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Finanças

Ações em alta: 10 empresas que estão subindo na bolsa de valores

Analista da NuInvest mostra quais papéis estão em tendência de valorização.

A imagem mostra uma mulher branca conferindo gráficos de cotação em um celular e em um notebook.

O investimento em renda variável é um dos mais arriscados para os investidores que não conheçam suas nuances. Fundamentalmente cíclica, a bolsa de valores passa por um período de aversão ao risco com a alta da inflação, taxa básica de juros e o aumento da competição com a renda fixa.

Nesse cenário, saber como investir em ações e conhecer quais estão em tendência de alta pode ser a diferença entre a rentabilidade e o prejuízo para o investidor.

Como está a bolsa de valores em 2022

Até o começo de junho de 2022, a bolsa de valores acumulava valorização de 6%. Atingindo seu pico no ano perto dos 121 mil pontos em abril, desde então tem passado por uma severa queda e correção. O motivo: alta da inflação e o aumento da taxa de juros internacional.

O analista CNPI da NuInvest, Murilo Breder, analisa o cenário. “O momento atual do mercado é volátil. O Ibovespa tem surfado uma onda bacana, acumulando 6% de alta no ano – algo bem maior do que o cenário norte-americano e dos nossos pares emergentes. Não é bem mérito do Brasil, mas entre os BRICS, acabamos nos tornando por comparação o país mais agradável”, destaca.

Além disso, ele observa fortes oportunidades na bolsa brasileira. “A relação preço-lucro do Brasil está abaixo da média do desvio-padrão, cheio de commodities em época de inflação, e tudo isso atrai o investidor estrangeiro”.

Ações em alta no primeiro trimestre

“Quando a gente fala em ações em alta”, continua Breder, “é porque elas já pararam de cair e começaram a subir. É o caso das blue chips brasileiras, as empresas com grande market cap [capitalização de mercado[ e distribuidoras de dividendos”.

A informação corrobora com os dados: enquanto o IDIV, índice de empresas pagadoras de dividendos da B3, subiu 15% de primeiro de janeiro a primeiro de junho de 2022, o Ibovespa praticamente zerou os ganhos no período.

Ainda na comparação, o índice de small caps (SMLL), que mede as ações de baixa capitalização da bolsa, ficou ainda abaixo do Ibovespa. Isso, segundo Breder, é uma boa oportunidade.

“Nesse cenário, há várias small caps que possuem um potencial de alta exponencial e baixo risco de operação, mas que ainda não são acompanhadas pelo grosso dos investidores. Eu não gosto de ‘pegar a faca caindo’ e não adianta se achar mais inteligente que o mercado: ele é soberano. Por isso o investidor deve procurar boas empresas que ainda estejam baratas, e este é o caso de muitas small caps”, completa.

Ações promissoras para 2022

O analista Murilo Breder preparou uma lista com dez ações promissoras e com tendência de alta para o resto do ano de 2022, levando em consideração o cenário macroeconômico, o fator “ano de eleição” e analisando o potencial de alta de cada uma. Confira!

3R Petroleum (RRRP3)

A petroleira 3R Petroleum (RRRP3) é uma small cap que também faz parte do índice Ibovespa. Ela é uma junior oil company – uma “bebê” no segmento consolidado do petróleo. Sua atividade consiste em comprar campos maduros de empresas grandes, como a Petrobras (PETR3, PETR4) e os revitaliza, conseguindo otimizar sua produção.

A PetroRio (PRIO3) tem um perfil parecido, mas funciona em alto mar. O grande diferencial da 3R Petroleum é o preço: ela está muito barata se comparada a seus pares – só não está mais barata que a Petrobras, graças à crise política, destaca Breder.

Ela tem apresentado crescimento constante do Ebitda e diminuição do custo, além de ter melhorado a governança corporativa consideravelmente no último ano: agregou Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras, como membro do conselho administrativo e Harley Scardoelli, ex-CFO da Gerdau (GGBR3), no conselho fiscal.

Jalles Machado (JALL3)

Outra small cap, a Jalles Machado (JALL3), trabalha plantando cana de açúcar e depois transformando-a em alimento ou etanol, a depender do mercado. Sua vantagem sobre sua concorrente, a São Martino (SMTO3), é possuir um EV/EBIT muito mais barato, com produtividade muito maior (calculada pelo quilo de cana por hectare).

Breder explica o motivo do desconto desses múltiplos “a JALL3 é pouco líquida, por isso a baixa negociação faz pressão vendedora. A expectativa é que esse desconto diminua com o tempo. O setor agro como um todo nada numa raia própria, com outros fatores a serem considerados”.

Outro detalhe é a correlação entre petróleo e etanol: uma vez que o etanol é uma alternativa ao petróleo, a alta de um leva ao aumento da procura pelo outro.

Brasil Agro (AGRO3)

A Brasil Agro (AGRO3) – outra small cap e do agronegócio – tem por detalhe os altos dividendos. A empresa foi uma das maiores pagadoras de dividendos de 2021, caminhando para ser outra em 2022. Ela cuida das fazendas, planta as culturas, mas seu detalhe operacional é entregar terras com maior produtividade, desenvolvendo-as.

“É nesse ínterim de comprar as terras a baixo preço e vende-las encarecidas que sobra dinheiro para distribuir aos acionistas: um business que não encontra concorrência”, destaca Breder. Ela está bem interessante, mas é necessário ter atenção ao aumento dos custos de fertilizantes: na última apresentação de resultados, a diretoria estimava um aumento de 40% no preço dos fertilizantes graças à Guerra na Ucrânia.

A margem da Brasil Agro já está acima da média histórica, e além disso o momento segue propício para comprar novas terras, diz o analista.

Kepler Weber (KPLE3)

O segmento de agricultura tem ainda outro detalhe: o armazenamento. E na tecnologia específica dos silos metálicos a Kepler Weber (KPLE3) possui mais de 50% do market share brasileiro, fazendo com que ela fique entre os setores industriais e agro.

Em comparação com outros países, como Canadá, Estados Unidos e mesmo a Argentina, que possuem mais de 50% de suas fazendas com silos metálicos, há outro retrato do Brasil: um déficit de armazenamento. Com apenas 16% de suas fazendas com formas apropriadas de estocagem, a situação é vista por Breder como um mercado amplo para crescimento com poucos competidores.

“Além disso, há cinco anos eles têm mudado sua governança corporativa, conseguindo entregar altos dividendos e surfar na onda das commodities”, afirma o analista.

Irani (RANI3)

“Normalmente, quando se fala em empresas de celulose, se fala de Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN3), mas ela, apesar de ser menor, não o é de uma forma pejorativa. O foco dela é fazer papel, mas papel de embalagem, exportando só 20, 25% do que produz” informa Breder a respeito da empresa Irani (RANI3).

A produção de papel para embalagem – no qual se inclui o papelão – faz ela se destacar com as vendas de e-commerce (varejo e alimentação) e com o discurso ESG de diminuição do plástico.

Dentre seus projetos de crescimento está o projeto Gaia. Nele, várias iniciativas de melhora da operação são postas em prática, como troca de maquinário, revisão de plantas industriais, e melhora de processos. Além de ser um projeto que já ocorre há um ano e meio e que deve acabar em aproximadamente dois anos, possibilita grande margem de crescimento para a operação.

Quando perguntado a respeito do risco de uma bolha do e-commerce, Breder não concorda. “Nós ainda somos subpenetrados em setores de e-commerce, com pouco acesso para toda a população. Além disso, o que assusta o setor é o aumento da concorrência, com empresas como Shopee e AliExpress entrando no Brasil – no entanto, são só mais embalagens para vender [para o setor de papel e celulose]”.

Arezzo (ARZZ3)

A Arezzo (ARZZ3) é uma das maiores das small caps. Com foco em marcas para as classes A e B, a Arezzo engloba no seu leque ampla diversificação de produtos. Como outras companhias do ramo de varejo, houve um impacto com o aumento dos juros e da inflação que, segundo Breder, não corresponde à realidade.

“Ela tem apresentado ótimos resultados, superando as expectativas, e claro, sendo premium, ela fala com um público mais resiliente nesses períodos – e no mês de maio, com a queda de 9% do setor de varejo, surge uma ótima oportunidade”, destaca Breder.

Coca-Cola (COCA34)

A Coca-Cola (COCA34) tem se destacado como uma líder do setor de bebidas mundialmente. Além disso, tem apresentado um aumento crescente de dividendos. “O que o investidor brasileiro tem que entender quando adquire uma BDR é que a natureza dos dividendos nos Estados Unidos é distinta do Brasil”, assinala o analista.

Nos Estados Unidos, dividendos são taxados direto na fonte em grandes proporções, tornando pouco interessante a distribuição de lucros nesse formato. Apesar disso, algumas companhias, como Coca-Cola, procuram aumentar ano a ano a distribuição – e no caso da gigante de bebidas, esse aumento já caminha para os 60 anos de crescimento constante, a uma taxa de 3% ao ano em 2022.

Vale (VALE3)

A Vale (VALE3) é uma das principais empresas que fazem o índice Ibovespa, possuindo grande peso no mesmo. Com lucros e dividendos altíssimos para o setor de mineração, a Vale tem se destacado pois esteve envolvida na flutuação de preços das commodities.

“Enquanto os novos fechamentos na China e a Guerra na Ucrânia tem feito os preços do minério de ferro oscilarem”, analisa ele, “a Vale tem negociado muito abaixo do que ela realmente entrega. É um cenário similar à baixa dos preços da Petrobrás, sem as complicações políticas da mesma”.

Petrobras (PETR4; PETR4)

Outra companhia que tem sofrido com as movimentações políticas internacionais e nacionais, Breder acredita que o principal argumento em favor da empresa não muda apesar da mudança de diretores.

“A verdade é que o trunfo da Petrobrás é o pareamento de preços com o exterior, e não a direção. Diretor nenhum pode mudar isso, fazendo com que, enquanto esse pareamento perdurar, perdura a tese de investimento”, diz Breder.

Hoje a empresa negocia duas vezes seu P/L (relação entre preço da ação e lucro) e 3 vezes o Ebitda, e segundo algumas projeções, estima-se uma distribuição de 25% a 30% de dividendos nos próximos meses.

Alupar (ALUP3)

O setor de transmissão de energia elétrica fecha a lista proposta por Breder com Alupar (ALUP3), empresa que, segundo ele, está subprecificada dentro do ramo. “Se fala muito de Taesa (TAEE11) ou Eletrobras (ELET6), mas a Alupar também tem bons resultados e está negociando muito abaixo do preço. Ela, assim como Arezzo, caiu nos últimos dois meses abaixo do Ibovespa, mas nós enxergamos isso mais como uma oportunidade do que como um problema”.Segundo ele, a correção dos contratos das empresas de transmissão pelo IPCA é a grande garantia do lucro futuro, e faz a empresa ocupar a décima posição no ranking.

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