Chiliz: veja 4 perguntas e respostas sobre a ‘fã token’ e seu futuro

Todos os dias o investidor se vê cercado de novos criptoativos, desde novas classes de investimento até ativos propriamente ditos. Em meio a eles, surge o fã token, uma categoria de investimento que aposta na interação entre torcedores e associações. E o principal fã token em circulação é a chiliz (CHZ). Por isso, entenda como funciona esse ativo e como analisá-lo para sua carteira.

1 – O que é a chiliz (CHZ)?

O token chiliz (cuja sigla é o CHZ) é uma moeda digital para mediar interações entre fãs torcedores e as agremiações às quais fazem parte. Desenvolvido em 2018 pela Socios.com, possui seu registro na rede blockchain Ethereum (ETH), porém pode ser negociado em outras redes.

Felipe Ribbe, diretor de Desenvolvimento de Negócios no Brasil da Socios.com, define a chiliz como “uma moeda digital do nosso aplicativo responsável por mediar o acesso a Fã Tokens, facilitando a mediação entre torcedores e clubes”.

Ele é classificado como um utility token, com características muito específicas.

O que é um utility token, ou criptoativo utilitário

Um utility token, ou criptoativo utilitário, é um tipo específico de token responsável por mediar interações em redes blockchain; diferente de uma criptomoeda, ele funciona em uma rede blockchain, mas com finalidades mais específicas.

Utility token x fã token

A diferença entre o utility token e o fã token é que este último nada mais é que um criptoativo utilitário feito para mediar a relação entre fã e associação. Essa mediação é feita por meio desse token, que funciona como uma moeda, mas para um contexto específico – o do esporte.

Para que serve e como funciona um utility token

Esse tipo de criptoativo, uma vez que media as relações, pode ser facilmente confundido com uma criptomoeda. A principal diferença entre ambos, no entanto, é que os utility tokens são responsáveis por transações simbólicas e possuem um leque diferente de aplicações.

Ele é considerado um token fungível – diferente de um NFT, que é único, mas ainda mais particular do que uma criptomoeda, como o bitcoin (BTC). Como funcionam dentro de redes blockchain, eles estarão associados a aplicações específicas definidas previamente pelos desenvolvedores da rede.

Consequentemente, o utility token é usado a depender das aplicações da rede. No caso de um fã token existe uma série de usos particulares que times e associações se fazem valer.

2 – Como funciona a fã token?

O fã token (ou fan token, em inglês) é um utility token pensado para o contexto das agremiações esportivas. No universo do esporte a participação de torcidas organizadas, sócios de clubes, fã clubes e similares rende desde expulsões de estádios até escalações específicas.

Gustavo Grabia, autor de “La Doce”, livro que retrata a realidade da torcida organizada do Boca, descreve como a diretoria ameaçou de morte os jogadores se não “passassem a bola para o garoto novo”, se referindo a Maradona.

O fã token é uma ferramenta mais democrática para a participação do torcedor, que pode adquiri-lo e, com isso, participar de diversas tomadas de decisão e se fazer ouvir junto ao time.

Bruno Milanello, executivo de negócios do Mercado Bitcoin, destacou o papel dos fãs tokens durante a pandemia. “Foi uma ferramenta fantástica, quando estádios, lojas e eventos foram fechados ou diminuídos. Eles se confundem com a tese do mundo cripto – estava todo mundo online, e o dinheiro virtual ganha conotação positiva”.

Usos dos fãs tokens

Entre os usos, Milanello cita alguns mais comuns. “A Europa está sendo pioneira no uso dos fãs tokens: lá, estão sendo usados para promover experiências IRL entre os detentores dos tokens, votações no dia a dia dos clubes e engajamentos mais avançados”.

E isso não se restringe ao futebol: “Hoje em dia”, continua ele, “o sonho de todo torcedor é poder votar na escalação de um piloto de fórmula 1 ou nas disputas de lutadores de um UFC. Isso começa a se tornar possível com os fãs tokens”.

Além disso, a descentralização das decisões de negócios é o grande atrativo desse criptoativo e será, segundo Milanello, o desafio da Chiliz em vender seu produto: “Design de ônibus para levar jogadores a um estádio, cor dos uniformes para aquele dia de jogo, são coisas que impactam negócios e business e isso permite que eu, enquanto torcedor, influencie as decisões de negócios”.

Vantagens de se possuir um fã token

Segundo Ribbe, “os fãs tokens fornecem aos torcedores acesso a uma variedade de vantagens e benefícios. O principal deles é o direito de votar nas pesquisas de clubes sobre assuntos não estratégicos, como designs de uniformes e músicas de comemoração de gols”. Segundo ele, a Socios.com realizou cerca de 500 pesquisas para detentores de fã tokens em 2022.

“Os detentores de fã tokens também podem jogar jogos, responder questionários e participar de competições relacionadas ao clube no aplicativo Socios.com. Quanto mais fãs se envolverem com suas equipes no aplicativo, mais pontos XP (recompensa) eles irão adquirir, permitindo que eles acessem recompensas e experiências”.

3 – Chiliz (CHZ) é uma criptomoeda promissora?

Essas interações ocorrem por meio da criptomoeda Chiliz. Embora nem Ribbe nem Milanello ratifiquem seu uso para investimento, ela é uma criptomoeda cuja tese de investimento está diretamente relacionada à integração entre times e torcidas e ao resultado que os primeiros apresentam.

“O que acontece é que esses ativos possuem liquidez e cotação. Não foram pensados em termos de valorização” informa Milanello. “Entretanto, o que acontece é que esses clubes e ligas estão expostos na mídia e nas disputas esportivas. Para isso, vale a pena ficar antenado em calendários esportivos, notícias que são transmitidas acerca do clube etc.”

Segundo ele, danos a jogadores, escândalos de corrupção envolvendo diretores e exemplos correlatos atraem e afastam pessoas desse tipo de ativo. Sua compra não envolve relação contratual com os times vinculados, nem participação em seus lucros ou prejuízos.

Ribbe vai além e informa que o ativo não foi pensado para nada além de mediar as relações entre times e torcidas.

Valorização da chiliz

Entretanto, o ativo valorizou quase 1500% entre fevereiro e março de 2021, quando chamou atenção do público especulador de criptoativos. Desde então, seu valor caiu, de R$ 4,95 em seu auge (março de 2021) até R$ 0,60 no começo de junho de 2022.

Futuro da chiliz

Além disso, times como o Fluminense começam a participar da comunidade e do uso de fã tokens: “Estamos muito orgulhosos que o Fluminense se tornou o último gigante a se juntar a nossa rede e estamos ansiosos para criar oportunidades incríveis para o torcedor Tricolor”, afirma Alexandre Dreyfus, CEO da Chiliz e Socios.com.

Outro desenvolvimento de tecnologia que influencia o futuro do uso de fã tokens é o desenvolvimento de times DAO – Organizações Autônomas Descentralizadas – no metaverso.

4 – Vale a pena comprar chiliz?

A tese de investimentos que norteia a decisão de investir nesse criptoativo de forma especulativa está relacionada ao mundo dos esportes. Se a pessoa estima que haverá maior valorização da participação de torcidas dos times e que haverá um aumento da procura por esse tipo de ativo, há margem para imaginar que a valorização ocorra.

Por outro lado, seu valor também está atrelado a adesão por times e modalidades esportivas. Quanto mais times aderirem a fãs tokens, maior a possibilidade de procura por esse ativo.

Alguns clubes brasileiros, como o Corinthians e o São Paulo, fizeram emissões de fãs tokens como uma espécie de “IPO”, em que buscavam arrecadar fundos para realizar reformas em prédios do clube e eventuais contratações.

Como comprar chiliz (CHZ) no Brasil

Para comprar o token da chiliz (CHZ), é necessário ter uma wallet nas principais plataformas de criptoativos – como a Binance ou o Mercado Bitcoin, por exemplo – ou ainda através do aplicativo da Socios.com, plataforma nativa do chiliz. Lá é possível acumular a moeda ou, através dela, adquirir fãs tokens de diferentes times, ligas e esportes que acompanhe.

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