O volume financeiro aplicado pelos brasileiros cresceu 11,7%, em 2022, para R$ 5,05 trilhões, o maior montante já registrado na história, segundo dados divulgados na tarde desta quinta-feira (09) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O desempenho positivo foi puxado pelo varejo – o responsável por R$ 3,1 trilhões do volume financeiro investido. O varejo alta renda registrou um avanço de 16,2%, enquanto o varejo tradicional teve um salto de 13,3%.
Já o private – segmento de investidores que têm R$ 3 milhões para investir – cresceu 7,3%, chegando a R$ 1,9 trilhão aplicados em 2022.
Ao levar em conta a distribuição do volume financeiro em porcentagem, a renda fixa foi a que mais se destacou ao representar 60,3% dos investimentos dos brasileiros, em 2022, contra fatia de 56,8%, em 2021. Em compensação, a renda variável sofreu uma queda de participação de 19,5%, para 17,1%.
A alta da Selic e a volatilidade do Ibovespa prejudicaram o investimento em ações ao longo de 2022, frisou Ademir Correa, presidente do Fórum de Distribuição da Associação, em coletiva de imprensa.
Os títulos e valores mobiliários registravam um avanço de 25,8% no comparativo anual, somando um total de R$ 2,4 trilhões, e representaram 47% do volume investido, contra 42% do ano de 2021.
Ja os fundos de investimentos tiveram um crescimento de 4,2%, para R$ 1,5 bilhão, representando 30% do volume financeiro, enquanto a poupança registrou queda de 4% no volume investido, para R$ 949,3 bilhões, ficando com uma participação de 18%.
Títulos e valores mobiliários
Os títulos e valores mobiliários foram puxados especialmente pelos CDBs (Certificado de Depósito Bancário), que avançaram 25% em 2022, com volume de R$ 715,9 bilhões, e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio)- que são isentas de imposto de renda – com montante de R$ 317, bilhões, crescimento de 76%. Já o volume financeiro das ações caiu 4,2%, para R$ 619 bilhões.
Entre os fundos de investimentos, ações, renda fixa e imobiliário tiveram incremento no volume financeiro de 3,5%, 12,9% de 14,1%, respectivamente, enquanto os multimercados apresentaram um recuo de 2,1%.
Produtos isentos
O balanço da Anbima apontou que entre os produtos isentos de impostos (que ganharam forte adesão dos brasileiros ao longo de 2022), os títulos LCI e LCA foram os que mais cresceram nos últimos quatro anos.
No caso da LCI, o volume financeiro avançou de R$ 174,5 bilhões, em 2017, para R$ 217,2, em 2022, enquanto a LCA reportou um crescimento de R$ 138,8 bilhões, para R$ 317,6 bilhões no mesmo período – o que representa mais do que o dobro de elevação.
De acordo com Correa, embora a procura por produtos isentos seja elevada, em especial pelo cenário de inflação e alta taxa de juros, os bancos já enfrentam dificuldades para oferecer papéis isentos, porque ‘não têm lastro’.
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