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Economia

Produção da indústria brasileira tem queda de 0,6% em agosto, mostra IBGE

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção subiu 2,8%.

A produção industrial brasileira registrou queda de 0,6% em agosto na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Na comparação com agosto de 2021, houve crescimento de 2,8%.

No ano, a indústria acumula queda de 1,3% e, em 12 meses, de 2,7%. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de queda de 0,6% na variação mensal e de alta de 2,3% na base anual.

Com esses resultados, o setor ainda se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

“A produção industrial mostrou melhora no seu ritmo ao logo de 2022, o que fica expresso, especialmente, na maior frequência de resultados positivos ao longo do ano: avançou em cinco dos oito meses de 2022. Nesse mês, volta a marcar queda na produção, mas com a característica de ser um recuo concentrado em poucas atividades, uma vez que somente oito das 26 apontaram taxas negativas.”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.

Influência negativa

Fábrica da AGE do Brasil em Vinhedo
Fábrica da AGE do Brasil em Vinhedo. Crédito: REUTERS/Amanda Perobelli

Entre as atividades, a maior influência negativa para o resultado do mês frente ao mês anterior veio do setor coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%), que volta a recuar após crescer 1,8% no mês anterior.

“Houve uma perda disseminada entre os produtos desse ramo industrial, com redução na produção de óleo diesel, óleos combustíveis, gasolina, álcool, entre outros. Mas essa atividade, em comparações mais alongadas, mostra um comportamento positivo. Ou seja, esse comportamento de queda de agosto é algo mais pontual”, esclarece o pesquisador.

Outras contribuições negativas vieram das indústrias de produtos alimentícios (-2,6%), interrompendo três meses seguidos de alta, período em que acumulou crescimento de 6,0%, e indústrias extrativas (-3,6%), que elimina assim parte do avanço de 4,6% acumulado em junho e julho.

“Esses três segmentos – derivados de petróleo, alimentos e extrativo – são os que mais pressionam a indústria como um todo. Juntos, eles respondem por cerca de 36% do setor industrial”, explica Macedo.

Entre as 18 atividades com expansão na produção, veículos automotores, reboques e carrocerias (10,8%), máquinas e equipamentos (12,4%) e outros produtos químicos (9,4%) exerceram os principais impactos. Segundo o gerente da pesquisa, essas atividades tiveram quedas no mês passado e estão fazendo agora uma compensação desses recuos.

“A atividade de veículos automotores eliminou a queda de 6,0% verificada no mês anterior; máquinas e equipamentos interrompeu dois meses consecutivos de redução na produção, período em que acumulou perda de 13,7%; e outros produtos químicos voltou a crescer após recuar 7,8% em julho”, acrescenta.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com julho, bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) e bens intermediários (-1,4%) tiveram taxas negativas, com ambas eliminando parte dos avanços do mês anterior: 1,5% e 1,8%, respectivamente.

Por outro lado, houve altas nos setores de bens de consumo duráveis (6,1%) e de bens de capital (5,2%), com o primeiro voltando a crescer após recuar 6,7% em julho e o segundo interrompendo dois meses consecutivos de queda, período em que acumulou perda de 5,2%.

“Com esses resultados, o setor industrial ainda não recupera as perdas do passado recente e apesar da melhora no fluxo de insumos, matérias-primas e dos estoques, a situação permanece ainda distante da normalidade, o que afeta diretamente o custo de produção”, analisa Macedo.

Pelo lado da demanda doméstica, o pesquisador também ressalta que, apesar das medidas de incremento de renda, as famílias continuam sendo afetadas negativamente por juros e inflação em patamares elevados. “Isso aumenta os custos de créditos, diminui a renda disponível e faz com que as taxas de inadimplência fiquem em níveis mais elevados.” 

(*Com informações da Agência IBGE)

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