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Ethereum se torna deflacionário pela primeira vez na história

Após o “The Merge”, a taxa de emissão de novos ETH caiu 90% e a moeda está se tornando cada vez mais escassa.

*ARTIGO

Pouco mais de um mês após a implementação do The Merge, atualização mais aguardada do ethereum (ETH), a emissão de novas moedas na rede caiu para -0,12% no dia 11 de outubro e o ethereum se tornou deflacionário pela primeira vez na história.

O termo “deflacionário” é usado no mercado para se referir a um funcionamento do blockchain que leva a reduções na oferta da criptomoeda. Ou seja, significa que a “queima” de tokens supera o número de novos ativos criados.

Uma moeda sujeita à inflação — tal como o real — perde valor ao longo do tempo devido a uma série de fatores. O contrário é exatamente o que está acontecendo com o ethereum. Então, seu marco está longe de ser bobeira.

A título de comparação, conforme os dados da plataforma Ultra Sound mostram, o fornecimento do número de etheres se tornou menor até mesmo que do bitcoin (BTC), ativo valorizado por sua natureza matematicamente limitada:

Comparativo da taxa de emissão de novas moedas da rede Ethereum, antes e depois da sua atualização, com o bitcoin. (Imagem: Reprodução/plataforma Ultra Sound)

O ethereum não sofreu um rali das cotações apenas porque o cenário macroeconômico não está favorável para os ativos de risco. O mercado macroeconômico funciona em ciclos e, no atual momento, estamos em um ciclo ruim.

No médio e longo prazo, esses momentos de baixo preço são temporários, e os fundamentos dos bons projetos se sobressaem.

Entender o The Merge é indispensável

O The Merge, que aconteceu no dia 15 de setembro deste ano, mudou não só o sistema de validação de transações da rede da Prova-de-Trabalho (PoW) para a Prova-de-Participação (PoS), mas também o sistema de taxa de emissão de novas moedas na rede.

Por isso, tão importante quanto saber da diminuição da demanda por energia elétrica do ethereum é ter claro que o The Merge fez com que a quantidade de novos ETH emitidos saísse de 14 mil por dia para cerca de 1,4 mil, ou seja, uma redução de 90% do fornecimento diário.

Ter conhecimento sobre esse dado é extremamente relevante uma vez que, somado ao EIP-1559, atualização de 2021 que “queima ethers” conforme a demanda por validações, o ethereum pode se tornar raro.

Em outras palavras, dependendo do timing, a taxa de emissão de ether na rede ethereum pode ficar menor que a taxa de queima do ativo, fazendo com que a segunda maior criptomoeda do mercado ganhe a característica deflacionária, tal como a observado recentemente.

Ter paciência e foco no longo prazo vai ser recompensador

Ethereum (Foto: Miloslav Hamřík/ Pixabay)
Ethereum (Foto: Miloslav Hamřík/ Pixabay)

De fato, desde agosto de 2021 moedas ETH já eram queimadas na rede; mas, mesmo com adoção crescente, como a quantidade diária de emissão era muito maior, momentos deflacionários eram extremamente raros. 

Todavia, é importante notar que agora isso mudou: com suas novas características técnicas, o ethereum pode facilmente se tornar “permanentemente” deflacionário, visto que a demanda pela rede continua a bater recordes ano após ano, mesmo com a crescente concorrência.

É importante controlar as emoções e evitar pânico por conta do inverno cripto. Aqueles que tiverem paciência e foco no longo prazo se beneficiarão de um ativo  cada vez mais escasso no longo prazo — por consequência, cada vez mais valioso.

Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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