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Economia

Nervosismo do mercado sobe além da conta até para dia de Fed

Dia marcado por decisões gera tensões para os mercados financeiros.

Fed

Dias em que o Federal Reserve anuncia sua política monetária costumam ser um momento de maior ansiedade para os mercados financeiros. Nessa quarta-feira (4) o estresse foi além da conta.

Desde ações a títulos e moedas, a turbulência ficou muito alta antes da reunião em que o banco central americano deverá aumentar juros em 0,5 ponto percentual, a primeira alta dessa magnitude desde 2000. 

Em todos os tipos de ativos, a volatilidade implícita subiu para níveis não vistos em nenhuma sessão pré-Fed em mais de uma década.

O nervosismo está em toda parte depois que as ações e os títulos tiveram sua pior liquidação mensal conjunta desde a crise financeira global, enquanto o dólar subiu para uma máxima de 20 anos contra as principais moedas.

Embora a turbulência possa corroborar a visão de que o Fed teve sucesso em sua transparência, a velocidade e a duração dos aumentos futuros permanecem obscuras. Uma questão que paira sobre os investidores é se o aperto nas condições financeiras será rápido o suficiente para esfriar a economia.

“Se a resposta a essa pergunta for não – e o crescimento econômico continuar bem acima da tendência – as condições financeiras precisam apertar mais”, disse Dennis DeBusschere, fundador da 22V Research. “Embora os movimentos nos yields nominais e reais de 10 anos e no dólar tenham sido dramáticos, a preocupação é que eles possam continuar se a economia dos EUA não desacelerar ainda mais.”

Esse é o cenário que os investidores enfrentam: com o banco central embarcando em uma campanha para combater a inflação que está em uma máxima de quatro décadas, o Fed rapidamente se transformou de aliado em inimigo.

As consequências são evidentes nos mercados de derivativos em todos os ativos. No fechamento de terça-feira, o Cboe Volatility Index, ou VIX, um indicador de custos para as opções do S&P 500, estava acima de sua média de longo prazo. 

O ICE BofA MOVE Index, um indicador semelhante para títulos do Tesouro, pairou perto das máximas atingidas no auge da crise em março de 2020. O mesmo aconteceu com o JPMorgan Global FX Volatility Index.

Combinados, o total das três medidas de volatilidade superou níveis no dia anterior a qualquer anúncio de política do Fed desde 2011.

No passado, um ambiente de baixa inflação permitia ao FOMC “repetidamente reverter o curso ao primeiro sinal de volatilidade do mercado, o que se tornou o procedimento operacional padrão”, disse Michael O’Rourke, estrategista-chefe de mercado da JonesTrading. “Hoje, o banco central está tão atrás da curva em política de inflação que não pode reverter o curso tão cedo.”

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