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Finanças

Crianças também podem ter conta de investimento; saiba como funciona

Corretoras permitem que menores de idade tenham conta de investimento aberta.

Investimento também é assunto de criança. Especialistas recomendam que a educação financeira precisa começar já nos primeiros anos de vida, quando os pequenos começam a ouvir os adultos falarem sobre dinheiro. Por isso, hoje a maioria das instituições financeiras no Brasil permitem que menores de idade tenham conta de investimento.

O processo de abertura da conta costuma ser mais simples do que parece. Na maioria das vezes, é necessário apenas que a criança já tenha uma conta bancária aberta em seu nome ou uma conta conjunta com alguém, pois a transferência de recursos precisa ser da mesma titularidade.

Além disso, se a iniciativa da abertura da conta for do jovem, é necessário que, previamente, ele peça a autorização de responsáveis, assim como supervisão e orientação nas tomadas de decisões quando for investir.

Importância da educação financeira desde a infância

De acordo com Andressa Costa, educadora financeira, crianças aprendem rápido e aprendem muito. “A instrução na infância se consolida melhor porque é uma fase que o sistema cognitivo consegue se apropriar mais fácil das coisas”, diz.

Além disso, Andressa acrescenta que se o aprendizado acontecer de uma forma natural, lúdica e divertida, o conhecimento será levado para a vida toda.

Por essa razão ela diz ser tão importante ensinar sobre educação financeira infantil, por ser uma forma de prepará-las para lidar com o tema quando for necessário e torná-las menos consumistas.

Para a educadora financeira, a conta de investimento pode ser aberta desde o nascimento de um bebê, pois a partir dali os pais podem fazer um planejamento a longo prazo dos investimentos dos filhos.

Depois, durante a fase escolar da criança, quando os conceitos básicos de matemática forem apresentados a ela, é interessante que os pais comecem a explicar de forma simples sobre o que são investimentos e como funciona a conta de investimentos.

“É muito importante a criança participar, faz com que ela se sinta ativa no processo. Isso faz bem para a autoestima, gera senso de responsabilidade e ela [a criança] começa ver o ensino da matemática em algo prático da vida real e não só na prova da escola”, menciona Andressa.

Sendo assim, da infância para a juventude, conforme os conhecimentos da criança sobre o mercado financeiro forem crescendo, gradativamente os pais podem dar mais autonomia ao menor de idade investidor.  

Uma forma dos pais orientarem os filhos ao longo do processo, considerando que as crianças recebam uma mesada, é incentivar que eles desfrutem, mas também poupem e invistam.

Por isso, a educadora orienta dividir o dinheiro em três partes. Uma para ser gasta no curto prazo, com coisas simples que as crianças desejam no dia a dia, outra a médio prazo, para coisas um pouco mais caras, o que faz com que os pequenos se esforcem para guardar dinheiro e atinjam a meta desejada e, por último, uma a longo prazo, para objetivos futuros.

Escassez de informação sobre educação financeira

Segundo a última pesquisa mundial da S&P Global Finlit Survey sobre educação financeira, dois em cada três adultos são “analfabetos financeiros”. O estudo foi realizado através de entrevistas com 150 mil adultos em mais de 140 países, com um recorte sobre quatro conceitos financeiros básicos: diversificação de risco, inflação, habilidade numérica e juros compostos.

Além disso, a pesquisa aponta que o índice de “alfabetismo financeiro” no Brasil está próximo da média mundial. Entre os entrevistados do país, apenas 35% deles acertaram as respostas das questões relacionadas a pelo menos três dos quatro conceitos colocados na pesquisa. Esse dado leva o Brasil a 67ª posição entre todos os países analisados.

Sem a compreensão dos conceitos básicos de finanças, as pessoas não estarão bem-preparadas para tomar decisões relacionadas à gestão financeira. Por outro lado, os “alfabetizados” financeiramente têm a capacidade de fazer melhores escolhas no sentido de economizar, investir, realizar empréstimos e muito mais”, menciona a pesquisa.

Como funciona a abertura de conta

Antes de mais nada, é importante avaliar se a instituição financeira considerada para abertura da conta cobra taxa de corretagem nas operações e quais são os produtos disponibilizados aos clientes, uma vez que, sabendo disso, o usuário não terá frustrações no futuro.

Instituições financeiras como Easynvest by Nubank, Banco Inter, Toro Investimentos, XP e BTG Pactual permitem que menores de idade tenham sua própria conta de investimentos. No caso da Easynvest, por exemplo, não há taxa para abertura de conta e, para algumas operações, o processo de cadastro é simples. Estes são os passos normalmente exigidos:

  1. Acesse o portal da corretora ou o aplicativo da organização.
  2. Preencha os primeiros dados solicitados (nome, CPF, e-mail) e crie uma senha.
  3. Responda às questões feitas pela página (na pergunta sobre profissão o ideal é colocar “estudante”).
  4.  Envie uma foto dos documentos solicitados pelo portal ou aplicativo.

Os documentos requeridos para abrir uma conta para menores são:

  • RG, CNH ou passaporte do responsável;
  • RG, CNH, passaporte ou certidão de nascimento da criança;
  • Comprovante de residência de algum dos responsáveis legais do menor ou do próprio titular da conta. Serve conta de água, luz, telefone ou fatura do cartão de crédito.

Depois de completar o cadastro, a corretora irá analisar os dados e dará um retorno com a aprovação ou não da abertura da conta.

Na maioria das instituições financeiras o processo é parecido. O que muda é que algumas vezes a companhia exige outros tipos de documentos ou só faz o atendimento presencial ao cliente.

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Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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