O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) tem como uma de suas principais funções proteger o investidor, garantindo o ressarcimento de depósitos e aplicações de renda fixa emitida pelos bancos, como CDBs, LCIs e LCAs, quando ocorre liquidação de uma instituição financeira.

Para acionar o FGC, o investidor precisa formalizar um pedido de ressarcimento dos valores pelo aplicativo do fundo, canal em que podem acompanhar de forma transparente todo o andamento do processo. Os pagamentos são efetuados por meio de crédito em conta corrente, saques presenciais ou transferências, sempre sem custos adicionais para o cliente. A seguir, entenda o que é e como acionar o FGC.

O que é o FGC e como ele funciona?

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma entidade privada sem fins lucrativos que protege investidores e correntistas caso um banco ou instituição financeira venha a quebrar ou sofrer liquidação. Ele funciona como uma espécie de “garantia” para quem mantém dinheiro em produtos financeiros emitidos pelos bancos.

Na prática, se a instituição associada ao FGC não tiver mais condições de devolver o dinheiro aos clientes, o fundo faz o reembolso até o limite definido pelas regras atuais. Isso dá segurança ao sistema financeiro e evita que a perda seja total para o investidor.

Como receber do FGC?

O dinheiro do FGC não cai automaticamente na conta do investidor. Quando uma instituição financeira é liquidada, o fundo divulga em seu site um link específico para que os clientes façam o cadastro com CPF, e-mail e conta bancária. O sistema cruza os dados e, após a confirmação, o depósito é feito via TED ou PIX.

Em relação ao prazo para receber o dinheiro do fundo, em um comunicado recente, o FGC afirmou: “Cabe destacar que não existe um prazo definido na legislação para o pagamento da garantia em caso de liquidação de instituição financeira. O pagamento somente se inicia depois que o liquidante, apontado pelo BCB, consolida a lista de credores com os respectivos valores de cada um. Nos casos mais recentes de liquidação, esse período tem sido de aproximadamente um mês”.

Como baixar e acessar o aplicativo do FGC

Na loja de aplicativos, pesquise por “FGC – Fundo Garantidor de Créditos” e baixe o app oficial, acessando a App Store (iPhone) ou Play Store (Android). Na sequência, siga os seguintes passos:

1 – Crie seu cadastro:

2 – Acesse a conta:

3 – Cadastre uma conta bancária para receber os recursos:

Quem financia o FGC?

O FGC não é custeado pelos clientes. São as próprias instituições financeiras participantes que contribuem mensalmente com um percentual sobre os depósitos garantidos. O investidor não paga nada por essa proteção.

Quais investimentos o FGC cobre?

A garantia vale para produtos bancários emitidos por instituições associadas. Entre eles:

Esses produtos só são cobertos se emitidos por instituições participantes do FGC.

O que o FGC não cobre?

Esses produtos possuem outras estruturas jurídicas e modelos próprios de garantia.

Qual é o limite de cobertura do FGC?

O FGC cobre até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por instituição emissora, com limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos.

Exemplo: R$ 240 mil em CDB do Banco A + R$ 240 mil em CDB do Banco B → Ambos cobertos (instituições diferentes). R$ 400 mil em CDBs do mesmo banco → O FGC cobre apenas R$ 250 mil.

Quando o FGC é acionado?

O FGC só atua em três situações formalmente decretadas pelo Banco Central:

Só a partir dessas determinações o fundo inicia os pagamentos.

O que acontece se o patrimônio do FGC não for suficiente?

O regulamento prevê mecanismos de reforço, como:

Outras fontes de recursos mediante acordo com o Banco Central.

Exemplos reais de acionamento do FGC:

Criado em 1995 como parte da proteção ao Sistema Financeiro Nacional (SFN), o FGC, que acumula cerca de R$ 150 bilhões em patrimônio, foi acionado mais de 30 vezes, sendo a mais recente em fevereiro de 2023, com a quebra da BRK Financeira e da Portocred, quando o fundo desembolsou cerca de R$ 2,2 bilhões para quase 60 mil credores, em um dos maiores processos de pagamento já realizados em sua história.

A seguir, confira mais dois casos em que o FGC foi acionado:

Banco Neon (2018)

Banco Azteca (2016):

Principais dúvidas sobre o FGC

O FGC garante Tesouro Direto?
Não.

Protege contas digitais?
Sim, se o emissor for banco autorizado e associado.

Conta conjunta tem cobertura maior?
Sim, multiplicada pelo número de titulares.

Preciso contratar o FGC?
Não, a proteção é automática.

Cobre bancos de investimento?
Sim, se o produto for elegível.

Quem paga o FGC?
As instituições financeiras.

FGC e FGCoop são iguais?
Não. O FGCoop cobre cooperativas.

O FGC é ilimitado?
Não, há teto de R$ 250 mil por instituição.

Atrasos acionam o FGC?
Não. Apenas intervenção, liquidação ou falência.