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Finanças

Dólar fecha no menor patamar em 2 anos e Ibovespa sobe 2,09% na semana

Índice da B3 registrou, em março, o melhor desempenho entre as bolsas mundiais, com valorização acumulada de 15,53%.

dólar

Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a sexta-feira (1) em alta e alcançou o maior patamar dos últimos oito meses.

O dólar, por sua vez, terminou o pregão abaixo de R$ 4,70 pela primeira vez em pouco mais de 2 anos, com a manutenção de fluxos para o Brasil, enquanto investidores digeriram dados de emprego norte-americanos abaixo do esperado, embora ainda fortes.

A moeda norte-americano finalizou o dia negociada a R$ 4,6668, queda de 1,94%. Mais cedo, chegou a R$ 4,6623, menor valor intradia desde de março de 2020. Na semana, o recuo foi de 1,68%.

Já o Ibovespa subiu 1,31%, aos 121.570 pontos, após oscilar entre 120.001 pontos e 121.579 pontos, entre a mínima e a máxima do dia. No acumulado semanal, o avanço foi de 2,09%.

Em março, a moeda norte-americana fechou o mês em R$ 4,7592, com queda de 0,57%. Já o Ibovespa teve baixa de 0,22%, com 119.999 pontos.

Em dólar, o principal índice da B3, apresentou em março o melhor desempenho entre as bolsas mundiais, com valorização acumulada de 15,53%. O Ibovespa encerrou o mês de março com o seu melhor trimestre desde 2020, com alta de 14,48%.

Cenário interno

Investidores têm apontado um fluxo constante de recursos estrangeiros para o Brasil como o responsável pela desvalorização do dólar no ano. A disparada das commodities desde o início da guerra na Ucrânia tem favorecido o país, bem como outras nações exportadoras desse tipo de produto, enquanto patamar elevado da Selic serve como impulso adicional para o real.

Juros mais altos por aqui tendem a atrair investimentos de agentes financeiros que buscam retornos elevados na renda fixa. Enquanto, no Brasil, a Selic está em 11,75% ao ano, os custos dos empréstimos em muitas economias desenvolvidas estão em patamares próximos de zero ou até mesmo em terreno negativo.

“O fluxo continua a imperar no cenário local, mantendo a perspectiva, ao menos no curto prazo, de manutenção da valorização do real frente ao dólar”, disse em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

André Perfeito, economista-chefe da Necton, ponderou em comentário que os dois vetores que forçam o dólar para baixo – commodities e Selic em alta – tendem a se acomodar. “No caso de commodities uma eventual diminuição do conflito no Leste Europeu pode distensionar os materiais básicos e no caso dos juros locais podemos ver o fim do ciclo já em maio. Dito isto mantemos nossa projeção de dólar em R$ 5,00 ao final de 2022”,

Além disso, Perfeito apontou dois aspectos que podem começar a ganhar força no segundo semestre. “O primeiro é que o FED (Federal Reserve) deve ser mais agressivo na alta da sua taxa básica o que pode apreciar em parte sua moeda (em especial contra o Euro) e também teremos no segundo semestre uma eleição tensa no país. Está caro ficar vendido em real, mas achar que a moeda local vai se apreciar muito mais não nos parece razoável, a não ser que os dois vetores citados (commodities e juros) voltem a subir”, reiterou.

Cenário externo

Investidores de todo o mundo digeriam nesta sexta-feira dados norte-americanos que mostraram criação sólida de empregos em março (payroll), ainda que a leitura tenha vindo um pouco abaixo das expectativas.

O relatório de emprego do Departamento do Trabalho mostrou abertura de 431 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado. Economistas consultados pela Reuters projetavam abertura de 490 mil, com as estimativas variando de 200 mil a 700 mil.

Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, disse que o dado abaixo do esperado retira um pouco da pressão sobre o banco central norte-americano, o Federal Reserve, para que endureça sua postura de política monetária. Os mercados vinham elevando suas apostas numa alta de 0,5 ponto percentual nos juros pelo Fed em sua reunião de maio, à medida que a inflação continua acelerando nos Estados Unidos.

Em março, o banco elevou os custos dos empréstimos pela primeira vez desde 2018, em 0,25 ponto.

Bolsas Mundiais

Wall Street

O índice S&P 500 teve uma ligeira alta nesta sexta-feira, primeira sessão do segundo trimestre, repercutindo o relatório mensal de empregos nos Estados Unidos.

O índice S&P 500 fechou em alta de 0,34%, a 4.545,86 pontos. O Dow Jones subiu 0,40%, a 34.818,27 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 0,29%, a 14.261,50 pontos.

Na semana, o Dow Jones caiu 0,10%, o S&P 500 subiu 0,10% e o Nasdaq avançou 0,70%.

Europa

As ações europeias subiam nesta sexta-feira, com alta das empresas ligadas a commodities e bancos ajudando a compensar preocupações com o crescimento econômico e a inflação, à medida que a Europa permanecia em alerta para interrupções nas importações de gás da Rússia.

A ameaça russa de cortar o fornecimento de gás para a Europa, a menos que compradores paguem com rublos a partir desta sexta-feira, foi evitada por enquanto, com Moscou dizendo que não interromperia o fornecimento até que novos pagamentos vençam no final de abril.

Preocupações com as consequências da guerra, agravadas pelo provável aperto monetário de bancos centrais para controlar o salto da inflação, fizeram com que o índice pan-europeu STOXX 600 marcasse sua primeira perda trimestral em dois anos no trimestre passado.

Nesta sexta, o STOXX 600 fechou em alta de 0,54%, a 458,34 pontos.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,30%, a 7.537,90 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,22%, a 14.446,48 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,37%, a 6.684,31 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,57%, a 25.163,30 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,69%, a 8.503,70 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,81%, a 5.988,12 pontos.

Ásia e Pacífico

O mercado acionário da China fechou em alta nesta sexta-feira, com as incorporadoras imobiliárias liderando os ganhos diante de mais expectativas de estímulo econômico após dados mostrarem que a atividade industrial contraiu no ritmo mais forte em dois anos em março.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit, que foca mais em pequenas empresas em regiões costeiras, caiu a 48,1 em março, indicando a taxa mais forte de contração desde fevereiro de 2020, contra 50,4 no mês anterior.

O resultado ficou em linha com o PMI oficial divulgado na quinta-feira, que mostrou que a atividade contraiu no ritmo mais forte desde outubro de 2021.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,56%, a 27.665 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,19%, a 22.039 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,94%, a 3.282 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,27%, a 4.276 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,65%, a 2.739 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,38%, a 17.625 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,31%, a 3.419 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,08%, a 7.493 pontos.

*Com informações da Reuters

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