O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou queda de 1,93% em junho, após queda de 1,84% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (29). A queda foi maior que o esperado pelo mercado.
O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, a leitura do IGP-M deste mês foi resultado da queda dos preços dos combustíveis na refinaria, com o diesel cedendo 13,82% e a gasolina caindo 11,69%. “Afora tal contribuição, os preços de importantes commodities agropecuárias seguem em queda, como: milho (-14,85%) e bovinos (-6,55%)”, acrescentou ele.
O resultado foi derivado da deflação do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) que caiu 2,73%, mas também da deflação de 0,25% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
“Os números de junho jogaram a variação em 12 meses do índice para 6,86% de queda, já no IPA a deflação em 12 meses é ainda mais expressiva: queda de 10,34%. O IPA sobe em 12 meses discretos 2,38%”, comentou o economista André Perfeito.
“Tudo isso reitera mais uma vez a perspectiva de que sim, o Copom irá iniciar os cortes na taxa básica na próxima reunião do colegiado do BCB. Uma economia altamente indexada como a brasileira a queda do IGP-M tem forte poder “moderador” de preços em geral”.
andré perfeito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o patamar atual da Selic de 13,75% nesta quinta-feira, dizendo que não existe “explicação” para o nível da taxa básica de juros e que parece que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não entende “de país” e “de povo”.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Lula ainda afirmou que o BC elevou a Selic de forma “exagerada” pois foca apenas em atingir sua meta de inflação e que não se importa com a geração de empregos no país.
(*Com informações da Reuters)
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