Você sabia que NFT não é sinônimo de arte ou de colecionáveis digitais? Apesar de alguns projetos nesse sentido serem bastante interessantes, esses são apenas alguns dos usos que foram empregados para essa nova tecnologia.
Neste ponto, vale a pena analisar a história desta tecnologia, desde o surgimento do blockchain ethereum (ETH) até esse fenômeno mais recente dos NFTs que estamos acompanhando.
Em 2014, a rede ethereum surgiu com a proposta de ser um grande computador descentralizado. Isso quer dizer que ele se propôs a ser uma infraestrutura tecnológica para a construção de aplicativos que seriam também descentralizados.
O que quer dizer descentralizado neste contexto?
Descentralizado quer dizer que, ao invés de desenvolver uma aplicação com uma arquitetura utilizando o mais conhecido sistema cliente-servidor de programas centralizados, que são controlados por suas entidades emissoras que guardam e fornecem todos os dados da maneira que querem, agora seria possível que aplicações rodassem em milhares de computadores pelo mundo todo, sem a inferência de uma organização.
Portanto, programas no contexto descentralizado não podem ser retirados do ar de forma arbitrária por nenhum terceiro.
Com isso, uma infinidade de propostas começaram a pipocar utilizando esse novo protocolo e, entre mortos e feridos, ou o que podemos dizer que prosperou neste ecossistema foi a “tokenização” de ativos que nada mais é do que utilizar a infraestrutura do ethereum para criação de tokens para projetos específicos.
Vamos entrar um pouco mais a fundo e explorar alguns aspectos técnicos do ethereum, mais especificamente sobre os tokens.
O que é um token em um blockchain?
Os tokens podem representar praticamente qualquer coisa neste ambiente digital, como:
- reputação em uma plataforma;
- ativos financeiros, como ações de uma empresa;
- certificados, como de créditos de carbono;
- dinheiro, como dólar ou real;
- um criptoativo nativamente digital;
- entre outros.
De 2015 a 2017, o padrão de token que predominava na rede ethereum para este tipo de aplicação era o chamado ERC-20 que tinha como característica ser um token fungível.
Fungível é como o nosso dinheiro físico ou os criptoativos que conhecemos. Isto quer dizer que eles podem ser divididos ou trocados, por exemplo: uma cédula de R$ 1 tem o mesmo valor que uma moeda de R$ 1, portanto, elas podem ser trocadas, ou, ainda, R$ 1 pode ser dividido por duas moedas de 50 centavos.
Mas, em 2017, surgiu um novo padrão de token na rede ethereum, o chamado padrão ERC-721. Diferente do ERC-20, o ERC-721 trouxe a característica de der um token não fungível, daí veio o famoso NFT (Non Fungible Token).
Ao contrário dos tokens fungíveis, os NFTs, por sua própria característica, são usados para identificar ou representar algo absolutamente único neste ambiente digital, algo que não pode ser dividido em frações e também não permite a criação de outro token com as mesmas características.
Atualmente, não é somente a ethereum que permite esse tipo de solução. Outras blockchains como a rede Polygon e a Solana também oferecem esse tipo de solução.
E o futuro?
Agora que conseguimos separar e entender um pouco melhor a tecnologia e suas aplicações, podemos voltar para a pergunta inicial deste artigo.
Mas e daqui para frente? O que podemos projetar utilizando uma tecnologia que permite propriedade digital única e auditável neste ambiente digital?
Resta aguardar.
*Thiago Padovan é co-fundador da Blockchain Academy e co-fundador e consultor em inovação e tecnologias distribuídas no projeto Movements Network. Ele vem atuando nos últimos anos em projetos de educação, inovação e Blockchain para empresas e agências de publicidade. |
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