O pessimismo do mercado financeiro com a inflação, o crescimento econômico e o câmbio piorou na última semana, mostrou o Boletim Focus do Banco Central, divulgado na manhã desta segunda-feira (25). A mudança acontece após manobras propostas pelo ministro Paulo Guedes no teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil a R$ 400.
Diversas instituições alteraram seus cenários, prevendo uma deterioração econômica maior devido à perda de credibilidade da âncora fiscal.
Selic
Para este ano, a estimativa para a taxa Selic subiu de 8,25% para 8,75%, o que supõe uma aceleração no passo de alta de juros, até setembro em 1 ponto porcentual, ainda este ano. Há um mês, a mediana era de 8,25%.
Já a estimativa para o fim de 2022 passou de 8,75% para 9,50%, uma das mudanças mais bruscas da história da pesquisa de uma semana para a outra. Há quatro semanas, estava em 8,50%.
Após as primeiras sinalizações do governo de flexibilização fiscal e antes do início do período de silêncio, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk sinalizou que um maior risco fiscal significaria uma política monetária mais apertada.
Também disse que o BC avaliaria, como fez no Copom anterior, se o nível final de juros seria suficiente para convergência da inflação à meta em 2022 ou se seria necessário aumentar o ritmo de alta também.
Dólar
A mediana das expectativas para o dólar no fim de 2021 passou de R$ 5,25 para R$ 5,45, ante R$ 5,20 de um mês atrás. Para 2022, a estimativa também subiu de R$ 5,25 para R$ 5,45, ante R$ 5,24 há quatro semanas.
IPCA
Já a projeção para o IPCA (indicador oficial da inflação do país) de 2021 saltou 0,27 ponto porcentual, de 8,69% para 8,96%, a 29ª alta consecutiva, conforme o Relatório Focus, cada vez mais distante do teto da meta (5,25%) a ser perseguida pelo Banco Central (BC). Há um mês, estava em 8,45%.
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