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Finanças

Ibovespa fecha a 120 mil pontos, maior patamar desde abril de 2022

Já o dólar encerrou em queda, com mercado reagindo a sinalização de possível novo aumento de juros pelo Fed.

O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (21), acima dos 120 mil pontos pela primeira vez desde abril de 2022, em sessão marcada por expectativas para a decisão de política monetária do Banco Central (BC), em especial sinais sobre o rumo da Selic à frente.

O dólar, por sua vez, se firmou em queda, com o mercado atento ao depoimento do chefe do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizando possíveis novos aumentos de juros.

No dia, o Ibovespa subiu 0,67%, aos 120.420 pontos. O dólar caiu 0,57%, a R$ 4,7679.

No fim da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 13,005%, ante 12,998% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,1%, ante 11,078% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,505%, ante 10,499% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,5%, ante 10,533%.

À espera do Copom

No fim do dia, as atenções se voltam para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC sobre a Selic, com investidores também em busca de sinais sobre a trajetória da taxa básica de juros. Com expectativa de que ela seja mantida em 13,75% agora, o foco estará em indicações sobre o início do afrouxamento monetário.

“O que o mercado quer olhar é o que o Roberto Campos Neto e o Banco Central de forma geral vão dar para as próximas reuniões e até o fim do ano, porque isso impacta muito o câmbio”

Gabriel Mota, operador da Manchester Investimentos.

“Investidores devem avaliar após o fechamento do mercado o comunicado do Copom, após decisão de juros, que poderia trazer alguma sinalização de corte da Selic”, afirmou a equipe do Safra. “A expectativa é que o BC tenha um tom mais brando após dados apontarem a queda da inflação”, disse em nota a clientes.

O câmbio tem sido visto de forma muito atrativa porque nossa taxa de juros está muito alta, então a gente consegue trazer bastante recurso estrangeiro”, disse Mota.

Embora a moeda brasileira tenda a se beneficiar de juros mais altos, boa parte do mercado acredita que, ainda que o BC comece o processo de cortes da Selic no futuro próximo, os juros reais seguirão favoráveis à atração de investimentos, ainda mais num ambiente de arrefecimento da inflação. Isso, por sua vez, tem ajudado a derrubar o dólar para os patamares mais baixos em mais de um ano, bem como uma descompressão de receios fiscais.

Ainda no cenário doméstico, agentes financeiros acompanham a tramitação da nova regra fiscal no Senado, após a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa aprovar mais cedo o texto principal da proposta de arcabouço fiscal.

Discurso de Powell

O dia foi marcado por depoimento de Powell ao Congresso dos Estados Unidos, com todos os olhos voltados para possíveis indicações sobre a política monetária. Em declarações preparadas, ele afirmou que a luta do Fed para reduzir a inflação à sua meta de 2% “tem um longo caminho a percorrer”.

Presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, em Washington 22/06/2021 Graeme Jennings/Pool via REUTERS

Em dois dias de depoimentos, ele deve ser questionado sobre se os juros vão realmente subir de novo em julho e chegar a um pico de 5,5%-5,75%, como projetado.

Ele afirmou aos parlamentares que “pode fazer sentido continuar elevando as taxas de juros nos próximos meses, mas em um ritmo mais moderado”, em resposta às perguntas dos legisladores sobre os planos do Fed. O cronograma de aumentos adicionais será baseado nos dados recebidos, disse ele no comunicado de abertura.

Após a fala, algumas ações americanas chegaram a cair, frustrando apostas de que o Fed estaria chegando ao fim de seu ciclo de aperto. Operadores de swaps colocaram em cheque a probabilidade superior a 80% de que o Fed aumente os juros em 0,25 ponto percentual no próximo mês.

“Com relação às falas do presidente do Fed, o mercado espera uma postura cautelosa, pois apesar de o Fed ter pausado o atual ciclo de aperto monetário, diversos membros já expressaram a visão de que mais altas serão necessárias para combater a inflação”, disse mais cedo a Guide Investimentos em nota.

Bolsas mundiais

Wall Street

O mercado acionário norte-americano fechou em baixa nesta quarta-feira.

Os três principais índices acionários dos EUA registraram suas terceiras quedas diárias consecutivas, com papéis de megacapitalização de tecnologia e relacionados à tecnologia como os maiores pesos nos índices.

Segundo dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,52%, para 4.365,73 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 1,21%, para 13.502,20 pontos. O Dow Jones caiu 0,30%, para 33.952,64 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China tivram nesta quarta-feira a maior queda em dois meses em meio a decepções com medidas de estímulo, dando mais argumentos aos analistas para um afrouxamento monetário.

Ao mesmo tempo as tensões com os Estados Unidos voltaram à tona depois que o presidente norte-americano, Joe Biden, chamou o presidente chinês Xi Jinping de “ditador”.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,56%, a 33.575 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,98%, a 19.218 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,31%, a 3.197 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,53%, a 3.864 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,86%, a 2.582 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,10%, a 17.202 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,11%, a 3.223 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,58%, a 7.314 pontos.

*Com informações da Reuters.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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