino Unido não afastam os investidores das compras, com a percepção da chegada do fim da campanha de juros altos pelos BCs derrubando as taxas de juros globais”, disse Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

“O dólar opera com perdas disseminadas, enquanto as commodities têm manhã mista… por aqui, o dia de agenda tranquila deixa o mercado exposto aos ventos externos.”

Dados de mais cedo mostraram que o Japão entrou inesperadamente em recessão no final do ano passado, perdendo seu título de terceira maior economia do mundo para a Alemanha, enquanto a economia do Reino Unido também entrou em recessão no segundo semestre de 2023.

Na esteira dos dados, investidores aumentaram suas apostas em corte dos juros pelo Banco da Inglaterra este ano, uma vez que afrouxar a política monetária pode oferecer um respiro para a economia.

Ajudando ainda mais o sentimento global, autoridades do Banco Central Europeu (BCE) disseram nesta quinta-feira que a inflação na zona do euro está voltando para a meta de 2% da instituição, embora tenham pedido mais evidências antes de cortar os juros.

Juros mais baixos nas economias avançadas tendem a elevar a atratividade de moedas de países emergentes, que, embora sejam mais arriscados, também costumam ser mais rentáveis. No entanto, ao contrário da Europa, os Estados Unidos têm mostrado resiliência econômica, o que deixa operadores na expectativa por mais dados norte-americanos.

Segundo Leonel Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX, investidores estão atentos a leituras de pedidos de auxílio-desemprego e vendas no varejo nos EUA que serão publicadas nesta quinta-feira.

Esses dados virão depois que números de terça-feira mostraram uma alta maior do que a esperada no índice de preços ao consumidor dos EUA em janeiro, o que levou investidores a adiarem novamente as projeções para um primeiro corte de juros pelo Federal Reserve.

“No começo do ano as apostas majoritariamente apontavam para março, depois começaram a apontar para maio, agora as apostas já apontam para o mês de junho e, por consequência, você tem um cenário em que a rentabilidade dos investimentos em dólar é mais elevada”, disse Mattos. “Esse é um cenário que contribui para o fortalecimento do dólar e pressiona a alta da nossa taxa de câmbio.”

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9727 reais na venda, em alta de 0,27%, em sessão reduzida e de pouca liquidez, com investidores se ajustando aos dados norte-americanos de terça –quando o mercado brasileiro estava fechado para o Carnaval.

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