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Finanças

Gestores de fundos estão mais pessimistas em relação ao dólar

Expectativa de que o Federal Reserve pode estar perto do pico de seu ciclo de alta da taxa de juros faz aumentar posições vendidas na moeda norte-americana.

Dólar e Ibovespa
Dívida americana preocupa especialistas

Gestores de ativos apostam cada vez mais em perdas para o dólar, diante da expectativa de que o Federal Reserve pode estar perto do pico de seu ciclo de alta da taxa de juros.

Investidores aumentaram as posições vendidas na moeda usada como reserva para 321.758 contratos na semana passada, o maior nível desde julho de 2021, segundo dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) sobre oito pares de moedas compilados pela Bloomberg. Hedge funds também esperam desvalorização para a moeda americana, pois venderam dólares pela quinta semana seguida.

“O prêmio de excepcionalidade do dólar tem recuado à medida que o Fed se aproxima da máxima” de seu aperto monetário, disse John Bromhead, estrategista do Australia & New Zealand Banking.  “O prêmio de ‘porto seguro’ também está em queda com a melhora do cenário”, como a situação do mercado de energia da Europa, que parece menos assustadora, acrescentou.

O suposto fim do auge do dólar ainda gera um debate acalorado em meio a comentários recentes de autoridades do Fed e recuo da inflação nos EUA, o que levaria a aumentos menores dos juros. O Goldman Sachs e o Wells Fargo estão entre os que apostam em mais ganhos para o dólar, enquanto a M&G Investments espera que o Fed adote uma política mais cautelosa quanto ao aperto.

Gestores de ativos reforçaram as apostas de alta no euro e reduziram posições vendidas líquidas no iene e na libra, o que destaca a mudança de percepção em relação à moeda americana. O índice Bloomberg Dollar Spot já caiu mais de 5% em relação ao pico de setembro.

O dólar vai continuar forte em relação às moedas asiáticas por cerca de três a seis meses, de acordo com o Goldman Sachs, que recomenda o won coreano e o dólar de Singapura.

“O crescimento global fraco e a menor inflação do IPC permitem que o Fed faça uma pausa, levando para baixo os juros dos EUA e o dólar americano” em 2023, escreveram em nota estrategistas do Morgan Stanley como Matthew Hornbach.

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