O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,67% em junho, após alta de 0,47% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8).
A alta foi influenciada principalmente pelo aumento de 0,80% no grupo de alimentação e bebidas, que tem grande peso no índice geral (21,26%).
“O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços dos alimentos para consumo fora do domicílio (1,26%), com destaque para a refeição (0,95%) e o lanche (2,21%). Nos últimos meses, esses itens não acompanharam a alta de alimentos nos domicílios, como a cenoura e o tomate, e ficaram estáveis. Assim como outros serviços que tiveram a demanda reprimida na pandemia, há também uma retomada na busca pela refeição fora de casa. Isso é refletido nos preços”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
O pesquisador também destaca outro fator que influenciou o resultado do índice em junho: o aumento no plano de saúde (2,99%).
No acumulado de 12 meses até junho, o IPCA teve alta de 11,89%, contra alta 11,73% do mês anterior.
Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,70% em junho, acumulando em 12 meses alta de 11,90%.
“O setor de alimentos teve alta com destaque para o leite. Por conta da estiagem nas pastagens, o nível não está propício para alimentação dos gados. Isso fez com que o leite fosse um dos itens que mais subissem. A população sente bastante essa alta”, afirmou Cassiano Konig, sócio da GT Capital.
Para o especialista, o segundo semestre, com medidas de redução do ICMS, deve ter arrefecimento do cenário inflacionário com queda de 2,5 a 3%. A taxa Selic mais elevada deve perdurar por tempo maior e iniciar queda somente a partir do segundo semestre do ano que vem.
*Com Reuters.
Veja também
- Efeitos da estiagem sobre energia e alimentos pressionam IPCA em setembro
- Brasil registra primeira deflação do ano em agosto, queda de 0,02% no IPCA, aponta IBGE
- Inflação anual do Brasil supera todas as previsões, sustentando altas taxas de juros
- IPCA desacelera mais que o esperado em junho com alimentos e serviços, mas taxa em 12 meses supera 4%
- IPCA sobe 0,46% em maio, intensificado pelas enchentes no RS