ARTIGO*
Historicamente, grandes instituições financeiras dependiam muito da reputação da marca e de seus produtos para reter clientes. Contudo, a qualidade oferecida na experiência do usuário tem ganhado igual relevância.
Neste cenário, o metaverso oferece uma excelente oportunidade para grandes instituições financeiras competirem com as fintechs, dadas as novas possibilidades de interação com clientes e a criação de produtos.
De acordo com o Gartner, até 2026, 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no metaverso — número grande demais para bancos e seguradoras ignorarem.
Não à toa, em fevereiro de 2022, por exemplo, o tradicional banco J.P. Morgan (JPMC34) se tornou a primeira instituição financeira a abrir um espaço próprio neste mundo imersivo. E, pouco tempo antes, o Banco do Brasil (BBAS3) já havia chamado a atenção do setor por permitir que jogadores presentes no “Complexo” pudessem abrir contas digitais e receber benefícios para seus personagens.
Onde as criptos se encaixam nisso?
Por trás das câmeras do metaverso existirá uma demanda para a entrega de identidades que não necessitem de permissões, serviços financeiros e trocas rápidas. Os dados terão de ser armazenados e disponibilizados para milhões, se não bilhões, de pessoas.
O sistema atual é ineficiente para tal tecnologia; então, como fazer? A resposta para esses problemas está na tecnologia das criptomoedas.
Decentraland (MANA) e The Sandbox (SAND), por exemplo, integram as moedas digitais e o mundo real. Ambos são projetos cripto que desenvolveram metaversos que já estão, desde 2021, sendo muito usados pelas empresas tradicionais que estão entrando na tecnologia da Web3.
Além disso, nesse mundo imersivo, os NFTs (tokens não-fungíveis) terão papel fundamental, proporcionando às pessoas a posse completa de seus personagens, itens do jogo, ativos e autonomia real sobre o próprio dinheiro.
De olho no futuro
O metaverso é um caminho sem volta para empresas e usuários, permitindo interações digitais completamente diferentes do que estamos acostumados a observar atualmente.
Ele permite que os usuários comprem, vendam ou atualizem ativos virtuais, como casas, armas e skins no espaço virtual. De acordo com um relatório de 2021 da Grayscale, por exemplo, somente no período analisado, as pessoas já haviam gastado US$ 200 milhões em itens no metaverso.
Além disso, a presença de instituições financeiras tradicionais representa um selo de qualidade e de confiança no mercado de finanças digitais, bem como uma possível valorização de ativos, tradicionais e de criptomoedas, relacionados a ele.
Enquanto ninguém pode prever exatamente como o metaverso irá se parecer, ou quando sua forma final irá chegar, a importância das criptomoedas para o seu crescimento é uma certeza.
Sendo assim, quanto mais cedo as pessoas se acostumarem com a ideia do metaverso, melhor será não só a adaptação, mas também os possíveis ganhos financeiros.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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