Entre lucro bruto, líquido, ebitda ajustado, ebit, receita líquida, margem bruta, caixa operacional, fluxo de caixa livre, o que de fato deve ser levado em consideração a depender do ramo de atuação da respectiva companhia?
Para o analista de ações da Nu invest, Murilo Breder, especializado em balanços financeiros, o investidor precisa ter cautela com as interpretações. Segundo ele, por mais que seja correto e muito utilizado comparar o resultado do quarto com o terceiro trimestre, ou então de um ano antes, é necessário ter cuidado redobrado com o efeito base – um efeito que pode distorcer os números.
“Suponha que um lucro foi muito baixo em um trimestre, próximo de zero. Mas daí, no trimestre seguinte, o lucro é bem maior. Acontece que em valores percentuais, este crescimento vira um crescimento enorme, de 400%, 500%, o que o brilha os olhos do investidor. Mas a real é que essa alta só foi expressiva dado o mau desempenho no trimestre anterior”, aponta Breder.
Para o analista, é necessário analisar a procedência do lucro de uma empresa, já que este é muitas vezes sujeito ao câmbio, depreciação, amortização – uma série de elementos que permitem uma certa subjetividade na interpretação.
“Para muitas empresas, como commodities e exportadoras, o Ebitda faz mais sentido para eliminar diferenças, como a cambial”, diz. Um exemplo dado por Breder é quando se compara empresas brasileiras exportadoras com seus pares internacionais. E nesse caso, o Ebitda é o mais utilizado para fazer essa comparação, até porque, há uma diferença de imposto de renda entre um país e outro. De forma prática, o Ebitda é o lucro de uma empresa já descontadas as despesas, mas antes de tirar os impostos.
Neste Cafeína, Samy Dana e Dony De Nuccio mostram como avaliar o balanço financeiro de uma empresa listada.