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Finanças

Family Office dos Moreira Salles aumenta ativos para R$ 54 bi

Desde meados do século XX, a família também controla a CBMM, maior mineradora mundial de nióbio.

Por Daniel Cancel

O family office que administra a fortuna da família Moreira Salles aumentou seus ativos sob gestão para R$ 54,1 bilhões e ampliou a equipe.

A BW Gestão de Investimentos, uma das maiores gestoras de uma única família no Brasil, acrescentou R$ 5,4 bilhões em ativos no ano passado, ao arrecadar dividendos de seus negócios de banco e mineração, de acordo com relatório anual divulgado esta semana. A empresa sediada em São Paulo também aumentou seu número de funcionários para 78, contra 69 no ano anterior.

“BWGI vem incrementando seu quadro de colaboradores para fazer frente aos novos mercados em que passou a atuar”, afirmou a empresa no relatório. “Cabe destacar o crescimento do time de tecnologia para aderir e suportar o crescimento e novos recursos tecnológicos.”

A empresa, que também tem escritório em Nova York, é dirigida por João Moreira Salles, de 42 anos, ex-executivo de banco de investimentos do JPMorgan. Ele faz parte da quarta geração de uma família que atua no setor financeiro desde que seu bisavô, também chamado João, fundou um banco na década de 1920. Além de fazer parte do grupo de controle do Itaú Unibanco, o clã também tem participações no setor de mineração, energia, agricultura e até chinelos.

A terceira geração, liderada pelo pai de João, Pedro Moreira Salles, tem um patrimônio líquido total de US$ 27,9 bilhões, distribuídos entre quatro irmãos, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. A BWGI atende familiares até o terceiro grau de parentesco.

Desde a data limite do relatório anual, em 31 de dezembro, a BWGI acumulou ainda mais dinheiro com os dividendos de R$ 11 bilhões do Itaú, que pagou R$ 1,13 por ação em 8 de março. A participação da família Moreira Salles no banco é de cerca de 9%.

A BWGI não comentou sobre suas estratégias de investimento e contratações recentes.

História de família

As raízes da fortuna da família remontam a 1924, quando o patriarca João Moreira Salles, dono de uma loja de alimentos, bebidas e utensílios domésticos, fundou a Casa Bancária Moreira Salles. O credor financiou a expansão das plantações de café nas décadas de 1930 e 1940.

Seu filho Walther gradualmente transformou o credor no gigante bancário conhecido como Unibanco, que já era uma das maiores instituições financeiras do Brasil quando foi comprada pelo Itaú em 2008. A BWGI foi fundada no mesmo ano para administrar o dinheiro da família.

Desde meados do século XX, a família também controla a CBMM, maior mineradora mundial de um metal de terras raras chamado nióbio, usado para fortalecer produtos siderúrgicos, entre outros usos. Com sede em Minas Gerais, a empresa também possui escritórios nos EUA, Europa e Singapura, e vende o metal para cerca de 40 países.

Em 2022, o ano mais recente para o qual há dados de balanço disponíveis, a mineradora de capital fechado reportou R$ 4,5 bilhões de lucro e R$ 11 bilhões de receita. A família tem 70% de participação na empresa.

A BWGI investe cerca de 75% de seus recursos no exterior. Um de seus maiores negócios de que se tem conhecimento no ano passado foi a compra de uma participação de 6,2% na empresa francesa de higiene e serviços Elis. As ações subiram quase 22% desde então e a participação vale atualmente cerca de € 288 milhões (US$ 313 milhões).

O family office é também o maior acionista da fabricante francesa de embalagens de vidro Verallia, com uma participação de 28%, que detém desde 2021. Esse investimento vale atualmente cerca de € 1,2 bilhões.

João faz parte dos conselhos do Itaú, Verallia e Alpargatas, a fabricante das sandálias Havaianas.

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