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Finanças

Ibovespa tem 1ª alta do ano após três quedas consecutivas; dólar cai

Mercado ainda repercutiu ata do Fed, que indicou que os juros nos EUA devem subir com mais força.

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Bolsa de valores, em São Paulo REUTERS/Paulo Whitaker

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operou e encerrou o pregão em alta nesta quinta-feira (6), após uma queda de mais de 2% no dia anterior por conta de postura mais dura do Federal Reserve (Fed) com relação à inflação. O dólar operou e fechou em queda em relação ao real.

No dia, o indicador avançou 0,55%, aos 101.561 pontos. Já o dólar recuou 0,65%, negociado a R$ 5,6790.

Repercussão do Fed

A ata da última reunião do Fed, divulgada na quarta-feira (4), mostrou que as autoridades podem aumentar os juros mais cedo do que o esperado e reduzir sua carteira geral de ativos para conter a inflação elevada.

“A alta de juros deverá acontecer antes do que os próprios membros esperavam e de maneira mais intensa”, disse a equipe de macro e estratégia do BTG Pactual em relatório divulgado na quarta-feira.

Isso, combinado à possibilidade de diminuição do balanço do Fed, mantém expectativas de um dólar global mais forte e alta de juros pelo Fed já em março, disseram os especialistas do BTG, que esperam que o banco central norte-americano eleve as taxas quatro vezes em 2022.

Juros mais altos nos Estados Unidos são vistos como importante fator de impulso para o dólar porque elevam a rentabilidade dos títulos soberanos norte-americanos, considerados ativos muito seguros, o que tenderia a atrair mais recursos para o país.

Cenário interno

“Como se não bastasse” a sinalização mais dura do que o esperado do Fed, “por aqui ficou o clima de pessimismo sobretudo com as discussões sobre os gastos públicos e ao aumento das incertezas fiscais“, disse em nota desta quinta-feira a Genial Investimentos.

Depois de o governo ter conseguido, por meio da PEC dos precatórios, abrir espaço para mais gastos com ajuda financeira à população, servidores públicos de várias categorias têm pressionado a União a promover reajustes salariais, levantando temores sobre a saúde das contas públicas, apesar de melhora recente em dados fiscais.

Ainda internamente, o mercado também repercute a queda de 0,2% da produção industrial em novembro na comparação com o mês anterior, a sexta baixa seguida, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Destaques da bolsa

Os papéis da BRF (BRFS3) foram os principais destaques do Ibovespa nesta quinta-feira (6). Na tarde, eles tinham alta de 5,29%, negociados em R$ 23,90, porém, ainda deram mais um salto e encerraram no pregão com elevação de 7,05%, comercializados em R$ 24,30.

Na outra ponta, as ações da Positivo (POSI3) e Via Varejo (VIIA3) ampliaram a queda.

Os papéis da Positivo encerram o pregão com a pior queda, de 5,31%, valendo R$ 8,56. A Via Varejo foi o segundo pior desempenho do índice no dia. Os papéis da varejista encerraram o pregão com queda de 4,6%, negociados em R$ 4,36.

  • Saiba mais destaques do mercado financeiro do dia, assista ao Boletim InvestNews:

Bolsas mundiais

Wall Street

O S&P 500 ficou perto da estabilidade ao fim de uma volátil sessão nesta quinta-feira, com o setor financeiro entre os que deram suporte ao índice, um dia depois de uma liquidação do mercado na esteira da indicação pelo Fed de uma abordagem mais agressiva contra a inflação.

O índice financeiro do S&P 500 subiu e deu sequência a fortes ganhos recentes. Outros setores economicamente sensíveis, incluindo energia, também tiveram alta.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,09%, para 4.696,25 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 0,12%, para 15.084,64 pontos. O Dow Jones caiu 0,47%, para 36.236,39 pontos.

Europa

As ações europeias recuaram de máximas recordes nesta quinta-feira, uma vez que sinais do Fed afetaram os papéis de tecnologia com a perspectiva de juros mais altos.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,25%, a 488,16 pontos, apagando todos os ganhos registrados num rali que o levou a máximas recordes nas três primeiras sessões do ano.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,88%, a 7.450,37 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,35%, a 16.052,03 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,72%, a 7.249,66 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,80%, a 27.655,69 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,01%, a 8.789,90 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,00%, a 5.595,94 pontos.

Ásia e Pacífico

O mercado acionário da China fechou em baixa nesta quinta-feira, acompanhando as perdas globais após a ata do Fed ter indicado alta mais rápida do que o esperado nos juros dos Estados Unidos, enquanto o aumento das infecções por covid-19 também pesou.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 2,88%, a 28.487 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,72%, a 23.072 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,25%, a 3.586 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,02%, a 4.818 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,13%, a 2.920 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,71%, a 18.367 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,66%, a 3.184 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 2,74%, a 7.358 pontos.

( * Com informações da Reuters)

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