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Finanças

Falta de adesão à greve dos caminhoneiros beneficia mercado, dizem analistas

Entidades que representam o setor seguem divididas em relação a uma nova greve dos caminhoneiros.

Uma nova greve dos caminhoneiros estava marcada para começar no domingo (25) e se estender até esta segunda-feira (26), mas a baixa adesão ajudou a elevar o tom positivo nos mercados financeiros. É o que disseram analistas ouvidos pelo InvestNews, apontando ainda que, mesmo se o movimento ganhar força, não existe a preocupação de um impacto econômico significativo como a greve de 2018.

Segundo informações divulgadas nesta tarde pela Polícia Rodoviária Federal ao “Broadcast Agro”, não havia até então nenhum ponto de bloqueio, interdição ou manifestação em rodovia federal, informou em nota enviada. “A PRF segue seus trabalhos normalmente para garantir a mobilidade, conforme rotina diária”, disse a PRF na nota.

Apesar de não haver nenhum registro de bloqueios e interrupção no fluxo de rodovias, grupos de caminhoneiros chegaram a realizar protestos nesta segunda. Nas margens das estradas, foram vistas manifestações com faixas, além de veículos parados em postos de combustíveis.

“A baixa adesão da greve dos caminhoneiros foi interpretada como sinal positivo pelos investidores, contribuindo para baixa volatilidade do dólar“, comenta Lucas Schroeder, diretor de operações da Cambio Curitiba.

Falando sobre a reação na bolsa de valores brasileira, a B3, Gustavo Taborda, assessor de investimentos na PHI Investimentos, afirma que o movimento com pouca participação “deixou o mercado mais calmo com uma possível paralisação que, caso venha a ocorrer, não afetaria a economia de forma tão impactante quanto a de 2018″.

Categoria dividida

Em vídeos de transportadores organizando o movimento que circularam pelas redes sociais, caminhoneiros estendiam faixas próximos à rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro. As faixas tinham dizeres como “Estamos no limite”, pedidos de preço “justo” do diesel e lembretes ao cumprimento da lei 13.703/2018, que institui a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas.

No entanto, entidades e associações que representam caminhoneiros seguiram divididas quanto à adesão à paralisação. A realização da greve não era unanimidade entre os transportadores rodoviários, “segundo reportagem da Agência Estado”.

O movimento foi organizado por algumas entidades da categoria, como o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, disse mais cedo ao “Broadcast” que a entidade mantém o apoio ao movimento e orientou seus associados a paralisarem as atividades.

Entre as reivindicações dos caminhoneiros estão maior fiscalização nas estradas para cumprimento do piso mínimo de frete e a aposentadoria especial para os motoristas a partir de 25 anos de trabalho por envolver atividades insalubres.

Caminhoneiros também pedem o fim da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras (PETR3 e PETR4) para combustíveis. Nesta segunda, o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, reafirmou a analistas de mercado que os preços dos combustíveis vendidos pela companhia permanecem seguindo valores internacionais e que a empresa está evitando passar volatilidade de curto prazo ao mercado interno, conforme relatório do Goldman Sachs.

Mas o apoio às manifestações não é unânime entre os caminhoneiros. A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) informou que reforça a posição contrária aos atos, apesar de considerar o movimento “justo” e “pertinente”. O presidente da associação, Wallace Landim, conhecido como Chorão, afirmou que a entidade não participaria da paralisação. “O combustível não é um problema só nosso. Referente a lei 13.703/18 que está vigente, precisamos que a ANTT faça seu trabalho de fiscalização”, disse Chorão mais cedo ao “Broadcast”.

Na sexta-feira (23), a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Carga em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens-SP) e o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) também declararam que não irão participar da paralisação, conforme informou o presidente de ambas entidades, Norival de Almeida Silva Preto.

Também na sexta, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) informou à reportagem que mantém o posicionamento de não orientar os seus associados sobre aderir ou não ao movimento.

(*com informações da Agência Estado)

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