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Finanças

Ibovespa fecha a 114 mil pontos com expectativa sobre Reforma Tributária

Relator apresentou diretrizes e prevê votação em plenário na 1a semana de julho

O Ibovespa encerrou em alta nesta terça-feira (6), a quarta consecutiva, com expectativa de detalhes sobre a reforma tributária e avanço do tema na Câmara dos Deputados. Já o dólar caiu sobre o real, enquanto investidores avaliaram as chances de o Federal Reserve (Fed) pausar seu ciclo de altas de juros nos Estados Unidos em junho, com dados mistos aumentando a incerteza em torno das perspectivas de política monetária.

No dia, o Ibovespa subiu 1,70%, aos 114.610 pontos. O dólar caiu 0,37%, negociado a R$ 4,9121.

Reforma tributária

O relator da reforma tributária na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) anunciou nesta terça as principais diretrizes que vão nortear seu parecer e afirmou que o texto será levado ao plenário da Casa para votação na primeira semana de julho, segundo acerto já feito com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

O substitutivo, conforme esperado, proporá a unificação de tributos sob um imposto sobre valor agregado que receberá o nome de IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e terá administração “dual”, com uma parcela a cargo da União e outra, dos Estados e municípios. A cobrança será feita no local do destino, mas Ribeiro não antecipou alíquotas.

Plenário da Câmara dos Deputados 01/02/2021 REUTERS/Adriano Machado

Sem detalhar, o relator afirmou que alguns setores, como imobiliário, de combustíveis, financeiro e de seguros, receberão tratamento diferenciado.

Ao comentar as contribuições dos integrantes do grupo, Aguinaldo afirmou que foi constatada a necessidade de tratamento específico no IBS para “alguns serviços e produtos que possuem peculiaridades” e não deveriam ser inseridos no rol dos itens a serem tributados “a partir do confronto de débitos e créditos”.

“É o caso de operações com bens imóveis, serviços financeiros, seguros, cooperativas, combustíveis e lubrificantes, que necessitam de sistemas de apuração próprios, como acontece na maior parte dos IVAs internacionais”, explicou o deputado no relatório.

O relator aproveitou para deixar clara a recomendação do grupo para que não haja redução de carga tributária para o sistema financeiro.

Sem especificar números, Ribeiro afirmou que a diretriz é adotar uma alíquota padrão, permitindo a possibilidade de incidências diferenciadas para alguns bens e serviços, como os relacionados à saúde, educação, transporte público e produção rural.

Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma tributária terá de angariar ao menos 308 votos favoráveis na Câmara dos Deputados, em cada um dos dois turnos de votação. Depois, caso aprovada, ainda precisa passar pelo Senado.

Inflação no radar

Ainda no cenário interno, o mercado repercutiu a divulgação de dados mais fracos de inflação em maio. O Índice Geral de Preços/Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve a maior queda em maio desde 1947, com deflação dos preços de diesel e grandes commodities ao produtor.

O IGP-DI recuou 2,33% em maio, intensificando o recuo de 1,01% visto no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Essa foi a queda mais forte desde abril de 1947 (-2,59%).

Mas o coordenador dos índices de preços, André Braz, ponderou que o ideal seria fazer comparações dentro do Plano Real, implementado em 1994, e que, portanto, considera o resultado de maio a maior queda histórica na comparação mensal.

“Apesar de ser outra realidade de inflação antes de 1994, com vários planos (econômicos), o que menos se via naquela época era deflação. Então é possível falar em menor da série histórica”, disse.

Cenário externo

No exterior, o mercado continuou repercutindo a notícia de que o setor de serviços dos EUA mal cresceu em maio com a desaceleração de novos pedidos, segundo dados divulgados na segunda-feira. Embora isso tenha sinalizado que o aperto monetário do Fed está esfriando a maior economia do mundo, a leitura veio logo após fortes dados de empregos da semana passada, obscurecendo as perspectivas para a política monetária.

O prédio do Federal Reserve, na Constitution Avenue, em Washington, EUA, 27 de março de 2019. REUTERS/Brendan McDermid
O prédio do Federal Reserve, na Constitution Avenue, em Washington, EUA, 27 de março de 2019. REUTERS/Brendan McDermid

Nesta manhã, os mercados precificaram cerca de chance de 75% de chance de o Fed deixar os juros inalterados na reunião de política monetária de 13 e 14 de junho, com 25% de probabilidade de elevar sua taxa básica em 0,25 ponto percentual.

Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar do redirecionamento de recursos para o seguro mercado de renda fixa norte-americano. Por outro lado, muitos participantes do mercado têm enfatizado que, com a Selic alta, o real continua oferecendo retornos atraentes para uso em estratégias de “carry trade”, que buscam lucrar com diferenciais de juros entre duas economias.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os índices de ações dos Estados Unidos encerraram em alta nesta terça, impulsionados por alguns avanços em setores economicamente sensíveis.

O Dow Jones subiu 0,03%, para 33.573,28 pontos. O S&P 500 ganhou 0,23%, para 4.283,73 pontos. O Nasdaq avançou 0,36%, para 13.276,42 pontos.

Europa

Os principais índices acionários europeus subiram nesta terça, sustentados por um salto nas ações da gigante de saúde Novo Nordisk. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,38%, a 461,68 pontos.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,37%, a 7.628,10 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,18%, a 15.992,44 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,11%, a 7.209,00 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,67%, a 27.036,67 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,23%, a 9.310,80 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,76%, a 5.933,75 pontos.

Ásia

As ações da China fecharam em baixa nesta terça-feira, apagando os ganhos anteriores antes de dados da balança comercial, apesar das expectativas de mais afrouxamento da política monetária para ajudar na lenta recuperação econômica.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,90%, a 32.506 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,05%, a 19.099 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,15%, a 3.195 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,94%, a 3.808 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,54%, a 2.615 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,28%, a 16.761 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,03%, a 3.190 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,20%, a 7.129 pontos.

*Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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