Estima-se que em uma década o turismo espacial deva chegar a uma indústria de US$ 20 bilhões anuais, competindo diretamente com as aéreas. Mas a curto e médio prazos, a aposta é que os satélites para internet banda larga serão os principais responsáveis por esse crescimento.
Segundo o Bank Of America, a maior oportunidade do setor espacial hoje é fornecer acesso à internet para partes sub desenvolvidas e não atendidas ao redor do mundo. Somado a isso, há projeções de um aumento na demanda por ampliação de banda larga para tecnologias como carros autônomos, internet das coisas, inteligência artificial e realidade virtual.
De olho nessa demanda, a Starlink, empresa de Elon Musk, já colocou 11.670 satélites de conexão de banda larga no espaço. Porém a meta é chegar à marca de 42 mil. Já a Blue Origin – empresa de Jeff Bezos – está de olho no filão do turismo espacial, porém, não sozinha. A Virgin Galactic, de Richard Brenson, também está nessa corrida ao espaço. A companhia vem fazendo algumas projeções para viagens turísticas curtas, a pelo menos 100 quilômetros acima da terra.
O que parece ser bem mais pés no chão do que Musk, já que o fundador da Space-X pretende colonizar Marte em um futuro não tão distante. Até 2050, o seu objetivo é enviar um milhão de humanos para o planeta vermelho, em viagens a cada 30 dias.
Toda essa movimentação coloca em foco o setor espacial que parece estar se aquecendo cada vez mais. E seguindo este rastro, investidores começam a ficar de olho onde apostar suas fichas.
Das 3 empresas espaciais – Space-X, Blue Origin e Virgin Galactic, apenas a última tem ações negociadas em bolsa. Desde outubro de 2017, que foi quando os papeis da Virgin Galactic (SPCE) estrearam, eles rentabilizaram 450%.
Já no universo dos ETFs, existe o fundo de índice UFO, negociado na bolsa americana com o ticker OVNI. Este é o primeiro fundo global aeroespacial e de defesa. O ETF tem lastro em um índice espacial chamado S-Network Space Index, e já ultrapassou US$ 100 milhões em ativos sob gestão.
As empresas incluídas neste fundo abrangem várias indústrias, incluindo produtos e serviços de consumo baseados em satélite, fabricação, implantação e manutenção de foguetes e satélites, hardware de tecnologia espacial, fabricação de equipamentos de solo, e serviços de inteligência.
Este ETF divide as empresas em dois setores. O primeiro é composto por empresas não diversificadas, com pelo menos 50% de suas receitas provenientes de atividades relacionadas ao espaço. O segundo setor é composto por empresas diversificadas, que desempenham um papel significativo na produção de tecnologia e equipamentos espaciais.
O primeiro setor – que é o não diversificado – recebe 80% do peso do Índice. Já as de empresas diversificadas correspondem a 20% do peso do índice. Seu crescimento foi de 23% desde dezembro de 2019 .
E também existe o ETF FITE. Ele rastreia um índice de ações dos EUA que apoia as inovações tecnológicas em futuras aplicações militares e de segurança. As empresas que compõe o índice são selecionadas a partir de sete subsetores: robótica, tecnologia vestível, tecnologia de drones, realidade virtual, tecnologia espacial, segurança cibernética e segurança avançada de fronteira.
Um comitê ainda classifica as ações elegíveis com base no impacto que a empresa fornece em relação ao futuro da segurança. Seu rendimento foi de 73% desde sua abertura, em dezembro de 2017.
A questão é que nenhum destes investimentos, pelo menos por enquanto, estão acessíveis na B3 – a bolsa brasileira. Para acessar é necessário abrir uma conta em uma corretora de investimentos no exterior. Mas com tantos investimentos surgindo, como ETFs ou fundos ligados a empresas de tecnologia, isso é só uma questão de tempo.