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Finanças

Ata do Fed aponta redução do balanço em US$ 95 bi

Membros do Fed querem dois aumentos de juros de 0,5% a cada reunião, ao invés de somente um aumento tradicional de 0,25%.

Federal Reserve fed

A ata da reunião de março do Federal Reserve, divulgada na tarde desta quarta-feira (06), mostrou que as autoridades concordaram em diminuir seu balanço patrimonial em US$ 95 bilhões, além da redução em US$ 60 bilhões em títulos do Tesouro por mês e US$ 35 bilhões em títulos lastreados em hipotecas. O dólar acabou acelerando a alta e encerrou na casa dos R$ 4,71, avanço de 1,20%.

Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance, explicou que, na prática, o Fed passa de ser um grande comprador do mercado de títulos americanos (Treasuries) para um grande vendedor. No documento, reiterou o especialista, vários membros do Fed querem dois aumentos de juros de 0,5% a cada reunião, ao invés de somente um aumento tradicional de 0,25%.

“No último ciclo de redução de balanço patrimonial em 2017-2019, o Fed vendia cerca de US$ 50 bilhões por mês e subia somente 0,25% por reunião. Portanto, isso corrobora que o Fed está muito preocupado com a inflação e está tomando decisões fortes para segurá-la”.

Para Nousi, a decisão não é nada boa para o mercado. “Haverá um grande vendedor natural do mercado e é por isso que as bolsas estão caindo e junto elas levam as criptos. Em um cenário de risk-off (não tomar risco), o dólar volta a subir, pois com juros maiores nos EUA, fica mais atrativo investir lá do que em outros países”.

Rob Correa, analista de investimentos CNPI disse que apesar de nenhuma decisão final ter sido tomada, os membros concordaram em começar a redução do balanço entre os dias 3 e 4 de maio. “Eles também anunciaram que a inflação e a alta dos preços de energia irão pressionar o mercado por mais alguns meses”, disse.

Programa de compra de títulos

O Fed iniciou um enorme programa de compra de títulos na primavera norte-americana de 2020 para ajudar a atenuar o impacto econômico da pandemia de coronavírus, o que aumentou seu balanço. Atualmente, o banco central detém cerca de 8,5 trilhões de dólares em Treasuries e MBS.

Nenhuma decisão final sobre a redução da carteira foi tomada na reunião de política monetária de 15 e 16 de março, segundo o documento, mas as autoridades fizeram “progressos substanciais” e podem “começar o processo de redução do tamanho do balanço patrimonial após a conclusão” da reunião de política monetária de 3 e 4 de maio.

Os rendimentos dos Treasuries operavam nesta tarde em patamares acima dos vistos antes da divulgação da ata, e a taxa de dez anos estava em 2,6069%. O dólar avançou para seu pico desde maio de 2020 contra uma cesta de moedas , enquanto os principais índices de ações dos EUA reduziram brevemente as perdas antes de continuarem a cair.

“Acho que não há nada material que possa gerar uma mudança no sentimento, ao contrário de ontem, quando houve uma mudança real e que acho que realmente assustou investidores”, disse Alan Lancz, presidente da Alan B. Lancz and Associates em Toledo, Ohio, referindo-se a comentários feitos pela diretora do Fed Lael Brainard na terça-feira.

*Com Reuters

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