A Nvidia Corp (NVDC34), gigante de tecnologia americana que recentemente atingiu US$ 1 trilhão em valor de mercado, segue com suas ações em queda devido a temores de que os Estados Unidos venham a restringir mais as vendas de chips para China. Os papeis chegaram a registrar perdas de 4,6% no pré-mercado desta quarta-feira (28), antes da abertura dos negócios na Nasdaq, em Nova York.
Segundo a Bloomberg, cerca de um quinto da receita da Nvidia vem da China e, com o governo americano avaliando impor novas restrições já no próximo mês, isso pode afetar em cheio a companhia, que vem surfando a popularidade do ChatGPT e outras ferramentas de inteligência artificial.
Os negócios da empresa se expandiram rapidamente durante a pandemia, quando os games decolaram, a adoção de serviços em nuvem aumentou e os entusiastas de criptomoedas recorreram a seus chips para minerar moedas.
Somado a isso, o rápido sucesso do ChatGPT impulsionou seu crescimento, dada a demanda crescente por processadores de inteligência artificial.
Neste ano, a Nvidia projetou chips menos poderosos que se enquadram nos atuais limites impostos pelo Departamento de Comércio dos EUA para exportação para a China ou outros países considerados preocupantes. Mas agora Washington cogita expandir as restrições para incluir os semicondutores de baixa potência, segundo o Wall Street Journal.
A possível medida ressalta a determinação do governo Biden de conter o avanço tecnológico da China e pode aumentar as tensões entre os dois países. Os EUA estão cada vez mais preocupados com as ambições tecnológicas de Pequim, inclusive com o uso de IA para obter avanços militares e científicos que podem alterar o equilíbrio geopolítico.
Embora isso provavelmente prejudique os negócios da Nvidia com a China, a companhia permanece na vanguarda de um boom no desenvolvimento de inteligência artificial que está impulsionando investimentos nos EUA, Europa e China. Empresas como Microsoft, Baidu e OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, compram os chips das duas fabricantes para treinar a próxima geração de serviços de inteligência artificial.
(*Com informações da Bloomberg)
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