O sistema já acumula mais de 1 milhão de autorizações de clientes para compartilhamento de seus dados bancários, segundo o Banco Central (BC). Um dos primeiros a “abrir o sistema financeiro” no mundo, o Reino Unido precisou de dois anos para alcançar essa marca – o Brasil conseguiu em quatro meses.
Na terceira fase do open banking, que entrou em vigor no último dia 29 de outubro, as instituições financeiras passaram a poder compartilhar informações sobre serviços de transferência via Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do BC.
O que muda na quarta fase do open banking
A última fase do open banking (open finance) será dividida em duas partes. Neste primeiro momento, haverá apenas o compartilhamento dos produtos ofertados pelas instituições financeiras, incluindo taxas e condições. Isso deve facilitar a comparação entre os serviços pelo cliente.
Veja abaixo a lista dos produtos financeiros incluídos nesta fase:
- Certificado de Depósito Bancário (CDB);
- Recibo de Depósito Bancário (RDB);
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI);
- Letras de Crédito do Agronegócio (LCA);
- Cotas de fundos de investimento;
- Títulos públicos federais disponibilizados pelo Tesouro Direto;
- Ações;
- Cotas de fundos de índices listados em bolsa de valores;
- Debêntures;
- Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI);
- Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
A partir de 31 de maio de 2022, o usuário também vai poder partilhar seus próprios dados de investimento, seguros, previdência privada e câmbio, se for do seu desejo.
Isso vai permitir, por exemplo, que um banco X veja que a taxa de remuneração cobrada pelo banco Y de um determinado cliente está muito alta ou não dá o retorno adequado ao perfil, e ofereça a ele um plano mais vantajoso.
“O modelo brasileiro de open banking envolve o maior escopo do mundo, incluindo desde o início da implementação de dados sobre crédito”, diz o diretor de Regulação do BC, Otávio Dâmaso.
O compartilhamento das informações financeiras dos clientes no open banking, que acontecerá em um momento posterior, só poderá ser feito mediante autorização expressa.
A iniciativa do BC, que pretende aumentar a competitividade no sistema financeiro, começou em fevereiro. De lá para cá, já são mais de 700 instituições participantes e 51 milhões de conexões, que são as “chamadas” entre as instituições participantes para troca de informações.
O que é open banking
O open banking, ou sistema financeiro aberto, é um conjunto de práticas e tecnologias que permitem o compartilhamento das informações de um cliente entre instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central (BC).
A medida surge na linha de inovações da Agenda BC#, que tem como pilares a inclusão financeira, competitividade e transparência. A expectativa do BC é que o Open Banking crie um o ecossistema financeiro mais competitivo e eficiente entre as instituições, além de possibilitar a criação de novos modelos de negócio e serviços que beneficiam o consumidor.
O Brasil não é o único país a pensar um sistema financeiro aberto: ao redor do mundo, países como Austrália, México, Japão e Singapura caminham em direção ao Open Banking. Além disso, o Reino Unido concretizou sua implementação em 2018.
*Com informações do Estadão Conteúdo