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Finanças

90% dos investidores pagam caro por fundos de baixo retorno

3 milhões de cotistas de fundos DI pagam taxas iguais ou maiores que 0,50% ao ano, consideradas altas no novo cenário de juros.

Investimento

Será que o investidor sabe o que está escolhendo na “prateleira” das corretoras? Quase 90% dos cotistas de fundos DI — ou 3 milhões de investidores — pagam taxas de administração iguais ou maiores que 0,50% ao ano, aponta uma pesquisa da plataforma de comparação de investimentos Magnetis fornecida com exclusividade ao InvestNews

Dos 472 fundos da amostra, 192 cobravam taxas de 0,5% ao ano no início deste ano. Elas chegam a 3% ao ano. Apenas 41 dos fundos não cobram taxa e, dentro desse universo, eles alcançam somente 0,03% dos cotistas. Outros 28% dos cotistas estão em fundos com taxas a partir de 2% ao ano — consideradas exorbitantes para a renda fixa.

No atual patamar de juros, o economista Samy Dana considera que taxas acima de 0,50% ao ano já são consideradas caras para este tipo de fundo de renda fixa. Isso porque, quanto maior a taxa de administração, menor a rentabilidade líquida do fundo (descontados os custos e impostos). 


Em 2019, os fundos DI renderam, em média, 5,74%, um desempenho inferior a títulos públicos como os indexados ao IPCA, que tiveram uma rentabilidade de 6,72% no ano passado.

Pela regra, os fundos DI investem no mínimo 95% de seu patrimônio em títulos do Tesouro atrelados à Selic. Por isso, o ideal é comparar o retorno do fundo com quanto você ganharia se tivesse investido por conta própria no Tesouro Selic. Este papel acompanha a taxa básica de juros, hoje em 4,5%.


“Se a taxa é alta, em tese é porque o gestor teve um esforço maior para procurar papéis mais arriscados e com mais retorno”, resume Samy. Mas há produtos de baixíssimo risco com taxas parecidas com a renda variável.

Ele lembra que taxas altas só se justificam se o fundo tiver uma gestão mais ativa. Daí a importância de entender como o fundo é administrado, se existe uma “curadoria” na escolha dos ativos ou se ele apenas replica o comportamento de outros investimentos. “Não é preciso pagar alguém para essa pessoa comprar papéis do Tesouro”, diz Samy Dana.

Um exemplo: um fundo DI que paga juros de 4,5%, tem 0,25% de taxa de custódia e 17,5% de Imposto de Renda chega a uma rentabilidade anual em torno de 3,5% com a taxa de administração de 0,5% ao ano. Ao mês, isso significa ganhar 0,29%. Para se ter uma ideia, a poupança está rendendo hoje 0,26% ao mês.

Por que os fundos cobram taxas?

Todo fundo é uma espécie de “condomínio” de investidores e, por ser formado por um grupo, precisa de um gestor. Esse profissional é o responsável por escolher os ativos da carteira. E a taxa de administração é justamente a “recompensa” que os investidores pagam a ele pelo trabalho.

A taxa de administração é cobrada diretamente sobre o saldo do fundo. Por exemplo, se você investir R$ 1 mil em um fundo que rendeu 10% e tem uma taxa de 2% ao ano, ao final de 12 meses serão cobrados R$ 22 sobre os R$ 1.100 do seu patrimônio.

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