A ação da Natura (NTCO3) fechou em forte queda na bolsa nesta terça-feira (14), após divulgação do balanço da empresa no 4º trimestre. O papel caiu 17,49%, a R$ 12,22, após chegar a despencar mais de 19% na mínima do dia, a R$ 11,94.
A fabricante de cosméticos Natura&Co divulgou no final da noite de segunda-feira (13) prejuízo líquido de R$ 890,4 milhões no quarto trimestre, pressionada em parte por receitas menores em todas as linhas de negócios. O resultado é uma piora na comparação com o lucro líquido de R$ 695,5 milhões apurado no ano anterior.
Em relatório, o BTG Pactual classificou como “fracos” os números da Natura, e apontou dois desafios que a empresa tem pela frente: alta alavancagem em meio ao cenário de altas taxas e problemas na reformulação de suas operações Avon e The Body Shop.
Os analistas destacaram como positivos “os esforços para simplificar sua estrutura em meio ao cenário adverso”, mas em termos de fundamentos, eles acrescentam que as margens pressionadas e uma receita fraca devem seguir como dificuldades.
Especialistas do Santander apontaram que os números da Natura vieram em linha com as expectativas mais pessimistas da casa, citando que “a empresa continuou a enfrentar ventos contrários globalmente”. “No entanto, notamos que os esforços da empresa para melhorar a rentabilidade e parar a queima de caixa”, disseram em relatório.
Apesar do prejuízo no trimestre, analistas do Itaú BBA destacaram, também em relatório divulgado depois do resultado, que continuam “a Natura como uma ação barata com fortes ventos contrários no curto prazo, enquanto desinvestimentos de ativos podem trazer ventos positivos de curto prazo”.
Avon e The Body Shop pesam
A Natura teve queda de 11% na receita líquida, para R$ 10,39 bilhões, arrastada por Avon International e The Body Shop, que registraram uma queda de mais de 20% no faturamento. No entanto, em termos de moeda constante, a receita líquida cresceu 3%.
O presidente-executivo da Natura&Co, Fabio Barbosa, disse em comunicado que a empresa está “redimensionando” a The Body Shop, com foco em eficiências e principais canais de varejo. O executivo afirmou que a companhia está focada em melhorar rentabilidade, fluxo de caixa e na retomada do crescimento.
“Embora esperemos que 2023 seja mais um ano desafiador, nosso foco na geração de caixa e na melhoria da estrutura de capital da empresa nos permitirá investir em nossas prioridades”, afirmou Barbosa.
( *com informações da Reuters)
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