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Finanças

Bolsa fecha nos 105 mil pontos seguindo cenário externo e posicionamento do Fed

No mês de julho Ibovespa acumula alta de 11,10%, maior recuperação desde o começo da pandemia

bolsa de valores

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta de 1,44% aos 105.605 pontos nesta quarta-feira (29). O desempenho da bolsa de valores acompanhou os índices americanos que fecharam em alta seguindo as ações de empresas de tecnologia. Hoje os presidentes da Apple, Amazon, Facebook e Microsoft fizeram seu depoimento no Congresso americano para se defender contra acusações de práticas anti-competitivas.

O índice Dow Jones avançou 0,61%, enquanto o S&P 500 subiu 1,24%. E o Nasdaq registrou alta de 1,35%.

Influenciou também o ânimo dos investidores a decisão do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) de manter as taxas de juros dos EUA no patamar de 0% a 0,25% ao ano. E o anúncio do Fed, em comunicado, que destacou que o crescimento da economia americana está melhor do que no começo da pandemia. Contudo, o banco central americano destacou que ainda é cedo para recuperar o nível econômico que os EUA tinham antes de iniciar o isolamento social.

Com os EUA em recuperação, o dólar teve leve alta. O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,172, com variação positiva de 0,29%. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,181.

No Brasil quem liderou a pauta foram os balanços. Enquanto Santander e CSN surpreenderam, a Cielo entregou pela primeira vez na história da companhia um prejuízo trimestral. Já os resultados divulgados pela Minerva superaram até mesmo as expectativas dos analistas.

No mês de julho o Ibovespa acumula alta de 11,10%, esta é a maior recuperação do índice até o momento, superando até o crescimento de 10,25% em abril.

Destaques da Bolsa

Entre as maiores altas do dia, o setor de mineração e siderurgia teve destaque. A CSN (CSNA3) fechou em alta de 5,69%, após reportar lucro líquido de R$ 445,9 milhões no segundo trimestre de 2020. Subiu também a Vale (VALE3) que avançou 4,33%.

Neste grupo também estava a Cyrela (CYRE3) e a Natura (NTCO3) que subiram 4,83% e 6,73%, respectivamente.

Os investidores também ficaram atentos ao desempenho dos papéis do Santander (SANB11) que teve alta de 3,51% após reportar lucro gerencial líquido de R$ 2,136 bilhões no segundo trimestre. O banco afirmou que não tem previsão para novas rodadas de provisões na pandemia e se mostrou otimista com a retomada do crédito.

No lado contrário, entre os destaques negativos estavam a Minerva (BEEF3) que fechou em queda de 4,41%. A companhia também apresentou seu balanço onde teve lucro líquido de R$ 253,4 milhões para o segundo trimestre de 2020 e o ebitda chegou a R$590,2 milhões.

Segundo o banco Morgan Stanley, a companhia surpreendeu positivamente com seus resultados, entre estas a margem ebitda, do segundo trimestre, que chegou a 13,4%. As ações da companhia operavam em alta após divulgação do balanço, mas viraram para queda antes do fechamento.

Outro destaque negativo foi a Cielo (CIEL3) que recuou 3,52%. O prejuízo da companhia de R$ 75,2 milhões desapontou o mercado.

Ainda no radar corporativo está a Oi (OIBR3; OIBR4); que em meio a dilema de quem vai garantir a compra da unidade Infra Co teve seus ativos valorizados. Ontem, a Telefônica, Tim e Claro apresentaram uma contraproposta para Oi Móvel no valor de R$ 16,5 bilhões. Resta agora que a empresa americana Highline faça uma proposta melhor para garantir a exclusividade da negociação.

Com isso as ações preferenciais (OIBR4) valorizaram 22,74%, enquanto as ordinárias (OIBR3) recuaram 6,83%.

Balanços financeiros

O Santander Brasil (SANB11) apresentou lucro líquido gerencial, que não considera ágio de aquisições, de R$ 2,136 bilhões no segundo trimestre, cifra 41,2% menor que a vista um ano antes, de R$ 3,635 bilhões. No comparativo trimestral, houve declínio de 44,6%.

Os resultados do banco espanhol no País foram impactados pelo reforço de provisões para devedores duvidosos (PDDs) no montante de R$ 3,2 bilhões feito por conta da pandemia do novo coronavírus. O Santander era a única grande instituição financeira de capital aberto no Brasil que ainda não tinha ampliado o colchão para perdas no primeiro trimestre pela covid-19.

A Cielo (CIEL3), controlada por Bradesco e Banco do Brasil, teve prejuízo líquido de R$ 75,2 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo o lucro líquido de R$ 428,5 milhões identificado em igual período do ano passado. No primeiro trimestre, a empresa teve lucro de R$ 166,8 milhões. É a primeira vez que a Cielo entrega um prejuízo trimestral em sua história.

Com um trimestre refletindo os efeitos da pandemia do covid-19, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) reportou um lucro líquido de R$ 445,9 milhões no segundo trimestre do ano, queda de 76,4% ante o observado no mesmo intervalo do ano passado. O resultado, contudo, reverte prejuízo de R$ 1,312 bilhão visto nos três primeiros meses do ano.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam em alta o pregão desta quarta-feira, 29, após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manter os juros na faixa entre 0% e 0,25% ao ano e reforçar o compromisso de apoiar a economia dos Estados Unidos. Durante o pregão, o mercado também acompanhou a divulgação de balanços corporativos e as negociações em Washington para o próximo pacote fiscal.

Com isso, o índice acionário Dow Jones avançou 0,61%, a 26.539,57 pontos, o S&P 500 subiu 1,24%, a 3.258,44 pontos, e o Nasdaq registrou alta de 1,35%, a 10.542,94 pontos.

“Os mercados estão mostrando resiliência”, escreveram analistas da LPL Financial no começo da tarde, quando as bolsas de Nova York já operavam em alta. Os ganhos no mercado acionário aumentaram após a decisão de política monetária do Fed e, principalmente, durante a coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell.

Além de manter os juros, o Fed se comprometeu a usar todas as ferramentas disponíveis para apoiar a economia e prometeu comprar mais Treasuries e títulos lastreados em hipotecas. “O Fed vai limitar danos e garantir forte recuperação para os Estados Unidos”, afirmou Powell.

No S&P 500, o subíndice do setor de energia liderou as altas (+2,13%), seguido pelo do setor financeiro (+2,02%). As ações do Citigroup subiram 2,44% e as da ExxonMobil, 1,10%. Os papéis de Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Alphabet subiram 1,38%, 1,11%, 1,92%, 1,01% e 1,32%, respectivamente, mesmo em dia de audiência antitruste com os CEOs das companhias na Câmara dos Representantes.

Entre empresas que divulgaram balanços corporativos hoje, Boeing caiu 2,83%, General Electric cedeu 4,35% e General Motors recuou 1,67%.

Os papéis da Kodak fecharam em alta de impressionantes 318,14%, depois de terem saltado 500% e terem tido a negociação interrompida várias vezes durante o pregão. Ontem, o governo americano anunciou irá fornecer um empréstimo de US$ 765 milhões para a companhia produzir medicamentos, por meio da Lei de Produção para a Defesa Nacional.

Em coletiva hoje, Powell também pediu mais apoio fiscal para enfrentar a crise e fez referência ao pacote de US$ 1 trilhão apresentado pelo Partido Republicano. No entanto, segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, democratas e republicanos ainda estão muito distantes de um acordo.

*Com Estadão Conteúdo

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