Em meio à alta dos preços dos combustíveis, a arrecadação de impostos do Tesouro Nacional vem aumentando, assim como os ganhos de estados e municípios com o ICMS cobrado sobre gasolina, gás e diesel. Esse montante poderia ser utilizado para subsidiar os preços, para que o consumidor não sinta forte volatilidade nas bombas em momentos de disparada do petróleo.
Essa é a avaliação do economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). “A solução não é controlar o preço da Petrobras, é fazer política pública”, afirmou ele em entrevista ao “Amarelas On Air”, da revista “Veja”, que teve a participação da jornalista Karina Trevizan, do InvestNews, e de Pedro Venceslau, do “Estadão”.
“O setor de petróleo e óleo foi quem mais gerou receita para o Tesouro Nacional em 2021 e vai ser também em 2022. Não só para o Tesouro, para os estados e municípios. O ICMS dos combustíveis é uma das principais receitas que os estados têm. Então, todo mundo está com o caixa cheio. Por que não dividir esse dinheiro com a sociedade?”, disse Pires.
Ele defendeu que esses recursos sejam usados como subsídios ao preço dos combustíveis “por um tempo”, “enquanto tiver uma guerra”, por exemplo.
Durante a entrevista, o economista também argumentou que os dividendos da Petrobras (PETR3 e PETR4) também sejam revertidos para a sociedade em momentos de disparada de preços.
“O dividendo da Petrobras está bastante grande porque o petróleo está alto. Petrolífera ganha dinheiro quando o petróleo está alto”, afirmou Pires. “Vamos pegar esse dinheiro de dividendos, royalties do petróleo, e fazer programa social. Voucher para caminhoneiro, taxista, motorista de aplicativo. E, principalmente, o auxílio gás.”
Veja abaixo a entrevista de Pires à “Veja”:
Adriano Pires chegou a ser cogitado para assumir a presidência da Petrobras. Em maio, ele deu entrevista ao InvestNews sobre o mercado de combustíveis no Brasil e os possíveis efeitos da privatização da Petrobras. Relembre abaixo:
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