Os custos de saúde e da gasolina pesaram e a alta do IPCA-15 acelerou em maio, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado e com a taxa em 12 meses mostrando alívio.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,44% em maio depois de ter avançado 0,21% em abril, contra expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,48%. A alta de maio foi a mais branda para o mês desde 2021, quando também subiu 0,44%
Os dados divulgados nesta terça-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que, nos 12 meses até maio, o índice passou a acumular uma alta de 3,70%, de 3,77% no mês anterior e expectativa de 3,72%.
A meta para a inflação em 2024 é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
Em maio, os dados do IBGE mostram que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta dos preços.
LEIA MAIS: O Renda+ na era do IPCA+6%: ganhos de até 1.800% acima da inflação
Saúde e cuidados pessoais tiveram o maior aumento de preços no mês, de 1,07%, sob influência dos produtos farmacêuticos (2,06%) após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março.
Já o grupo Transportes apresentou avanço de 0,77% em maio, resultado impactado pelas altas de 1,90% da gasolina e de 6,04%das passagens aéreas. Os combustíveis em geral subiram 2,10%, com altas do etanol (4,70%) e do óleo diesel (0,37%).
Alimentação e bebidas, com forte peso no bolso dos consumidores, subiu 0,26%, com a alimentação no domicílio em alta de 0,22% em maio e alimentação fora do domicílio subindo 0,37%.
O Banco Central vem ressaltando a preocupação com a pressão sobre os preços de uma atividade econômica e mercado de trabalho com maior dinamismo do que o esperado. Também destaca as expectativas de inflação desancoradas e medidas de inflação subjacente (que excluem dados mais voláteis) acima da meta.
O BC reduziu neste mês o ritmo de afrouxamento monetário com um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros Selic, para 10,50% ao ano, após seis quedas consecutivas de 0,50 ponto na taxa. Também foi abandonada a indicação para passos futuros da política monetária.
A ata desse encontro mostrou que todos os diretores defenderam uma política monetária mais contracionista, cautelosa e sem indicação futura sobre os juros, apesar da divisão no colegiado sobre a intensidade do corte na Selic.
LEIA MAIS: Com o tempo, as pessoas vão entender que decisão do Copom foi técnica, diz Campos Neto
A pesquisa Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 3,86%, com a Selic a 10,0%.
Rio Grande do Sul
O IBGE informou ainda que a coleta de preços na modalidade remota foi intensificada na região metropolitana de Porto Alegre, área de abrangência da pesquisa, devido à situação de calamidade pública decretada por conta das enchentes que assolam o Estado. A coleta em modo presencial foi feita quando possível.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de abril a 15 de maio de 2024, sendo que aproximadamente 30% da coleta no Rio Grande do Sul foi realizada durante a situação emergencial de modo remoto, por telefone ou internet, em vez do modo presencial.
A coleta remota de preços foi intensificada a partir do dia 6 de maio, quando aproximadamente 70% dos preços já tinham sido coletados, de acordo com o IBGE.
“Ainda assim, nem todos os subitens puderam ser coletados por telefone ou pela internet, como foi o caso de alguns subitens do item hortaliças e verduras”, disse o IBGE.
Veja também
- No day after do Copom, bolsa tem queda forte e dólar volta a subir
- CCR supera Pátria e EPR e leva pacote de rodovias do Paraná
- Às vésperas de mais uma alta do juro, dólar bate novo recorde: R$ 6,082
- Dona do Ozempic anuncia mais R$ 500 milhões em investimentos em fábrica de Minas Gerais
- Intel deveria ter se concentrado em IA em vez de fazer chips, diz fundador da TSMC