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Economia

Produção de veículos desacelera em novembro, diz Anfavea

Nível de estoque de veículos novos é o menor desde o início de 2004.

15/03/2015 REUTERS/Roosevelt Cassio

A indústria de veículos do Brasil em novembro teve crescimento de 0,7% na produção na comparação com outubro, desacelerando o ritmo de expansão que vinha acelerado desde meados do ano, diante da flexibilização das medidas de isolamento social, informou nesta segunda-feira (7) a associação de montadoras, Anfavea.

A produção somou 238,2 mil unidades, uma alta de 4,7% na comparação com novembro do ano passado. No acumulado do ano até o fim de novembro, o volume de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus produzidos no país mostra queda de 35% sobre um ano antes, a 1,8 milhão de unidades.

Já os licenciamentos subiram 4,6% na comparação mensal em novembro e recuaram 7,1% sobre o mesmo mês de 2019, para cerca de 225 mil unidades. No acumulado, a queda é de 28,1%, para 1,81 milhão de unidades.

Em videoconferência com jornalistas, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirmou que o nível de estoque de veículos novos do setor ao final de novembro, incluindo pátios de montadoras e de concessionários, é o menor desde o início de 2004, a 119,4 mil unidades.

Risco de produção

A indústria de veículos está vendo riscos elevados à produção neste final de ano diante de problemas gerados por volatilidade do câmbio e pela pandemia de Covid-19, cujo recrusdescimento de casos em vários países e regiões do Brasil tem impactado cadeias de fornecimentos de peças.

“A gente faz coisas impossíveis, mas milagre ainda não fazemos. Se faltar peça, a consequência é dificuldade na entrega de veículos. Existe sim, risco muito forte…pode acontecer em dezembro”, disse Moraes na videoconferência com jornalistas, também nesta segunda-feira.

“Estamos tendo problemas com aço, borracha, termoplástico, pneus….é um risco imediato. Já tínhamos registrado microparadas e agora estamos observando paradas em materiais importados, paradas por conta de contaminação de fornecedor”, disse Moraes. “Tem casos de fornecedor na Inglaterra, onde houve aumento da segunda onda (de Covid-19) e isso afeta toda a logística de material importado”, acrescentou.

Além dos problemas de fornecimento, o executivo afirmou que a indústria de veículos ainda enfrenta alta de custos e volatilidade do câmbio que dificulta contratos de exportação e importações de componentes.

Questionado sobre afirmação da siderúrgica CSN, em meados de outubro, de que o reajuste nos preços do aço vendido a montadoras de veículos não poderia “ser menor que 30%”, Moaraes afirmou que o aumento pode ser um “bumerangue” para os produtores da liga.

“30% da siderurgia é setor automotivo. (O reajuste) resolve o problema dela, mas cria outro que pode abalar a demanda. A siderurgia lançou um bumerangue e o problema pode voltar para eles”, disse o executivo sem confirmar que índices de reajuste siderúrgicas estão negociando com as montadoras. “A negociação do aço está muito dura. O que não queríamos ter agora é um aumento de custos desta magnitude.”

Os executivos da entidade evitaram fazer projeções para 2021, citando um quadro ainda muito incerto por causa da pandemia e seus impactos.

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