O pregão desta sexta-feira (12) foi marcado por uma enxurrada de balanços financeiros. Após informar melhoras nas margens, a varejista Magazine Luiza disparou, fechando a sessão com o melhor desempenho do Ibovespa. Por outro lado, a empresa de cosméticos Natura encerrou com a maior queda do indicador, depois que informou um prejuízo maior do que o previsto pelo mercado.

Nesta sessão, as outras varejistas apresentaram desempenhos de acordo com os seus resultados trimestrais. Via, que registrou lucro entre abril e junho, teve alta. Americanas, que teve prejuízo no mesmo período, recuou.

Já o grupo de medicina e planos de saúde Hapvida, que também divulgou lucro operacional acima do estimado pelo mercado, encerrou com a segunda maior alta do Ibovespa.

Falando dos frigoríficos, os papéis de Marfrig subiram após a companhia duplicar seu lucro, enquanto os papéis da JBS recuaram após a empresa reportar queda nos ganhos durante o período reportado.

Entre as companhias que atuam com commodities, o pregão foi positivo especialmente para a estatal Petrobras, após o Citi elevar o preço-alvo para os recibos das ações da empresa negociados nos Estados Unidos.

Confira os destaques registrados no dia:

Magazine Luiza

Placa em frente a centro logístico do Magazine Luiza.
24/4/2018.
REUTERS/Paulo Whitaker

Magazine Luiza (MGLU3) encerrou o pregão com alta de 17,76%, para R$ 3,58. A empresa teve prejuízo líquido ajustado de R$ 112 milhões no segundo trimestre, após lucro de R$ 89 milhões um ano antes, mas as margens mostraram recuperação.

Em relatório, Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, analistas da XP Investimentos, escreveram que a empresa apresentou resultados fracos no segundo trimestre de 2022, com uma dinâmica desafiadora de receita apesar de ter apresentado geração de caixa positiva no trimestre, de R$ 1 bilhão, enquanto seus pares comparáveis registraram queima de caixa impulsionada pela redução de estoques e recebíveis.

Natura

Natura & Co (NTCO3) desabou 10,36%, para R$ 14,28, à frente das maiores perdas do Ibovespa. A empresa apresentou prejuízo líquido de R$ 766,7 milhões no segundo trimestre de 2022 e reverteu, portanto, o lucro de R$ 234,8 milhões no mesmo período do ano passado.

O desempenho negativo veio maior do que o esperado para o segundo trimestre, pressionado por um cenário macroeconômico desafiador e maiores despesas financeiras.

A receita líquida consolidada no trimestre totalizou R$ 8,7 bilhões, com queda de 8,6% em reais e alta de 0,4% em moeda constante.

Via

Via (VIIA3) ampliou os ganhos para 13,98%, para R$ 3,18, após reportar lucro líquido operacional de R$ 16 milhões no segundo trimestre de 2022, queda de 88% em relação ao mesmo intervalo de 2022, na contramão de Magalu e Americanas que tiveram desempenho negativo.

Ebitda ajustado operacional subiu 54,2% na mesma base comparativa, para R$ 748 milhões. A receita líquida da varejista ficou em R$ 7,646 bilhões, recuo de 2,9% ante o segundo trimestre de 2021.

Americanas

Americanas (AMER3) teve recuo de 2,41%, para R$ 12,96, após registrar prejuízo líquido de R$ 98 milhões no segundo trimestre de 2022, uma piora de 15,6% ante o registrado no mesmo período de 2021.

Ebitda ajustado foi de R$ 843 milhões, alta de 29,2% em relação ao apresentado um ano antes. A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 6,7 bilhões, alta de 6,7%.

Hapvida

A Hapvida (HAPV3) disparou 16,97%, para R$ 7,72. A empresa registrou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de R$ 582,3 milhões, salto de 86,6% no comparativo anual, acima do previsto pelo mercado. Analistas, em média, esperavam que a Hapvida apresentasse Ebitda de R$ 470,3 milhões, segundo dados da Refinitiv.

Marfrig

A Marfrig (MRFG3) avançou 4,76%, para R$ R$ 14,3, depois de informar avanço de 144,9% no lucro líquido no segundo trimestre, para R$ 4,255 bilhões. A receita líquida da companhia também teve forte alta de 67,6%, para R$ 34,486 bilhões.

JBS

JBS (JBSS3) caiu 2,62%, para R$ 30,42, depois de reportar lucro líquido de R$ 3,952 bilhões no segundo trimestre, queda de 9,8% ante igual período do ano anterior, com impacto de uma piora nos resultados das operações nos Estados Unidos, onde está a maior parte do negócio da empresa.

Apesar dos recuos, os resultados superaram as expectativas de analistas da Refinitiv. A projeção para o lucro era de R$ 3,24 bilhões, enquanto a perspectiva para o Ebitda estava em R$ 9,708 bilhões.

A JBS registrou uma receita líquida consolidada de R$ 92,2 bilhões, o que representa um aumento de 7,7%.

Commodities

Entre as companhias que atuam com commodities, o destaque foi a Petrobras, que teve forte alta após o Citi elevar o preço-alvo esperado para as ADRs (recibos de ações negociados em Nova York) de US$ 17,4 para U$S 19. A companhia também começou a venda de direitos minerários em potássio na bacia do Amazonas. A mineradora Vale e a 3R Petroleum inverteram o viés de queda e fecharam em alta.

Ação Variação em % Cotação em R$
PRIO3 2,01 25,87
PETR3 8,01 34,88
PETR4 7,19 31,71
VALE3 0,94 69,80
GGBR3 1,70 21,55
GGBR4 2,03 26,10
RRRP3 0,40 34,80
USIM3 2,61 9,04
USIM5 1,71 9,51
CSNA3 3,09 16,69
CMIN3 1,55 3,94

*Com informações de agências.