Os fundos de hedge e as ações que pagam dividendos fecharam o ano no topo da lista dos melhores investimentos em 2022. O retorno ao investidor foi de 13% e 12%, respectivamente. Enquanto isso, o bitcoin (BTC) os BDRs tiveram retorno negativo de 66% e 28%, figurando como os piores investimentos de 2022, segundo levantamento do TradeMap.
Considerando os indicadores do levantamento, o melhor retorno em 2022 é o do IHFA, uma referência para a indústria de hedge funds. No Brasil, esses produtos se assemelham aos fundos multimercado de gestão ativa, com aplicações em diversos segmentos do mercado e várias estratégias de investimento.
Já no mercado de ações, o destaque ficou por conta do Idiv, que mede o desempenho das ações que são consideradas boas pagadoras de dividendos. Especialistas dizem esse tipo de papel costuma ser mais resiliente em momentos de volatilidade do mercado – ao contrário de small caps, que têm oscilações mais fortes.
“As ações que pagam dividendos foram um ‘porto seguro’ não só pelo pagamento dos proventos, mas também pela cotação mais estável e/ou com valorização, fazendo o investidor ter a sonhada valorização patrimonial, e o recebimento dos lucros, com desempenhos de 15 a 20% favorável, em meio a um ano bem conturbado”, comenta Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.
Nesse cenário, o indicador de Small Caps ficou entre os piores investimentos no acumulado do ano, com retorno negativo de mais de 15%. Enquanto isso, o Ibovespa, principal indicador da B3, teve alta de 4,7% em 2022.
Ainda entre os destaques positivos do ano, o Certificados de Depósito Interbancário (CDI) teve retorno positivo acumulado em mais de 12% no ano, em meio ao avanço da taxa Selic. O CDI é utilizado como parâmetro para a rentabilidade de investimentos em renda fixa, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB).
BDRs entre os piores investimentos
O levantamento do TradeMap mostra ainda que, em 2022, o retorno do BDRX ficou negativo em 28%, atrás apenas do bitcoin na lista dos piores investimentos. O indicador do desempenho médio das cotações dos BDRs não patrocinados na B3.
Enquanto isso, o dólar (um dos fatores que interferem na rentabilidade dos BDRs para o investidor brasileiro) acumulou queda de 6,5% sobre o real em 2022, ainda de acordo com o ranking. A variação é o dólar Ptax, calculado pelo Banco Central.
Thiago Calestine, economista e sócio da DOM Investimentos, diz que os BDRs, de maneira geral, tiveram um desempenho ruim porque o real se apreciou frente ao dólar ao mesmo tempo em que as bolsas de valores nos Estados Unidos passaram por momentos de incertezas. “Então, a gente tem esses dois parâmetros jogando as cotações dos BDRs para baixo”, resume.
Alves, da Ação Brasil, aponta que o ano foi negativo para BDRs porque esses papéis “refletem o cenário internacional no mercado doméstico, em um ano em que o gringo fugiu da renda variável, com juros ‘altos’nas principais economias, inclusive aqui”.
“Ações americanas descontadas e europeias também acabaram não tendo força para se recuperar ao longo do ano, o que se refletiu nas BDRs, que andam coladas com o desempenho lá de fora”, diz Alves.
Para o próximo ano, a expectativa é de que o cenário para os BDRs continue desafiador, segundo Calestine. “Eu, honestamente, acho que 2023 vai continuar sendo bastante complicado para a bolsa americana. A inflação por lá ainda está bastante alta, o mercado precificou um juro final que aparentemente não está sendo suficiente para cuidar do problema. Caso eles precisem de um choque positivo na taxa de juros, o mercado com certeza pode estressar ainda mais.”
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