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Millennials são os que mais aplicam na bolsa; veja como investe cada geração

Enquanto jovens têm perfil mais arrojado, os mais velhos focam em aplicações mais conservadoras, mostra pesquisa da Anbima.

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Além de expressões, gostos e modo de se vestir, as diversas gerações de brasileiros têm diferentes comportamentos quando o assunto é investir.

Enquanto a carteira de investimentos dos mais jovens tem um perfil mais arrojado, os mais velhos seguem focados em aplicações mais conservadoras, como a poupança e títulos de renda fixa. É o que mostra a pesquisa “Raio X do Investidor Brasileiro 2021”, realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha.

Andressa Siqueira, especialista em investimentos da Magnetis, observa um padrão na forma de investir de cada geração. “Quanto mais próximo da tecnologia elas estão, mais confortáveis ficam sobre investimentos mais arrojados. Quando menos contato com a tecnologia, mais conservadoras essas pessoas se tornam”.

Veja a seguir como investe cada faixa etária no Brasil e a carteira de investimentos preferida de cada uma, segundo a Magnetis:

Como investe cada geração?

Geração Z (entre 9 e 24 anos)

Essa é a geração com o maior número de pessoas que declararam não ter nenhum tipo de conhecimento sobre investimentos: 51,8% dos entrevistados afirmaram não saber investir. Além disso, 58,3% não poupam recursos de nenhuma forma, enquanto 7,6% poupam mas não investem em nenhum tipo de aplicação.

No entanto, os 34,1% restantes são a parcela que mais investe em criptomoedas e ações, superando as demais gerações. Apesar de ser a maior parcela investidora de criptomoedas, essa geração é a que tem menos conhecimento sobre investimentos em geral e a que menos utiliza produtos financeiros, segundo a Anbima.

De acordo com Andressa, essa geração é formada por jovens que já nasceram com amplo acesso à informação e tecnologia, tendo contato, por meio das redes sociais e internet, com temas que gerações mais antigas não exploraram – como ações e o mundo dos criptoativos. Por conta disso, a geração Z se sente segura em assuntos tecnológicos e capaz de investir em criptos e algumas ações.

Por outro lado, boa parte da Geração Z é nova no mercado de trabalho e possui remuneração mais baixa, em comparação a outras gerações. “O que os leva a investir menos é que eles acabaram de ser inseridos no mercado de trabalho, então não tem tanto conhecimento sobre todo tipo de investimento”, afirma a especialista.

Além disso, ela destaca o baixo índice de educação financeira no Brasil como possível causa para o desconhecimento sobre produtos financeiros.

Carteira de investimentos da Geração Z*

Millennials (entre 25 e 40 anos)

A maior parte dos membros dessa faixa etária também não investe: 43,1% dos entrevistados declararam não saber nada sobre investimentos, e 50,4% disseram não investir.

No entanto, essa é a geração com o maior percentual de pessoas com conhecimento sobre títulos públicos do Tesouro Direto e fundos de investimento. Entre os Millenials, 5,1% investem na bolsa e 3,8% em títulos públicos via Tesouro Direto, mais do que qualquer outra faixa etária.

A geração dos Millennials viveu os tempos de Selic nas alturas, quando a taxa básica de juros da economia permanecia nos 2 dígitos. Segundo Andressa, isso explica a preferência e maior conhecimento dessa geração sobre Tesouro Direto e fundos de renda fixa.

Apesar de também investirem em fundos de ações e renda variável, eles trazem consigo um pouco mais de desconfiança em relação a essa modalidade de investimentos, além de um cuidado maior com as finanças. “Se a gente pegar o desempenho do Ibovespa e comparar com o comportamento da taxa Selic, os rendimentos em renda fixa acabam batendo os rendimentos do Ibovespa, então existe aí essa desconfiança com a renda variável“, afirma a especialista.

A carteira de investimentos dos Millennials*

  • Aplicações na bolsa de valores
  • Títulos públicos via Tesouro Direto
  • Fundos de investimento

Geração X (entre 41 e 56 anos)

Apesar de mais pessoas conhecerem o mundo dos investimentos, essa geração conta com menos investidores que os Millennials: enquanto 48% declararam não saber nada sobre investimentos, e 54,6% disseram não investir.

Além disso, eles são os que mais deixam recursos em poupança: 32,5% afirmaram investir na caderneta.

Essa geração é composta por pessoas com menos contato ou familiaridade com a tecnologia, o que as leva a acessar com menos frequência a grande quantidade de informação sobre mercado financeiro circulando na internet. Andressa explica que, por conta disso, a Geração X mantém boa parte de seus recursos na poupança e tende a não se arriscar na renda variável.

“Se essa geração não tem um assessor ou profissional confiável de investimento, ela não vai fazer um investimento e arriscar seu próprio recurso”, afirma.

A carteira de investimentos dos Geração X*

  • Poupança
  • Títulos de bancos

Baby Boomers (entre 57 e 75 anos)

Apesar de apenas 46% dos entrevistados declararem não saber sobre investimentos, 57,6% afirmaram não investir.

Os baby boomers são a parcela com mais conhecimento sobre poupança, títulos privados e previdência privada. São também os que mais investem em títulos privados (7,1%), fundos de investimento (5%) e plano de previdência (3,6%).

Andressa explica que, assim como a Geração X, os Baby Boomers cresceram sem tecnologia e diante de muitas incertezas sobre um sistema financeiro ainda pouco desenvolvido. Segundo a especialista, as pessoas de idade mais avançada acompanharam o boom das cidades grandes e alocaram boa parte de seus recursos em ativos físicos, como imóveis e terrenos – já que, na época, esse era um bom negócio.

Hoje, no geral, eles preferem deixar o dinheiro em lugares que já conhecem, como bancos, poupança, títulos públicos e outros ativos de renda fixa.

No entanto, ela destaca um fenômeno curioso entre os baby boomers. Uma parcela pequena dessa geração decide se aventurar em renda variável, tomando mais riscos para tentar compensar o excesso de conservadorismo do passado. Segundo Andressa, esse comportamento não é recomendado, já que essas pessoas acabam adotando uma postura muito agressiva que pode colocar suas finanças em risco.

A carteira de investimentos dos Baby Boomers*

  • Majoritariamente títulos privados
  • Fundos de investimento
  • Previdência privada
  • Poupança e títulos públicos.

*As carteiras de investimentos foram criadas pela Magnetis e não configuram recomendação ou oferta de investimentos.

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