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Finanças

Bolsa fecha nos 105 mil pontos com privatizações de Guedes e na contramão de NY

Com alta acumulada de 12% em novembro, o Ibovespa está no seu melhor patamar em três meses

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Dia bom para o Ibovespa que está no seu maior patamar nos últimos três meses. O índice da B3 fechou em alta de 1,5% aos 105.066 pontos nesta terça-feira (10). No mês de novembro acumula ganhos de 12%.

Repercutindo ainda a euforia com a vacina o mercado doméstico conseguiu se descolar de Wall Street. Puxou a alta do Ibovespa a fala de Paulo Guedes, ministro da Economia, que reforçou seu compromisso com o teto fiscal e finalmente anunciou o nome das empresas que pretende privatizar: PPSA, Eletrobras, o Porto de Santos e os Correios.

Segundo Murilo Breder, analista da Easynvest, ajudaram também no desempenho do índice os sinais de recuperação na agricultura e indústria.

No caso da produção rural, a safra brasileira de grãos deve chegar a 235,2 milhões de toneladas em 2021, alta de 0,5% em relação a 2020, um novo recorde histórico.

A indústria também registrou avanços, a produção industrial em setembro teve alta em 11 dos 15 estados, segundo o IBGE. “Em nove deles, com ênfase para São Paulo, Minas Gerais e os três estados da região Sul, a produção retornou aos níveis anteriores à pandemia”, explica Breder.

Nos Estados Unidos, o cenário foi menos otimista, as bolsas oscilaram entre as novidades com a vacina contra a covid-19, quem integrará o gabinete do futuro presidente Joe Biden e o avanço de infecções pelo coronavírus.

Os EUA chegaram a um novo recorde de 142,097 contaminados por dia. Segundo o secretário da Saúde, Alex Azar, uma campanha de vacinação pode começar na primavera.

O índice S&P 500 caiu 0,11%, Nasdaq recuou 1,37% e na contramão Dow Jones fechou em alta de 0,90%.

A nível global a pandemia do coronavírus ainda provoca estragos, o Líbano decretou lockdown nacional e Moscou adotou novas restrições.

Apesar de ser um dos locais mais afetados, na Europa as bolsas fecharam em alta, com destaque para a bolsa de Madri que avançou 3,38%.

O dólar encerrou perto da estabilidade após várias oscilações e sentindo o peso das declarações de Rodrigo Maia e Guedes sobre a chance do Brasil encarar a hiperinflação se não houver solução para a dívida pública. O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,393, com leve alta de 0,04%. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,41.

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Entre as ações com destaque para o Ibovespa hoje valorizaram com força a Petrobras e os Bancos.

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 6,80% e as ordinárias (PETR3) avançaram 7,95%, acompanhando a alta nos preços do petróleo internacional.

Os contratos futuros da commoditie tiveram alta expressiva repercutindo a eficácia da vacina Pfizer além de expectativa de retomada econômica.

O petróleo WTI para dezembro subiu 2,65%, em US$ 41,36 o barril. E o Brent para janeiro subiu 2,85%, a US$ 43,61 o barril.

Subiram também os bancos ainda muito descontados em 2020, com queda anual de 29% para os bancões. O Santander (SANB11) subiu 7,66%, o Bradesco (BBDC4) valorizou 6,45% e o Banco do Brasil (BBAS3) e o Itaú (ITUB4) fecharam em alta de 5,11% e 4,52%, respectivamente.

Destaques da Bolsa

A maior alta do dia foi da Ultrapar (UGPA3) que avançou 8,45%. Seguida de Petrobras (PETR3) e Santander (SANB11) com valorização de 7,95% e 7,66%.

No lado oposto do Ibovespa recuaram: B2W (BTOW3) com queda de 8,31%, Totvs (TOTS3) caiu 6,81% e Gerdau (GGBR4) fechou em baixa de 5,32%.

No mercado corporativo, a Magazine Luiza (MGLU3) também ganhou destaque após divulgar seu resultado do terceiro trimestre. O desempenho foi de causar inveja com um lucro líquido ajustado de R$ 215,9 milhões, um crescimento de 70% em relação ao mesmo período em 2019.

Segundo Breder os principais motivos deste lucro foram: crescimento das vendas acima do esperado em todos os canais, com força no varejo digital; aumento da taxa de vendas online três vezes superior as do mercado (148% vs. 43,5%). E geração operacional de caixa de R$ 883 milhões.

As ações da companhia (MGLU3) fecharam em queda de 4,65%.

Bolsas americanas

Os mercados acionários de Nova York fecharam nesta terça-feira, 10, sem sinal único, com investidores atentos ao noticiário de uma potencial vacina contra a covid-19. Além disso, a possibilidade de estímulos fiscais seguiu no radar, embora sem grandes novidades nessa frente. Entre os setores, os de tecnologia e serviços de comunicação exibiram quedas, o que pressionou o Nasdaq, enquanto indústria e energia registraram ganhos.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,90%, em 29.420,92 pontos, o S&P 500 teve baixa de 0,11%, a 3.545,53 pontos e o Nasdaq recuou 1,37%, para 11.553,86 pontos.

A ação da Amazon registrou baixa de 3,46%, após a notícia de que a companhia é alvo de investigações antitruste na União Europeia. Apple teve baixa de 0,30%, Facebook recuou 2,27% e Microsoft, 3,38%, mas Netflix subiu 2,07%, recuperando parte das perdas fortes da sessão anterior.

Já o setor de energia liderou entre os ganhos, em jornada positiva para o petróleo, com Exxon em alta de 2,22%. O industrial e o financeiro também subiram. Entre alguns papéis importantes, Goldman Sachs avançou 1,18% e Boeing, 5,20%. Apesar dos sinais mistos de hoje, o NatWest comenta em relatório que as notícias positivas sobre a vacina têm apoiado o sentimento dos mercados até agora nesta semana.

O presidente eleito americano, Joe Biden, defendeu mais alívio fiscal “agora” nos EUA, diante do choque da covid-19 no país. O impasse em Washington, porém continua, sem aprovação de mais medidas fiscais neste momento, com o presidente Donald Trump não admitindo a derrota eleitoral e lançando contestações judiciais à apuração em vários Estados.

Bolsas na Europa

As bolsas da Europa fecharam em alta nesta terça (10) seguindo otimismo do mercado após a divulgação da alta eficácia da vacina para covid-19 desenvolvido pela Pfizer em parceria com a BioNTech. Setores que tiveram importantes avanços ontem deram novos impulsos às ações, como o financeiro e as aéreas. No entanto, há um contínuo avanço da covid-19 na Europa, seguido por medidas de restrição, perto do começo do inverno. Os desdobramentos da política nos Estados Unidos seguem também sendo observados.

O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 0,90%, a 384,42 pontos.

De acordo com o Rabobank, a vacina contra o coronavírus é o “mais potente estimulante” para os mercados. Embora a notícia seja “animadora”, não impedirá, na visão do banco, um inverno “muito rigoroso” para a Europa, com graves consequências para a economia, que tendem a continuar em 2021. “A Europa e os EUA continuam submersos na pandemia”, avalia.

Nos EUA, enquanto Donald Trump segue pressionando por uma resolução das eleições pela via judicial, o mercado avalia os sinais de um futuro governo de Joe Biden.

Na Itália, órgãos oficiais falam em uma epidemia incontrolável, com os casos continuando a aumentar. O último relatório diário apontou para 580 mortos em virtude da covid-19 no país. Em Milão, o FTSE MIB teve a menor alta dentre as principais bolsas europeias, fechando com avanço de 0,49%, a 20.851,58 pontos. Hoje, será divulgado, após as bolsas estarem fechadas, o balanço da Telecom Itália (TIM), que teve baixa de 0,36% com a expectativa.

Mas o otimismo com a vacina seguiu estimulando alguns setores. Nas aéreas, IAG, que controla Iberia e British Airways, (+5,88%), AirFrance – KLM (+2,93%) e Lufthansa (+7,11%) estimularam algumas das principais bolsas com suas altas.

Na Espanha, o setor financeiro que já tinha tido bom desempenho ontem, renovou altas, e ajudou o IBEX 35 no avanço de 3,38%, a 7.711,40 pontos, fechando acima dos 7.500 pela primeira vez desde julho passado, segundo a imprensa local. Bankia (+9,60%), Santander (+8,59%), CaixaBank (+10,05) e BBVA (+6,59%) tiveram algumas das principais altas.

Em Londres, o Barclays fechou em alta de 4,56%. O FTSE avançou 1,79%, a 6.296,85 pontos. Seguindo alta do petróleo, BP avançou 5,11% e a Royal Dutch Shell 4,00% na capital britânica. Em Paris, a Total teve alta de 3,96%. O CAC 40 teve avanço de 1,55% na cidade, a 5.418,97 pontos.

Na Alemanha, as ações da Adidas caíram 5,79%, com a expectativa pela venda da Reebok no radar. Em Frankfurt, o DAX fechou em alta de 0,51%, a 13.163,11 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve ganho de 1,00%, a 4.264,82 pontos

*Com Estadão Conteúdo

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