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Finanças

Bolsa fecha em baixa com cautela por risco fiscal; dólar recua

Investidores seguem de olho no cenário interno.

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Crédito: Shutterstock

O principal índice da bolsa brasileira, Ibovespa, fechou em baixa nesta quarta-feira (10), e o dólar recuava em relação ao real, em mais um dia marcado por incertezas em relação ao cenário fiscal no Brasil.

O Ibovespa caiu 0,87%, aos 118.435 pontos. Já o dólar registrou queda de 0,2% frente ao real, negociado em R$ 5,3716.

O noticiário sobre risco de mais auxílio emergencial sem medidas para conter o impacto sobre as contas públicas seguiu sob os holofotes. Nesta quarta, o relator do Orçamento de 2021, senador Márcio Bittar (MDB-AC), defendeu a volta do auxílio e disse que os mais necessitados não podem esperar pelas reformas, conforme comentários de profissionais do mercado.

Nesta semana, o mercado já havia reagido mal a declarações do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de que não se pode vincular um novo auxílio emergencial a PECs que poderiam compensar aumento de gastos.

Agentes financeiros têm refeito cálculos com a possibilidade de volta do auxílio, mas nos novos cenários consideram a aprovação de medidas que compensem o impacto fiscal. Entre as mais citadas está a PEC Emergencial, que estabelece gatilhos para conter despesas públicas.

Para Helena Veronese, economista-chefe na Azimut Brasil Wealth Management, o governo não tem uma base “supersólida” que respalde expectativa de aprovação “de tudo da agenda de reformas”, e o caminho para tal não será fácil.

O maior risco neste momento, segundo ela, continua a ser uma ruptura “pé na jaca” do teto de gastos. “O risco é um fiscal muito frouxo. Se não aprovar reforma, vai ser ruim, mas isso teria menos impacto do que a ruptura do teto.”

Em seu cenário-base, que não contempla furo “pé na jaca” do teto, o dólar termina 2021 entre R$ 5,15 e R$ 5,20, na esteira de recuperação da economia no segundo semestre e de uma esperada fraqueza global do dólar.

Outro destaque do dia foi a notícia de que, após o fechamento dos mercados, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base de projeto que confere autonomia formal ao Banco Central, de forma a garantir à instituição financeira que execute suas tarefas sem risco de interferência político-partidária.

Simbolicamente pinçada como a primeira medida a ser votada sob a gestão do novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a proposta seguirá à sanção presidencial caso não seja alterada pela Casa durante a análise de emendas ao texto.

Destaques da bolsa

O dia foi de perdas para as ações de bancos, que puxavam o Ibovespa para baixo devido ao peso importante que têm sobre a composição do índice.

Já as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) mudaram de sentido subiram 1,23% e 0,94%, respectivamente, com agentes financeiros ainda receosos sobre a política de preços da companhia. No radar, um consórcio entre Talos Energy, EIG Global Energy Partners, Enauta e 3R Petroleum Óleo e Gás, apresentou oferta não vinculante pelos campos de Albacora e Albacora Leste, da Petrobras, disseram à Reuters quatro fontes familiarizadas com o assunto.

A Vale (VALE3) subiu 0,48%, atenuando a pressão negativa sobre o Ibovespa, na esteira da alta de preços do minério de ferro na China. No setor, CSN (CSNA3) também avançava, tendo ainda no radar precificação do IPO de sua unidade de mineração prevista para a sexta-feira. Relatório da Ativa Investimentos/Eleven recomendou participação na oferta até o meio da faixa indicativa (de R$ 8,50 a R$ 11,35). “A joia da coroa está à venda”, afirmaram, definido com preço-alvo R$ 13,50.

Bolsas globais

Os índices S&P 500 e o Nasdaq fecharam em leve queda em relação às máximas recordes nesta quarta-feira, pressionados por ações do setor financeiro e por uma contínua liquidação de algumas grandes empresas de tecnologia, enquanto papéis do setor de energia subiram.

  • O índice Dow Jones subiu 0,2%, a 31.438 pontos
  • S&P 500 perdeu 0,03%, a 3.910 pontos
  • O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,25%, a 13.973 pontos.

O mercado acionário europeu fechou em baixa, pressionado pela fraqueza em Wall Street e devolvendo ganhos anteriores conseguidos com resultados corporativos positivos de empresas como SocGen.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,11%, a 6.524 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,56%, a 13.932 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,36%, a 5.670 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,15%, a 23.264 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,44%, a 8.065 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,38%, a 4.821 pontos.

As ações da China fecharam em alta no último pregão antes do feriado do Ano Novo Lunar, com as ações de blue-chips (as mais negociadas) atingindo uma máxima em 13 anos nesta quarta, enquanto fortes dados de inflação ressaltaram a recuperação na segunda maior economia do mundo. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 2,14%, chegando ao nível mais alto desde 17 de outubro de 2007.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,19%, a 29.562 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,91%, a 30.038 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,43%, a 3.655 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 2,14%, a 5.807 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,52%, a 3.100 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX permaneceu fechado.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,32%, a 2.925 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,52%, a 6.856 pontos.

( * com informações da Reuters)

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