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Finanças

Dólar sobe mais de 1% ante o real em dia negativo para moedas ligadas a commodities

Dados fracos da economia chinesa pressionaram divisas de países exportadores de matérias-primas

O dólar fechou a terça-feira em forte alta ante o real, superior a 1%. O movimento acompanhou o avanço da moeda americana ante outras divisas de exportadores de commodities no exterior, após a divulgação de dados fracos da economia chinesa.

O dólar à vista fechou em alta de 1,32%, cotado a R$ 5,6552. Em setembro, a divisa acumula alta de 0,34%.

Às 17h06, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,14%, a R$ 5,665 na venda.

A moeda norte-americana chegou a oscilar em baixa ante o real no início da sessão, mas ainda na primeira hora de negócios se firmou no território positivo, acompanhando o exterior. Por trás do movimento estavam receios em torno da economia da China, maior comprador de commodities do mundo e um dos principais destinos dos produtos brasileiros.

O país asiático informou nesta terça que suas importações cresceram apenas 0,5% em agosto, abaixo da expectativa de alta de 2% e do avanço de 7,2% em julho, o que impactou negativamente os preços do minério de ferro — um dos principais itens da pauta exportadora brasileira. O petróleo também sustentava perdas firmes.

“O cenário global de incertezas persiste, e a queda nas importações chinesas pressiona os preços das commodities, afetando as economias emergentes”, disse Diego Costa, head de câmbio da B&T Câmbio, em comentário enviado a clientes. Ele chamou a atenção para o avanço firme do dólar ante as divisas de países emergentes.

Nesse cenário, após registrar a cotação mínima de R$ 5,5692 (-0,22%) às 9h04, pouco depois da abertura, o dólar à vista escalou até a máxima de R$ 5,6688 (+1,56%) às 15h15.

No caso específico do Brasil, a alta do dólar também foi amparada pela percepção de que o Banco Central elevará a Selic em 25 pontos-base na próxima semana – e não em 50 pontos-base. Atualmente a Selic está em 10,50% ao ano.

Pela manhã, antes da abertura dos negócios, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA teve deflação de 0,02% em agosto, após inflação de 0,38% em julho. Foi a primeira taxa negativa desde junho de 2023 (-0,08%). O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters com economistas, de inflação de 0,01%. Em 12 meses até agosto, o IPCA acumulou alta de 4,24%, ante 4,50% em julho e expectativa de 4,29%.

Os números benignos do IPCA, na visão de um profissional ouvido pela Reuters, reforçaram a expectativa por uma alta de apenas 25 pontos-base da Selic, o que retirou parte do suporte do real durante a sessão.

De fato, a curva de juros brasileira passou a precificar nesta terça-feira chances ainda maiores de alta de 25 pontos-base da Selic, com probabilidade reduzida de aumento de 50 pontos-base.

No exterior, no fim da tarde o dólar seguia em alta firme ante moedas pares do real como o peso mexicano e o peso chileno. No entanto, o dólar estava perto da estabilidade ante as moedas fortes.

Às 17h22, O índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes – caía 0,03%, a 101,620.

Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024.

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