O dólar fechou em queda sobre o real nesta sexta-feira (2), enquanto o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, teve dia de alta, puxado por disparada da Vale. O mercado repercute a divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos e a aprovação do acordo pra evitar o calote dívida do país. Além disso, o dia foi marcado por alta das commodities.
O dólar caiu 1,04%, a R$ 4,9533, acumulando baixa de 0,7% sobre o real na semana.
O Ibovespa fechou em alta de 1,8%, aos 112.558 pontos, com avanço semanal de 1,52%.
O indicador teve impulso dos preços do petróleo, que subiram mais de 2% nesta sexta-feira, ajudando as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4). Maior peso do Ibovespa, a Vale (VALE3) disparou 4,27%, acompanhando a cotação do minério de ferro.
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Além disso, as taxas dos contratos futuros de juros fecharam esta sexta em baixa na ponta longa. Na ponta curta, os juros futuros terminaram a sessão muito próximos da estabilidade.
No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,205%, ante 13,195% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,47%, ante 11,455% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,8%, ante 10,836% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,77%, ante 10,874%.
Teto da dívida dos EUA
Segundo Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, os mercados estão “comemorando” a notícia de que o Senado dos EUA aprovou na quinta-feira (1º) a legislação bipartidária defendida pelo presidente Joe Biden para o teto da dívida de US$ 31,4 trilhões do governo, evitando o que teria sido o primeiro calote da história, com consequências possivelmente catastróficas a nível global.
Mercado de trabalho nos EUA
A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos superou as expectativas em maio, sinalizando resiliência da economia e do mercado de trabalho. Por outro lado, parte dos investidores argumentava que uma moderação nos salários e um aumento na taxa de desemprego podem permitir que o Federal Reserve (Fed) não eleve a taxa de juros neste mês pela primeira vez desde que iniciou sua intensa campanha de política monetária, mais de um ano atrás.
“Eu acredito que, depois do dado, deve chegar alguma coisa mais meio a meio; não acho que o mercado vai tomar um cenário de aumento de juros na próxima reunião como majoritário, mas ele certamente vai ganhar probabilidade”, disse Raone Costa, economista-chefe da Alphatree Capital.
“Acho que a gente vai para, possivelmente, o famoso ponto de máxima entropia, onde o cenário vai ficar bem dividido entre manutenção e aumento da taxa de juros (no encontro do Fed de junho)”.
Raone Costa, economista-chefe da Alphatree Capital
Já Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, escreveu que veio um “número muito forte de empregos nos EUA (payroll), mas a taxa de desemprego subiu um pouco”. Para ele, isso “pode colocar em cheque a visão de pausa iminente do Fed”.
Quanto mais altos os juros nos Estados Unidos, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente do redirecionamento de recursos para o mercado de renda fixa norte-americano. Da mesma forma, sinais de afrouxamento da política monetária nos EUA tendem a pressionar a moeda dos EUA.
No Brasil, com a taxa Selic em 13,75% ao ano, o real continua oferecendo retornos atraentes para investidores estrangeiros, o que tem sustentado a moeda local.
Produção industrial
Do noticiário local, foi divulgado nesta sexta que a indústria brasileira voltou a cair em abril e iniciou o segundo trimestre com mais fraqueza do que o esperado diante de uma conjuntura econômica local desafiadora, que provocou perdas disseminadas e acende o sinal de alerta.
A produção da indústria do Brasil registrou em abril retração de 0,6% na comparação com março, marcando forte desaceleração ante a alta de 1,0% no mês anterior, quando interrompeu dois meses de perdas.
Em relação ao mesmo mês de 2022, a produção apresentou recuo de 2,7%, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ambos os resultados foram mais fracos do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de quedas de 0,2% na comparação mensal e de 1,1% na base anual.
“Em abril, observamos uma maior disseminação de quedas na produção industrial, alcançando 16 dos 25 ramos industriais investigados. Esse maior espalhamento de resultados negativos não era visto desde outubro de 2022”, destacou o gerente da pesquisa, André Macedo.
“Isso acende o sinal de alerta para indústria e tem a ver com juros, crédito, inadimplência, endividamento, problemas no acesso a matérias primas e até um pouco de inflação”, completou.
Bolsas mundiais
Europa
As ações europeias registraram seu melhor desempenho diário nesta sexta-feira, conforme investidores se reconfortaram com a redução da inflação na zona do euro, a aprovação da proposta do teto da dívida dos Estados Unidos e as crescentes evidências que justificam uma pausa pelo Federal Reserve nos aumentos da taxa de juros neste mês.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,51%, a 462,15 pontos, com mineradoras e imóveis na liderança da onda de compras.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,56%, a 7.607,28 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,25%, a 16.051,23 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,87%, a 7.270,69 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,85%, a 27.068,33 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,63%, a 9.317,30 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,71%, a 5.901,62 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações de Hong Kong terminaram a semana com o melhor desempenho diário em três meses, juntando-se a um avanço asiático impulsionado pela aprovação no Senado dos Estados Unidos da legislação que evitará o calote da dívida, aumentando a expectativa de que o Fed possa interromper o aumento da taxa de juros.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,21%, a 31.524 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 4,02%, a 18.949 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,79%, a 3.230 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,44%, a 3.861 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,25%, a 2.601 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 1,18%, a 16.706 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,24%, a 3.166 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,48%, a 7.145 pontos.
(* com informações da Reuters)
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