1 – Eletrobras marca AGE para deliberar sobre privatização para 22 de fevereiro
A Eletrobras (ELETR3, ELETR6) marcou para 22 de fevereiro a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que vai viabilizar a desestatização da empresa, separando os ativos que não serão objeto da capitalização prevista para ocorrer no segundo trimestre deste ano.
A companhia observou que a operação na B3, porém, ainda depende da aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Na AGE será votada a reestruturação societária da Eletrobras, para manter sob o controle da União, via Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar), direto ou indireto, na Eletronuclear e na usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
Também passará pela avaliação dos acionistas o preço estipulado para Itaipu, de R$ 1,2 bilhão, e as condições para que a ENBPar assuma a Eletronuclear e outros programas do governo que não vão ser privatizados, como o programa de revitalização do rio São Francisco, o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) e o programa de redução de custos da energia elétrica na Amazônia Legal.
2 – Fed lista riscos e benefícios de moeda digital do banco central, sem assumir posição
A criação de uma versão digital oficial do dólar norte-americano poderia acelerar os pagamentos e fornecer às famílias uma opção segura à medida que a tecnologia de pagamentos evolui, mas também apresentaria riscos de estabilidade financeira e preocupações com privacidade, disse o Federal Reserve em um aguardado documento de discussão divulgado nesta quinta-feira.
O documento não fez recomendações de política e não ofereceu um sinal claro sobre a posição do Fed acerca do lançamento de uma moeda digital do banco central (CBDC, na sigla em inglês). Além disso, o Fed disse que não prosseguiria na criação de uma CBDC “sem apoio claro do Poder Executivo e do Congresso, idealmente na forma de uma lei autorizativa específica”.
Mas o relatório prepara o terreno para o banco central coletar avaliações do público sobre os possíveis custos e benefícios da abordagem, que está sendo cada vez mais explorada pelas principais economias do mundo.
“Embora uma CBDC possa fornecer uma opção de pagamento digital segura para famílias e empresas à medida que o sistema de pagamentos continua a evoluir e possa resultar em opções de pagamento mais rápidas entre países, também pode haver desvantagens”, escreveram autoridades do Fed no relatório.
Os desafios incluem manter a estabilidade financeira e garantir que o dólar digital “complemente os meios de pagamento existentes”, disse o Fed. O banco central também precisa abordar questões importantes antes de embarcar em uma CBDC, como garantir que não viole a privacidade dos norte-americanos e que o governo mantenha sua “capacidade de combater o financiamento ilícito”.
Mesmo sem fazer recomendações, o artigo esclareceu como uma CBDC pode funcionar na prática. Uma conclusão importante da análise foi que uma CBDC “seria mais adequada” às necessidades dos EUA se fosse “intermediada” pelo sistema financeiro atual, o que significa que os indivíduos não teriam contas de moeda digital diretamente com o Fed. Ainda assim, funcionários do Fed disseram que não estão descartando nada.
O documento, anunciado pelo chair do Fed, Jerome Powell, no ano passado, resume o cenário de pagamentos, incluindo o surgimento de stablecoins e outras criptomoedas. Comentários sobre o assunto serão aceitos por 120 dias.
“O documento não pretende avançar em nenhum resultado específico de política, nem sinalizar que o Federal Reserve tomará decisões iminentes sobre a adequação de emitir uma CBDC dos EUA”, diz.
Powell deixou claro que gostaria que tal projeto tivesse amplo apoio e, idealmente, fosse o produto da ação do Congresso. A diretoria do Fed de forma geral se mostra dividida sobre a necessidade de uma CBDC.
Ao contrário das criptomoedas, que normalmente são administradas por atores privados e podem sofrer amplas oscilações de preços, uma CBDC seria emitida e apoiada pelo banco central. Também difere das transações em dinheiro eletrônico que acontecem diariamente por meio de grandes bancos comerciais, pois poderia dar aos consumidores conexão direta com o banco central, semelhante à estabelecida pelo dinheiro físico.
O artigo divulgado nesta quinta-feira é separado da pesquisa em que o Fed de Boston vem trabalhando com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts para explorar os aspectos tecnológicos de uma CBDC. Essa pesquisa técnica, incluindo codificação que pode ser usada para uma potencial CBDC dos EUA, será lançada já no próximo mês.
O relatório do Fed vem em um momento em que cerca de 90 países, das Bahamas à China, exploram ou lançam suas próprias moedas digitais do banco central, de acordo com pesquisa do Atlantic Council.
3 – Ativos brasileiros serão penalizados em 2022, mas sinais de presidenciáveis podem amenizar pressão, diz Rio Bravo
Os ativos brasileiros ainda devem ser penalizados neste ano, como é típico em período eleitoral, mas algumas sinalizações iniciais de presidenciáveis sobre âncora fiscal e preços já descontados podem limitar os sobressaltos ao longo de 2022, avaliou nesta quinta-feira o economista da gestora Rio Bravo João Leal.
Mesmo fatores externos, sobretudo o provável início do aperto monetário nos Estados Unidos em meio a uma inflação elevada, parecem estar mais no preço, amenizando, assim, eventual impacto adicional sobre os mercados domésticos, disse o economista.
Para Leal, o foco dos investidores hoje está nas indicações de como o futuro presidente da República lidará com uma “dura” restrição orçamentária em 2023.
O economista disse que acenos feitos na véspera pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a potenciais aliados de campos políticos tradicionalmente rivais enviaram um sinal positivo ao mercado sobre gestão mais responsável das contas públicas, mas que ainda há informações “desencontradas” acerca do tema vindas de economistas próximos ao petista.
“Talvez haja uma gestão com maior responsabilidade fiscal, com Lula trazendo Geraldo Alckmin como vice-presidente. Talvez a gente tenha, se Lula eleito, um governo mais pragmático, mais perto do que foi 2022.”
Lula tem se mantido como líder nas mais recentes pesquisas de intenção de votos para a Presidência da República, seguido pelo atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, que está agora às voltas com demandas de categorias do funcionalismo público por reajuste salarial. O ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém a defesa de que não seja concedido reajuste salarial a nenhuma categoria do funcionalismo.
“Nosso cenário-base é de um mercado que ainda vai operar sob tensão eleitoral no ano. Pode ser, contudo, que essa tensão seja historicamente menor, uma vez que as sinalizações dos presidenciáveis confirmem uma gestão com maior responsabilidade fiscal”, afirmou Leal.
Nesse contexto, com juros mais altos e boa parte das más notícias precificadas, a Rio Bravo até vê uma taxa de câmbio levemente mais apreciada ao fim de 2022, com o dólar valendo R$ 5,50, ante R$ 5,5735 do fim de 2021.
O dólar à vista caía a R$ 5,42 nesta quinta-feira, depois de forte baixa na véspera, depois de descer a R$ 5,38.
“A subida do juro no Brasil deve criar oportunidades na renda fixa, enquanto a cautela nos ativos de renda variável deve prevalecer, apesar de os níveis atuais de preços mostrarem ativos baratos”, disse a Rio Bravo em relatório de consenso macroeconômico.
A casa espera que a taxa Selic alcance 11,75% ao fim de 2022, acima dos atuais 9,25%.
4 – Brasil oferece apoio da Petrobras à exploração de petróleo no Suriname
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (20) que a Petrobras (PETR3, PETR4) pode colaborar na exploração de reservas de petróleo no Suriname. O presidente chegou durante a manhã a Paramaribo, capital do país vizinho, para uma visita oficial.
“Temos a oferecer ao país nossa expertise na prospecção de petróleo e por isso trouxemos o ministro das Minas e Energia. Eu cumprimento e agradeço o que conversamos há pouco, na possível prioridade para que o país, através da Petrobras, venha a colaborar na prospecção de petróleo e gás”, afirmou Bolsonaro, durante declaração conjunta à imprensa ao lado do presidente do Suriname, Chandrikapersad Santokhi. O governo do Suriname descobriu recentemente reservas de óleo e gás e agora trabalha para garantir a exploração dos combustíveis.
Os dois presidentes assinaram uma declaração conjunta que detalha os principais acordos e tratados assinados durante a visita. Sobre isso, o chefe de Estado surinamês mencionou longa parceria bilateral entre as nações e destacou os principais pontos tratados durante o encontro.
“Estou convencido de que nossa cooperação no futuro em várias áreas, entre ela comércio, investimentos energia, incluindo petróleo e gás, segurança, defesa, bem como assuntos migratórios e consulares, com certeza renderão resultados concretos em benefício mútuo”, disse Santokhi.
Mais cedo, após desembarcar no país, Bolsonaro participou de um almoço com Santokhi e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, segundo a agenda oficial informada pelo Ministério das Relações Exteriores. Na ocasião, os três chefes de Estado discutiram projetos de interesse comum. É primeira visita de um chefe de Estado brasileiro ao Suriname desde 2005, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Paramaribo.
Amanhã (21), o presidente Jair Bolsonaro fará uma visita à capital da Guiana, Georgetown. A previsão é que ele retorne ao Brasil em seguida.
5 – Banco do Brasil volta a ser eleito o mais sustentável do mundo
Pela terceira vez, o Banco do Brasil (BBAS3) foi eleito o banco mais sustentável do mundo pelo ranking Global 100, da empresa canadense de pesquisa Corporate Knights. A instituição financeira havia conquistado a liderança no segmento bancário em 2019 e em 2021.
Nos últimos dez anos, o BB apareceu no ranking das 100 corporações mais sustentáveis do mundo em sete. Entre as companhias brasileiras, o banco foi a empresa mais bem posicionada, ocupando o 21º lugar geral de sustentabilidade em todo o mundo.
Segundo a Corporate Knights, a carteira de negócios sustentáveis do Banco do Brasil, atualmente com saldo superior a R$ 282 bilhões, foi o destaque para a classificação no ranking. Formada por linhas de crédito que financiam atividades com retorno socioambiental, a carteira é submetida a avaliação independente e usa critérios internacionais para definir projetos e empreendimentos sustentáveis.
Entre os segmentos financiados pela carteira, estão os setores de energias renováveis, eficiência energética, construção, transporte e turismo sustentáveis, água, pesca, floresta, agricultura sustentável, gestão de resíduos, educação, saúde e desenvolvimento local e regional.
O ranking foi divulgado durante o encontro anual do Fórum Econômico Mundial, evento que reúne líderes mundiais e empresários em Davos, na Suíça, ao longo desta semana. Lançado em 2005, o ranking Global 100 lista as 100 grandes corporações mais sustentáveis do mundo. Ao todo, cerca de 7,3 mil empresas com receita anual de mais de US$ 1 bilhão por ano foram avaliadas.
O ranking avalia as dimensões econômica, ambiental e social de grandes companhias. Baseada em dados públicos publicados pelas empresas, a pesquisa considera 21 indicadores de desempenho, entre os quais gestão financeira, de pessoal e de recursos; receita obtida de produtos e de serviços com benefícios sociais e/ou ambientais; e desempenho da cadeia de fornecedores.
O Banco do Brasil faz parte de índices de bolsas de valores que consideram empresas sustentáveis do ponto de vista ambiental e social, como o Dow Jones Sustentability Index, da Bolsa de Nova Iorque, nas categorias mercados globais e emergentes, o FTSE Good Index Series, da Bolsa de Londres, e o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, a bolsa de valores brasileira.
Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil
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