A Petrobras elevará o preço médio do diesel nas refinarias em cerca de 3,8% e a gasolina em 1,9%, após avanços no preço do barril do petróleo no exterior, informou a empresa nesta quinta-feira.
Depois de dois recuos consecutivos, o diesel terá elevação de R$ 0,10, a R$ 2,76 por litro nos pontos de venda da empresa, enquanto a gasolina subirá de R$ 0,05 a R$ 2,64 por litro.
O anúncio vem após Roberto Castello Branco deixar a presidência da empresa nesta semana, por decisão do presidente da República, Jair Bolsonaro, que criticou a política de preços de combustíveis administrada pelo executivo, diante de fortes altas nas cotações este ano.
O diesel acumula avanço de cerca de 36% neste ano até agora, enquanto a gasolina aproximadamente 43,5%.
Troca de comando na Petrobras
O diretor-executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Carlos Alberto Oliveira, assumiu a presidência da empresa como interino até a eleição e posse do próximo presidente, o general da reserva Joaquim Silva e Luna. A eleição pelo Conselho de Administração está marcada para sexta-feira.
Em nota, a Petrobras afirmou nesta quinta-feira que “o alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”.
“Os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo”, disse a Petrobras, ressaltando que a política permite maior eficiência e evita o repasse imediato da volatilidade externa para os preços internos.
A empresa também disse que as variações aplicadas pela companhia tem “influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais”.
Os valores que chegam aos postos têm impactos de impostos, margens de distribuição e revenda, além de mistura de biocombustíveis, dentre outras questões.
O sócio da Raion Consultoria, Eduardo Melo, avaliou que os reajustes vieram como resultado de altas do petróleo no mercado internacional, influenciadas por queda de estoques nos EUA e um cenário mais otimista para a demanda global.
“Na nossa visão, os aumentos estão em linha mais ou menos com o cenário de tendências de mercado… tanto do diesel quando da gasolina, foram aplicados de forma calibrada, os seja, o espaço que havia para fazer o reajuste foi aplicado pela Petrobras”, disse o sócio da Raion Consultoria, Eduardo Melo.
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