A Allos anunciou na quinta-feira (9) um plano de desinvestimento que pode gerar até R$ 1 bilhão em recursos, segundo a empresa, em paralelo à divulgação de lucro líquido de R$ 91,1 milhões no primeiro trimestre.
O plano, aprovado pelo conselho de administração da operadora de shopping centers, inclui desinvestimentos totais e parciais em ativos que, em conjunto, somam até R$ 1 bilhão.
A medida, disse a Allos, está em linha com a estratégia da companhia de concentrar participação em shoppings que considera relevantes e “capazes de entregar crescimentos compostos no longo prazo”. Junto a isso, a companhia anunciou a venda integral de sua participação no Top Shopping, no Estado do Rio de Janeiro, por R$ 111,5 milhões.
Em razão do novo plano, a empresa disse que revisou sua projeção para alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, para de 1,4 vez a 1,9 vez. Antes, a expectativa era de um indicador entre 1,9 vez e 2,3 vezes.
O conselho da Allos também aprovou a aquisição de até 15% do Shopping Rio Sul, também localizado no Rio, por meio de uma ou mais operações. A aquisição ainda depende do cumprimento de condições precedentes, como a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Allos reportou na noite desta quinta-feira seu resultado do primeiro trimestre do ano, com um lucro líquido abaixo da expectativa média do mercado, que era de R$ 118,7 milhões, segundo projeções compiladas pela LSEG.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia somou R$ 453,3 milhões no período, crescimento de 9,7% no comparativo anual. A margem Ebitda ajustada ficou em 72,8%, de 72,1% um ano antes.
A receita líquida apurada nos três meses encerrados em março totalizou R$ 622,5 milhões, avanço de 8,7% ano a ano. Com ajuste, a receita líquida da companhia somou 616,4 milhões de reais (+6,5%).
A Allos, resultado de uma fusão entre Aliansce Sonae e brMalls, também anunciou a realização de novo programa de recompra de até 20 milhões de ações, equivalente a até 3,9% do capital da companhia, com prazo de um ano.
“Após anunciar desinvestimentos em 10 shoppings, sendo 6 totais e 4 parciais, no montante de 1,8 bilhão de reais a ‘valuations’ atrativos, a Allos seguirá aproveitando as condições de mercado para recomprar ações de sua própria emissão, reforçando a sua bem-sucedida estratégia de alocação de capital”, afirmou em fato relevante.
Com relação a esses desinvestimentos recentes, anunciados anteriormente, a Allos disse em balanço que até o momento 1,5 bilhão de reais foram recebidos entre o quarto trimestre do ano passado e maio deste ano.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)
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