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Finanças

Bolsa fecha acima dos 115 mil pontos e renova máximas desde fevereiro; dólar cai

Ação da Rede D’Or (RDOR3) dispara na estreia e fecha em alta de 7,73%

O Ibovespa superou os 115 mil pontos nesta quinta-feira (10), pela primeira vez desde fevereiro. O índice foi puxado pela alta das commodities e fechou em alta de 1,88% aos 115.128 pontos evidenciando a rotação de setores.

A notícia de que o petróleo Brent ultrapassou a marca dos US$ 50 pela primeira vez desde março fez as petrolíferas dispararem. PetroRio (PRIO3) valorizou 6,08% e Petrobras (PETR4;PETR3) saltou 3,27% e 3,63%, respectivamente.

Ainda no cenário doméstico, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou hoje que vai conceder autorização temporária para o uso emergencial de vacinas contra a covid-19. O governador de São Paulo, João Dória comunicou também que a vacina Coronavac começou a ser produzida pelo Instituto Butantã na quarta-feira (9).

Murilo Breder, analista da Easynvest, explica que os investidores também reagiram positivamente ao comunicado do Copom na véspera. “Neste aponta que no cenário base a Selic terminaria 2021 em 3%. E o mercado já se antecipou a uma redução diferencial dos juros em relação aos Estados Unidos”, explica.

Em Wall Street, o mercado continua na espera do pacote de estímulos fiscais. As bolsas fecharam mistas, repercutindo também o aumento nos pedidos de seguro-desemprego. As solicitações subiram em 137 mil, com o número ajustado de 853 mil, bem acima das expectativas do mercado de 725 mil pedidos. Este foi o maior patamar desde setembro reforçando a necessidade de um estímulo para a economia.

Dow Jones fechou em queda de 0,23%, o S&P 500 caiu 0,11% e na contramão Nasdaq valorizou 0,54%.

O dólar enfraqueceu frente ao real e fechou no seu menor patamar desde junho. A moeda foi puxada pelo forte ajuste de posições pró-Brasil num contexto de esperanças sobre reformas locais e de mais ingresso de fluxo estrangeiro.

A sinalização do fim de cortes da Selic e o salto das commodities acabaram com qualquer procura por dólar durante o pregão.

O dólar comercial fechou em baixa de 2,59%, cotado a R$ 5,037. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,1319.

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Destaques da Bolsa

A maior alta do dia foi da CSN (CSNA3) que disparou 10,50%, com projeções da siderúrgica apontando queda no endividamento em 2021, a relação dívida líquida/ebitda deve ficar abaixo de 2 vezes.

A CSN também reforçou que o IPO da sua unidade de mineração deve acontecer em janeiro. “Temos oportunidade real de colocar o IPO da mineração no mercado na primeira semana de janeiro”, disse o presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch.

Subiu também a PetroRio (PRIO3) com alta de 6,08% acompanhando a valorização do petróleo Brent, que pela primeira vez desde março superou os US$ 50. Ainda entre os destaques do dia, o Banco do Brasil (BBAS3) avançou 5,20%.

No lado oposto do Ibovespa recuaram: Suzano (SUZB3) com queda de 3,68%, seguida de BRF (BRFS3) e Magazine Luiza (MGLU3) que desvalorizaram 2,51% e 2,42%, respectivamente. “A BRF segue realizando após a forte alta de +8,7% no dia 08 de dezembro”, afirma Breder.

A Magazine Luiza está em uma situação semelhante, realizando lucros após forte valorização no começo da pandemia.

No cenário corporativo, o destaque foram as companhias que abriram capital. A Rede D’Or (RDOR3) disparou com força na sua estreia e fechou em alta de 7,73%, cotada a R$ 62,40. A companhia foi o maior IPO da história brasileira desde 2013.

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E nos Estados Unidos, a Airbnb (ABNB) que estreou hoje em Nasdaq fechou o dia em forte alta de 112,81% a US$ 144,71.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York encerraram a sessão desta quinta-feira (10) sem direção única. Se, por um lado, o impasse em torno de um novo pacote fiscal nos Estados Unidos seguiu oferecendo cautela, por outro, boas expectativas por uma vacina contra a covid-19 deram fôlego ao índice Nasdaq, que terminou o dia em novo recorde, neste dia de estreia da AirBnb no mercado acionário de Wall Street.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,23%, aos 29.999,26 pontos, acompanhado pelo S&P 500, que cedeu 0,11%, a 3.668,10 pontos. O Nasdaq, porém, subiu 0,54%, a 12.405,81 pontos.

O Congresso americano teve mais um dia de indefinição nas tratativas entre democratas e republicanos por um novo pacote fiscal. Ainda que a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, tenham relatado avanços nas negociações, investidores continuam desconfiados e esperam sinais concretos para a tomada de risco firme.

Mas o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19 segue animando setores do mercado, que veem no imunizante a chave para a recuperação econômica total. A Agência de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) reuniu-se nesta quinta-feira para discutir eventual autorização para uso emergencial da vacina da Pfizer em solo americano. A decisão não foi anunciada até o fechamento dos negócios.

Algumas empresas de tecnologia, como a Apple (+1,20%) também ajudaram a impulsionar o Nasdaq. Para Edward Moya, analista de mercado financeiro da OANDA em Nova York, o prognóstico do setor é positivo. “As ações de tecnologia da mega capitalização podem ter alguns obstáculos regulatórios e de avaliação em vigor no próximo ano, mas é improvável que isso desencadeie um êxodo em massa”, afirma. “A bolha tecnológica não está nem perto de estourar e pode crescer por um bom tempo”.

Além disso, hoje, a Nasdaq ganhou uma nova empresa na sua listagem: a AirBnb. Com preço inicial da ação a US$ 68, o papel da companhia terminou o dia de estreia em alta de 112,81% a US$ 144,71.

Bolsas na Europa

As bolsas europeias encerraram o pregão desta quinta-feira (10), sem direção única. A ampliação de compra de bônus por parte do Banco Central Europeu (BCE) deu algum fôlego aos negócios, mas o impasse do Brexit e a tendência baixista vinda de Nova York induziram à realização de lucros em algumas praças.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,45%, em 393,14 pontos.

Os ganhos foram impulsionados pela decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que manteve os juros, mas ampliou suas compras de bônus. O discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, em seguida à decisão, soou “menos alarmista”, na avaliação de riscos, segundo o ING.

Também favoreceu os ganhos a alta do preço do petróleo – com o Brent acima dos US$ 50,00 o barril pela primeira vez desde o início da pandemia – o que impulsionou as ações de petroleiras.

Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,54%, aos 6.599,76 pontos. O crescimento teve sustentação na alta, principalmente das petroleiras. A British Petrol cresceu 4,46% no dia e a Royal Dutch Shell subiu 3,94% nas ações classe A e 3,78% nas de classe B.

Na França, o índice CAC 40 também fechou em alta, de 0,05%, nos 5.549,65 pontos. Tiveram destaque positivo a telefônica Orange (+0,98%) e a petroquímica Total (+2,09%), e, negativo os bancos Société Générale (-3,25%), BNP Paribas (-2,44%) e Crédit Agricole (-0,91%).

Pelo lado negativo, contribui para a piora dos índices o reflexo do mercado acionário norte-americano. Por lá, investidores foram surpreendidos com o número, acima do esperado, nos pedidos semanais de auxílio-desemprego.

O Brexit segue causando algum desconforto. A decisão sobre um acordo deve ser comunicada no fim de semana. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se reuniram na quarta-feira para tentar dirimir o impasse das negociações por um acordo comercial para o período subsequente a saída do Reino Unido da União Europeia que será oficializada em 1 de janeiro de 2021. Segundo Vonder Leyen, apesar da aproximação, ambos os lados ainda têm posicionamentos distantes.

Tudo somado, o índice DAX, de Frankfurt, fechou em queda de 0,18% aos 13.316 pontos. Puxaram o índice para baixo as montadoras Volkswagen (-1,95%) e BMW (-2,16%), bem como o banco Deutsche (-2,11%).

Na bolsa de Milão, o FTSE MIB fechou em baixa de 0,25%, aos 21.915,51 pontos.

Na bolsa de Lisboa, o índice PSI 20 terminou o dia com alta de 0,43%, aos 4.795,47 pontos.

Em Madrid, o Ibex 35 teve queda de 0,52%, aos 8.192,10 pontos. O movimento negativo foi impulsionado pela queda de bancos como o Sabadell (-3,41%), Bankinter (-3,26%), Santander (-2,84%) e o Bilbao Vizcaya Argentaria (-2,43%).

*Com Reuters e Agência Estado

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