Economia
PIB: ranking mostra quais países cresceram enquanto Brasil andou de lado
Entre 48 países, o Brasil ficou na 28ª posição no ranking do PIB do 2º trimestre.
A queda de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no 2º trimestre coloca o país na 28ª posição em um ranking com o desempenho da economia de 48 países. O Brasil ficou à frente de países como Hong Kong, Taiwan e Colômbia, e atrás de outros como China, Turquia e México.
O ranking do PIB foi feito pela Austin Rating com os dados já divulgados por diversos países até esta terça-feira (1º). Veja abaixo:
O resultado de 0,1% de queda do PIB brasileiro veio abaixo do esperado pelo mercado, que projetava alta de 0,2% no segundo trimestre. O resultado foi impactado pelo recuo de 2,8% da agropecuária e de 0,2% da indústria, enquanto o crescimento de 0,7% do setor de serviços amenizou as perdas.
Primeiro semestre
O levantamento da Austin também incluiu os dados do acumulado do ano. Em uma lista que inclui 55 países, o Brasil ficou na 21ª posição, com alta de 6,4% do PIB nessa base de comparação.
Veja abaixo o ranking do PIB por países na primeira metade de 2021:
Posição no ranking | País | Variação do PIB no 1º semestre de 2021 |
1 | Peru | 22,90% |
2 | Turquia | 14,40% |
3 | China | 13,10% |
4 | Índia | 10,90% |
5 | Mongólia | 10,60% |
6 | França | 10,00% |
7 | Colômbia | 9,40% |
8 | Estônia | 9,20% |
8 | Chile | 9,20% |
9 | Eslovenia | 9,00% |
10 | Itália | 8,30% |
11 | Reino Unido | 8,10% |
12 | México | 8,00% |
12 | Cingapura | 8,00% |
13 | Hungria | 7,90% |
14 | Espanha | 7,80% |
14 | Hong Kong | 7,80% |
14 | Taiwan | 7,80% |
14 | Malásia | 7,80% |
15 | Croácia | 7,70% |
16 | Japão | 7,50% |
17 | Israel | 7,30% |
18 | Bélgica | 7,20% |
19 | Tunísia | 6,60% |
20 | Canadá | 6,50% |
21 | Romênia | 6,40% |
21 | Brasil | 6,40% |
22 | Estados Unidos | 6,30% |
23 | Chipre | 5,70% |
24 | Vietnã | 5,50% |
25 | Portugal | 5,10% |
25 | Polônia | 5,10% |
26 | Eslováquia | 5,00% |
27 | Letônia | 4,90% |
27 | Suécia | 4,90% |
27 | Armênia | 4,90% |
28 | Rússia | 4,70% |
29 | Lituânia | 4,50% |
30 | Coreia do Sul | 3,90% |
30 | Bulgária | 3,90% |
31 | Filipinas | 3,80% |
32 | Dinamarca | 3,60% |
33 | Holanda | 3,50% |
34 | Finlândia | 3,30% |
35 | Indonésia | 3,20% |
35 | Alemanha | 3,20% |
36 | República Tcheca | 3,10% |
37 | Áustria | 3,00% |
38 | Islândia | 2,80% |
38 | Nigéria | 2,80% |
39 | Tailândia | 2,50% |
40 | Noruega | 2,40% |
41 | Ucrânia | 1,70% |
42 | Moçambique | 1,00% |
43 | Arábia Saudita | -0,90% |
Sobe e desce de países
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, comenta as mudanças na lista com os resultados do segundo trimestre na comparação com o ranking do PIB do primeiro. Se antes o topo da lista era dominado por países asiáticos enquanto europeus estavam nas posições mais baixas, agora o quadro é oposto.
“No primeiro trimestre, os países da Europa foram fortemente afetados pela segunda onda da pandemia no final do ano (anterior). Já os emergentes da Ásia ficaram no começo da tabela no primeiro trimestre. Agora, essa fotografia mudou um pouco, quase se inverteu. Os países da Europa foram muito bem”, constata Agostini.
O economista comenta que “a pandemia tem atingido os países de formas diferentes, porém a reação e combate” são determinantes para a economia. “Basta ver que países desenvolvidos que conseguiram enfrentar a segunda onda tiveram bom resultado no segundo trimestre.”
Dados mais recentes têm mostrado que a forte recuperação econômica asiática no ano passado vem perdendo impulso, com o aumento nos casos de covid-19 reduzindo o movimento no comércio novamente.
Brasil: do ‘meio da tabela’ para baixo?
Agostini comenta o fato de o Brasil estar frequentemente “no meio da tabela” nos últimos levantamentos feitos pela Austin – ou seja, o país não tem figurado ao lado de outros que convivem com suas economias em forte queda, mas também não se destaca entre os maiores crescimentos. “O Brasil sempre fica ali no meio da tabela, um pouco mais pra baixo”, constata.
Para o economista, esse fenômeno tem a ver com as questões internas da economia brasileira, agravadas em um cenário em que a pandemia da covid-19 atingiu países no mundo todo.
“O Brasil tem a questão interna. Já vem desde 2014 sofrendo com déficit fiscal, que se agravou com a pandemia e acabou gerando polarização e politização muito grandes que deixaram para segundo plano as ações necessárias para tentar reverter essa situação”, analisa Agostini, acrescentando que, ao mesmo tempo, “a demora da vacinação deixou o Brasil na rabeira do processo de recuperação”.
O economista destaca ainda que a previsão para a economia do Brasil nos próximos anos é inferior na comparação com a de outros países. A projeção é que o PIB do Brasil suba 5,2% em 2021 e 2,5% em 2022. Os números estão abaixo das projeções de 6% e 4,4% da economia mundial, respectivamente, e também da média de 6,8% e 4,8% previstos para os países do chamado grupo dos BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
“O governo vai comemorar a alta do PIB neste ano, mas é uma alta em cima de uma base deprimida. Descontada a base estatística, o PIB vai crescer, na verdade, 1,7%, que é um crescimento medíocre, porém muito alinhado à nossa realidade”, diz Agostini.
“Voltamos à nossa realidade que ainda é de um PIB baixo, justamente porque temos grandes desafios”, finaliza o economista, listando inflação alta, desemprego elevado, juros subindo, crise hídrica e cenário político conturbado.
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